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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Um carioca no Círio

Por Roberto Faustino (*):

Estive em Belém do Pará 6 vezes este ano. Não conhecia até abril a capital dos paraenses. E lá estarei pela sétima vez no próximo fim de semana para acompanhar o Cirio de Nazaré.

Não fui a Belém, devo confessar, por um exercício de brasilidade, cumprindo a tese daqueles que nos exigem conhecer todo o Brasil antes de embarcar para o exterior. Não, não fui lá por isso. E nem concordo com a tal tese. Fui a Belém para conhecer a Tv Liberal, afiliada da Rede Globo, empresa onde trabalho por conta de uma crise de audiência que estava nos deixando a todos de cabelos em pé.

Lá cheguei, fui bem recebido; embora cercado de desconfiança - e toquei meu trabalho em equipe, do jeito que gosto e que todos esses anos de televisão me ensinaram a fazer: deu certo. Os números de Ibope já não deixam ninguém de cabelos em pé - pelo menos do lado da Globo.

E devo confessar como um cidadão endocrinologicamente carioca que Belém foi a coisa mais importante neste ano de 2011 pra mim. E não digo isso porque adore maniçoba ou porque o sabor do cupuaçu tenha mudado meus sentidos gastronômicos. Também não digo isso porque adore calor. Nem de perto. Nesse ponto sou um mal carioca, gosto de viver a, no máximo, 22 graus. Mas Belém me trouxe a alegria de construir um trabalho modesto, porém efetivo e feito com baita tesão.

Pesquisar aquela história, entender melhor a Cabanagem, bater perna pelas praças, rezar nas suas igrejas, estudar o jeito das pessoas nas ruas, nos bares e restaurantes; tão brasileiras e, ao mesmo tempo, tão diferentes do Rio e de São Paulo. Fiz um cursinho em hábitos e costumes de Belém como se estivesse pesquisando um enredo para escrever uma sinopse para a Unidos de Vila Isabel, minha Escola de Samba. E no fim; sinopse pronta, povo reunido, botamos o ensaio na avenida com um tremendo medo do som desafinar, da escola atravessar, de acharem que o enredo soaria pretensioso - coisa de carioca que acha que entende de tudo. Mas o desfile começou, a escola engrenou e eu fui me envolvendo com a história, fui trazendo novos ingredientes do passado, fui trazendo a literatura, a arte e o misticismo, fui me divertindo com o lugar, me apaixonando pelas personagens, enfim...um candidato a autor a caminho de se tornar um tipo da própria história. E a história ficava ainda mais interessante porque se passava num lugar que ensaiava me rejeitar, que enviava sinais de que jamais me adotaria porque eu era uma espécie de forasteiro e lá só estava por interesse profissional.

Não era verdade. Não é verdade. Se você souber chegar, respeitar as tradições, não agir como um idiota colonialista, os lugares do Brasil acabam te acolhendo; pelo menos em Belém assim tem transcorrido minha história. E ela se tornou tão bacana que agora, levo meu olhar de profissional de tv, ligado a cultura popular, tema recorrente de meus documentários*, e de pessoa ligada ao carnaval e ao samba cariocas para o Cirio de Belém. E ainda por cima, como comentarista de rádio, o que me traz imensa alegria. Adoro rádio. Sempre foi meu veículo favorito, embora esteja eu enfiado na tv 12 horas por dia há mais de 20 anos. A radio O Liberal CBN de Belém transmite o Cirio ao vivo e em todas as cores que os ouvintes puderem imaginar no sábado e no domingo desde as primeiras horas da manhã. E eu estarei por lá comentando o que minha emoção comunicar e estarei por aqui, no SRZD, postando minhas impressões através de textos, fotos e curtos vídeos. Feliz Cirio para Todos !

(*) Roberto Faustino dirigiu e escreveu entre os anos de 2000 e 2006, 6 séries de documentários para TVs por assinatura, como Olimpíadas.Doc, Nomes do Esporte e O Nome do Jogo para o SPORTV; Tantos Carnavais e Brasil Feito à Mão para o GNT e C.O.P.A para a ESPN. Ganhou 4 vezes o Festival de Milão em diferentes categorias e foi finalista do Emmy Awards International de 2006 com o episódio piloto de Tantos Carnavais.

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