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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ICBS - um tesouro cultural

Rute e Cristovam - exemplos de amor e dedicação à cultura
Zeca BBC na entrevista para o livro "Meu nome é Zeca BBC"

Semana passada visitei o Intítuto Cultural Boanerges Sena (ICBS) e, como sempre, fui gentilmente recebido pelo casal Cristovam e Rute Sena, idealizadores e mantenedores, com recursos próprios, dessa preciosa instituição fundada em 23 de agosto de 1981 e que disponibiliza aos visitantes, biblioteca, hemeroteca, um grande acervo de fotografias, mapas, revistas, depoimentos, além de editar livros de autores santarenos. Diariamente, dezenas de estudantes ali comparecem para efetuar pesquisas, principalmente sobre a história de Santarém.

O acervo do ICBS é riquíssimo. Lá se encontram desde jornais das décadas de 20 e 30, até publicações recentes, especialmente aquelas dedicadas à Amazônia. Além disso, há uma enorme coleção de fitas de vídeo gravadas contendo depoimentos de personalidades da região.

Pois bem, sozinho, com extrema paciência e cansativo trabalho de ver as imagens, de ouvir as vozes e ao mesmo tempo digitar todas as palavras dos entrevistadores e dos entrevistados, em seu computador, Cristovam pretende publicar em livro cada um desses valiosos depoimentos de pessoas maravilhosas, inesquecíveis e tão queridas, entre as quais: Dom Tiago Ryan, Zeca BBC, Ubaldo Correa, Emir Bemerguy, Maestro Isoca, Wilde Fonseca, Cecebuta, Arara, Zé Fernando, Armando Nadler, Jorge Erique Imbiriba e Agapito Figueira. Já está concluído, por exemplo, todo o material para a edição de um livro cujo título será “Meu nome é Zeca BBC”. Com um interessante detalhe: quem adquirir o livro, ganhará como brinde, um CD contendo uma pequena parte - imagem e som - do depoimento que deu origem à obra.

Com permissão do Cristovam, transcrevo, a seguir, uma minúscula parte do que constará na publicação “Meu nome é Zeca BBC”: Quem entrevistou o Zeca, durante quase três horas, foi o meu mano Emir Bemerguy.

Emir: "Hoje é dia 01 de setembro de 1988. Cristovam Sena e eu, Emir Bemerguy, estamos dando a largada para um projeto que nos parece de suma relevância e que o Cristovam, singelamente, denominou ´Memória Santarena`. Sua intenção é preservar em fitas gravadas, depoimentos essenciais de pessoas que têm muito a contar sobre a nossa história, sobre o nosso passado recente e até um pouco mais remoto. E, para inaugurar o Projeto nada nos pareceu melhor, mais conveniente e oportuno do que entrevistar um dos santarenos mais famosos e conhecidos de todos os tempos. É um tipo humano extraordinário, a quem se podem atribuir todas as virtudes e de certo modo, brincando, eu diria: até todos os defeitos. Eu li há pouco tempo que o consolo dos medíocres são os defeitos dos grandes homens. Então, JOSÉ DA COSTA PEREIRA é o famosíssimo ZECA BBC, uma das instituições mocorongas, alguém que se não existisse nos precisaríamos inventar. Então, caríssimo amigo Zeca, eu inicio essa nossa conversa perguntando a razão desse seu apelido – Zeca BBC - que, ao que se sabe, é registrado até em cartório e que o tornou conhecido não apenas nesta paróquia, nesta cidade, mas praticamente em toda a Amazônia".

Zeca: “Prezado amigo Emir, embora eu não tenha verdadeiras condições de poder dar a resposta conforme solicitado, isso devido ao meu estado de saúde, quero lhe dizer o seguinte: em 1938, quando a própria BBC de Londres irradiou pela primeira vez para o Brasil, eu possuía um rádio acionado por acumulador que nós chamávamos de bateria. Eu ouvia os noticiários através dela, porque naquela época nós não dispúnhamos de outros meios de comunicação, a não ser o telégrafo sem fio e a Amazon Telegraph Company. E a BBC tratava-se de uma estação altamente confiável, haja vista que quando se queria uma notícia aqui no Brasil, por incrível que pareça, a gente era obrigado a ligar o rádio e ouvir a BBC. Então, diante da minha dedicação aos diversos programas elaborados pela BBC, mormente durante a período de toda a guerra, eu fui chamado de Zeca BBC, porque eu tinha a vantagem de gravar o que eu ouvia e repassava para os amigos, porque tínhamos dificuldades de lermos um jornal por falta de aviões na época. As comunicações eram dificílimas, os navios eram todos a vapor, levavam do Rio pra cá 15 a 17 dias. De Belém pra cá, coisa de 6 dias, porque eram navios acionados com máquinas a vapor e a lenha".

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