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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

COMENDO CHIBÉ E ARROTANDO CAVIAR (crônica de José Wilson Malheiros)

O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, certa vez, disse que “sexo é para principiantes. Os experientes gostam do poder”.Ou seja, a principal questão, no caso, é sempre estar em evidência, é sempre ser visto para não cair no esquecimento.

O anomimato parece causar um desespero enorme em certas pessoas. Há certos indivíduos que fazem tudo para aparecer e fazem disso um verdadeiro dilema, uma obsessão, uma angústia sem tamanho. Ficam desesperados quando entendem que não estão sendo lembrados. “Ser alguém na multidão”, ser poderoso, parece que se tornou um dos maiores desejos. “Êi, pessoal, eu estou aqui, eu existo, eu sou importante...” ficam tentando dizer de todas as maneiras. Aí procuram criar ou fazer algo que, em seu entender, os torna diferentes dos demais, para supostamente se destacar da massa e apagar o enorme vazio que têm na alma.

A internet está cheia de Orkuts, Twitters, Facebooks, homepages dos mais variados matizes e preferências. E parece haver uma disputa sem nexo para ver quem tem mais seguidores.

Na televisão, mulheres vulgares procuram fazer plásticas sem conta, deixar crescer os seios e a bunda e, neste último caso, literalmente, defecam na cara do telespectador.

Entramos nos shopping centers da vida e vemos o consumismo desenfreado. A roupa mais cara, o sapato mais caro, o carro mais moderno, tudo isso contribui para aumentar ou para atribuir auto-estima em certo tipo de gente.

Alguns enchem as estantes da sala de visita com obras literárias de capa suntuosas que nunca serão lidas. Esnobação pura. Ou seja, como todo mundo está fazendo a mesma coisa, todos ficam, paradoxalmente, perdidos no anonimato, outra vez.

Coisa de dez anos atrás fui a uma recepção granfina e o dono da casa me trouxe uma garrafa de uísque Johnny Walker, selo preto, que, realmente, é dos melhores.Mas, para ficar mais chic mostrava para os convivas que no fundo daquela garrafa jaziam algumas pepitas de ouro, que ele havia colocado! Em verdade essa bobagem dourada em nada alterava o sabor da bebida. Mas para o anfitrião, era uma demonstração de poder, de distinção, de status.

Estamos na época do materialismo quase sem freios, da competição pelo nada, estamos em tempo de corrida em busca do tempo perdido e para lugar nenhum.E eu fico pensando. Quanta gente sofredora no mundo, mas cheia de pavulagem. Comendo chibé e arrotando caviar....

6 comentários:

  1. Meu caro colunista, infelizmente a vida é assim... fazer o quê?

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  2. O articulista é mais um que tem ânsia de aparecer. Parece bem evidente.

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  3. Doutor Malheiros,
    Não gostei do comentário sobre as mulheres na televisão. Me desculpe, pois sou admirador das suas crônicas, mas tenho que dizer: o termo "cagando" não pegou bem.

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  4. É incontestável, é verdade absoluta tudo o que diz este escritor, sempre objetivo, sem muito lero-lero para expor seus sentimentos, suas opini~es. Amei! - Laíde Ferreira - Belém

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  5. ... E vamos à polêmica... O bom da crônica no jornalista é quando ela instiga e faz pensar. Como neste caso. Parabéns ao colunista.
    Luiz Paulo, Ananindeua

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  6. Exemplos desse tipo de gente são incalculáveis. Não querem apenas aparecer, posar de bacana. Querem, também,prejudicar, derrubar, seus semelhantes.

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