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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Desabamento: trabalhos não têm pausas

Mais de 500 pessoas, entre bombeiros, técnicos da Defesa Civil, agentes de trânsito, militares, voluntários da Cruz Vermelha e do Serviço de Atendimento de Urgência (SAMU), além de equipes do Detran e da CTBel, trabalharam durante todo o dia de ontem, no local do acidente. O trabalho de retirada da montanha de entulho causada pelo desabamento do edifício Real Class já dura mais de 35 horas. Mesmo assim, ninguém reclama do cansaço, já que a esperança de achar os dois trabalhadores que estariam soterrados continua.

Além do esforço humano, três cães farejadores atuaram sobre os escombros, na tentativa de localizar os dois operários desaparecidos. Onze máquinas trabalham sem parar. Entre elas, pás mecânicas, retroescavadeiras e um guindaste. Todas operadas por homens que se revezam a cada doze horas. Uma máquina retira os blocos de concreto e fios de aço amontoados no terreno, que são levados por 28 caçambas que atuam no apoio à operação até uma área cedida pela prefeitura de Belém, localizada na avenida Bernardo Sayão, próximo ao antigo Iate Clube.

As máquinas foram contratadas junto a uma empresa particular, pela Real Engenharia. A meta é alcançar o local do almoxarifado, onde possivelmente se encontrariam os desaparecidos. No entanto, o banheiro também é alvo das equipes de resgate, pois informações de familiares de um dos trabalhadores que estaria no local dão conta de que os funcionários estariam tomando banho para ir pra casa.

Equipamentos - O Corpo de Bombeiros Militar do Pará encomendou do Paraná, dois equipamentos para ajudar nas buscas e resgate das vítimas. Um deles é a almofada pneumática - uma espécie de tapete de borracha sintética que dilata até 30 centímetros, e consegue remover 66 toneladas de entulho - de fabricação alemã. O outro equipamento, de origem canadense, é denominado Delsar, e ajuda a localizar soterrados em um raio de 60 metros. A máquina utiliza seis sensores capazes de detectar a respiração humana. Segundo afirmou o coronel Wanzeler, do Corpo de Bombeiros, os equipamentos são fundamentais para o trabalho, já que algumas peças de concreto, entre os escombros, são pesadas demais para a resistência humana.

Operários sob 15 mil toneladas de entulho

Uma montanha com mais de 15 mil toneladas de entulho e ferros retorcidos foi o que sobrou do edifício de 34 andares que desabou na tarde do último sábado na travessa 3 de Maio, no bairro de São Brás. .

O engenheiro civil professor da Universidade Federal do Pará Nagib Charone estimou o peso do entulho que precisa ser removido até que as equipes de resgatem cheguem ao local onde estão possivelmente os operários. O cálculo é baseado na carga estimada para cada pilar de sustentação do edifício. Pelas contas do engenheiro, juntos os pilares sustentavam uma carga aproximada de 15 mil toneladas - algo como 440 toneladas para cada um dos 34 pavimentos.

As chances de encontrar os operários com vida debaixo dos escombros, levando-se em conta o peso da montanha de entulho, são mínimas. Segundo Charone, o bloco de concreto assentado sobre as estacas da fundação no subsolo do edifício resistiu e "dificilmente afundou mais do que 30 centímetros". Significa que o pavimento onde estavam os operários está compactado sobre o bloco de concreto e abaixo dos 34 andares que desabaram.O entulho forma uma montanha compactada de mais seis metros de altura.

José Malcher deve ser liberada hoje

Equipes da Companhia de Transporte do Município de Belém (CTBel) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) interditaram ontem a travessa 3 de Maio, no trecho entre as avenidas Magalhães Barata e Governador José Malcher. Os motoristas foram orientados a desviar pela rua Alcindo Cacela e pela travessa Castelo Branco. A preocupação maior da CTBel é com os horários de pico nas vias do entorno, a partir de hoje.

Para evitar contratempos a diretora-superitendente da CTBel, Ellem Margareth, garantiu que serão feitas pequenas alterações no tráfego do local. Segundo ela, a avenida Governador José Malcher será totalmente liberada a partir de hoje. Já a avenida Magalhães Barata, no trecho compreendido entre a rua 9 de Janeiro e a travessa 14 de Abril, duas faixas serão destinadas aos veículos de operações especiais - e apenas uma das vias - a faixa da esquerda - estará livre para tráfego. A travessa Três de Maio vai continuar interditada. Margareth pede aos condutores que desviem a rota para as ruas menos congestionadas.

"Sugerimos que os motoristas trafeguem pelas vias alternativas, que são a Castelo Branco e a Alcindo Cacela para quem iria pegar a 3 de Maio, e a Gentil e a Mundurucus para aqueles que descerem do centro rumo aos bairros. Contamos com a colaboração de todos, principalmente para liberar a Avenida Magalhães Barata, que terá uma única pista liberada, no entorno do local do acidente", pontua.

Perícia onde aconteceu acidente só após o fim das escavações

O presidente em exercício do Instituto de Avaliações de Perícias e Engenharia do Pará (IAPEP) Carlos Eduardo Domingues, afirma que a perícia só vai se iniciar após o final da retirada dos escombros. Ainda assim, o engenheiro tem algumas hipóteses. "Pode ter sido falha no solo, problemas geológicos. Pode ainda ter ocorrido um erro de sondagem. Serão feitas várias análises com os projetos estruturais", assegura. Domingues garante ter escutado do calculista do prédio que não havia rachaduras nas paredes. "Aconteceu alguma coisa na parte de baixo, que fez o edifício cair. Pode ser uma área frágil abaixo da fundação, que não suportou o peso da camada de resistência - que é quem segura a fundação", supõe.

O Ministério Público Estadual (MPE) também pretende apurar as causas. Segundo garantiu o promotor de Defesa dos Direitos do Consumidor, Marco Aurélio Nascimento, não foi feito nenhum registro questionando a estrutura do prédio antes do acidente. "Vamos apurar através de um inquérito civil, pela promotoria do Consumidor e Meio Ambiente. Também deve ser instaurado um inquérito criminal - que será conduzido pela DIOE (Divisão de Investigações e Operações Especiais)", esclarece.

O presidente do CREA-PA, José Leitão Viana, afirmou que não é função do Conselho Regional de Engenharia fiscalizar obras. Ele confirma que o projeto de fundação do prédio que desabou foi feito por um engenheiro habilitado (Carlos Otávio Junior). "A responsabilidade é inteiramente dele. Agora, estamos levantando esta documentação, que antecipadamente garanto: era regular. Vamos tentar fazer uma perícia técnica para saber o que ocorreu", destacou. (No Amazônia)

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