Bancários entram no nono dia de paralisação sem previsão de término

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) enviou ontem uma carta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) cobrando a retomada nas negociações do acordo coletivo da categoria. No início da noite, a Fenaban alegou não ter conhecimento da correspondência e nenhum encontro havia sido agendado. A greve dos bancários completa nove dias hoje e já mobiliza cerca de 32,1 mil trabalhadores. O silêncio dos bancos, segundo os sindicalistas da Contraf, tem ajudado a ampliar a paralisação, que ontem atingiu 8.328 agências e 21 prédios administrativos. "Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf, entidade que é filiada a Central Única dos Trabalhadores (Cut).

Os bancários, que iniciaram a greve no dia 27 de setembro, reivindicam 12,8% de reajuste nos salários, o que inclui aumento de 5% acima da inflação. Os bancos ofereceram 8%, que representa a reposição da inflação mais 0,56% de aumento real. A Fenaban negou que não esteja disposta a negociar.

Pará - A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor vai receber hoje, às 10 horas, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), representantes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Pará (Seeb-PA). A convocação faz parte do inquérito civil investigatório, instaurado pela promotora de Defesa do Consumidor, Joana Coutinho, para apurar se, com a greve dos bancários, está havendo o descumprimento da Lei 7.783/89, que prevê a prestação mínima legal dos serviços bancários. Além de representantes do Seeb-PA, também foram convocados membros da Febraban. O Sindicato dos bancários será representado pelo diretor jurídico da entidade, Sandro Matos.

Essencial - Conforme argumenta a presidente do Seeb-PA, Rosalina Amorim, todos os serviços essenciais estão sendo mantidos. "Estamos garantindo os 30% do efetivo geral dos bancos, para atender os serviços de retaguarda. Isso é o correto, e não 30% dos funcionários de cada setor, como estão nos pedindo", esclarece. Rosalina admite que, em alguns piquetes, as agências ficam totalmente paralisadas - o que inclui o auto-atendimento. (Amazônia)