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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Belém, capital do futebol brasileiro

Por Francisco Sidou, jornalista.
É impresionante o fascínio , magia até, que desperta a seleção brasileira em todas as camadas da população, jovens e idosos, homens e mulheres, "nobres" e plebeus. Passando pela sede da Federação Paraense de Futebol, na madrugada de sexta-feira, assisti cenas comoventes do sacrifício de pessoas idosas, alguns em cadeiras de roda, em dolorosa vigília para ter acesso a um ingresso gratuito para o jogo Brasil X Argentina, quarta-feira, no Mangueirão. Os 40 mil ingressos, com preços de Copa do Mundo , estão esgotados !

Mesmo sem time ainda, como diz o próprio Mano, a seleção brasileira tem uma enorme tradição e despe rta um turbilhão de emoções por onde passa. As meninas e até algumas balzaqueanas, ensandecidas e ensurdecedoras com seus gritinhos histéricos, vão á loucura para conseguir um simples aceno mesmo de longe de seus jogadores e, principalmente, do ídolo Neymar, na porta do Hotel ou nos treinos. O que o Ganso perdeu !
A chance de ser consagrado em sua própria terra natal. Mas, certamente, ele será também lembrado na festa de quarta-feira no Mangueirão.

Descendo a ladeira do ranking da Fifa, agora em 7º lugar, a seleção brasileira vai continuar lotando estádios no Brasil, embora perdendo aquela aura de "potência", cuja camisa amarelinha fazia tremer seus adversários mesmo antes de entrar em campo. Na fase atual, outras seleções deixaram de temer o Brasil, para muitos agora um "gigante adormecido" no futebol. Ironicamente, isso é bom para a construção de um novo time e desconstru ção daquele jogo velho, a retranca para não levar gols, a estratégia do medo de perder e acabar perdendo, como aconteceu nas Copas do Mundo de 2006 e 2010, em que "estrelas" da seleção , um deles com mais 100 quilos, revelaram um futebol bisonho e burocrático, sem entrosamento e sem brilho, voltando mais cedo para casa, cabisbaixos e com a derrota desenhada no semblante abatido.

Dizia um grande mestre da administração (Peter Drucker) que "as pessoas podem aprender a fazer coisas de duas maneiras: na base da tentativa e erro ou via aprendizagem com método." A tentativa e erro é a própria falta de método, o improviso substituindo a organização, apostar que só o talento sem disciplina promove o sucesso. Infelizmente aprender assim custa mais tempo, demanda mais prejuízos e provoca mais desilusões.

É muito grande o capital da seleção brasileira, em termos de tr adição e de símbolos, para continuar sendo jogado fora pela janela da improvisão. Na era Dunga, o "zangado", foram testados mais de 90 jogadores e o desempenho da seleção continuou bisonho e sem brilho, com aquele joguinho sonolento de um passe pra frente, dois pros lados e três pra trás...

Então veio Mano prometendo mudanças. Começou bem, convocando jovens e promissores talentos, como Ganso e Neymar, barrados no baile pelo "zangado" Dunga, só para contrariar a opinião pública que pedia e até clamava pela convocação dos dois jovens craques. Mano reacendeu a chama da esperança de que a renovação, enfim, havia alcançado a seleção brasileira. Renovação não apenas de nomes, mas, sobretudo, de métodos e da maneira de jogar. Com garra e amor à camisa e não apenas para desfilar para "empresários" internacionais que compram e vendem passes de jogadores para times europeus. Com alguns tropeços, já tendo convocado mais de 80 jogadores, Mano continua tentando revelar novos talentos e acertar na dose certa o equilíbrio entre a experiência e a juventude na seleção brasileira. Não se pode mais aceitar, por exemplo, que jogadores consagrados não consigam acertar um passe ou um chute a gol, fundamentos básicos para qualquer aprendiz de futebol.

Nelson Rodrigues, também cronista genial, costumava dizer que "às vezes certas soluções são tão óbvias que chegam a ser ululantes, gritam mas ninguém quer escutar." Esse parece ser o caso da falta de entrosamento na seleção brasileira. Em princípio, o técnico diz ter "carta branca" do senhor feudal da CBF para convocar os jogadores da seleção, sem qualquer pressão, seja da imprensa, de "empresários", de "olheiros, ou de empresas que patrocinam alguns craques famosos. Então sendo, assim, mano velho, vamos combinar uma coisa, que pode até ser batizado de "O pacto de Belém". Por que não tentar contornar essa crônica falta de entrosamento da seleção brasileira, investindo numa base formada por um time, por exemplo, a seleção sub-20 campeã do Mundo ou o campeão brasileiro da atual temporada ? O Brasil conquistou quatro Copas do Mundo jogando com seleções formadas a partir de times como Botafogo, Vasco, Flamengo e Santos.

A nova seleção brasileira teria a chance de se firmar jogando a Olímpiada de 2012, cuja base poderia servir para formar a seleção da Copa de 2014. De que adianta continuar insistindo na convocação de jogadores com mais de 30 anos que, sabidamente, não terão mais condições físicas para disputar a Copa de 2014 ?

O jogo de hoje à noite também servirá para mostrar ao Brasil e ao Mundo o tamanho da injustiça de Belém ter ficado de fora da Copa do Mundo de 2014, não só por dispor de um dos mais belos estádios do Brasil , como, também, pela enorme paixão de seu povo pelo futebol, enc hendo seu majestoso templo, de contagiante alegria e emoção.

Quem sabe, a partir de hoje "os homens" da FIFA e da CBF não comecem a pensar em um Plano B para a Copa de 2014 ?
Quem sabe Belém , com o brilho de sua estrela, poderá ter nova chance ?

Os paraenses saúdam e aplaudem a seleção brasileira e torcem pela recuperação do brilho de seu futebol, a partir do jogo de hoje, que poderá ser a largada para a grande conquista da Copa do Mundo de 2014, mesmo que Belém e seu belo estádio possam ser usados apenas como cidade-dormitório e palco de treinamentos. O povo paraense é generoso e não guarda mágoas, porque sabe que a seleção e seus jogadores não têm culpa por tão desastrada decisão política dos "homens de preto". Por isso, os paraenses só tem carinho e amor a dar à seleção brasileira.

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