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domingo, 27 de novembro de 2011

Jatene poderá entrar de cabeça na campanha contra a divisão do Pará

Leia o que disse o governador Simão Jatene em entrevista concedida à jornalista Rita Soares e publicada no jornal Diário do Pará, edição deste domingo (27):

Diário: No domingo passado, o senhor divulgou artigo manifestando pela primeira vez, publicamente, sua posição sobre a divisão do Pará. Por que essa manifestação?
Jatene: Desde que se começou a discutir essa história, eu ponderei sempre algumas coisas. A primeira delas é que isso é uma coisa tão séria que tem que ser tratada com muita, mas muita responsabilidade, sem açodamento. O plebiscito é um instrumento fantástico de participação, mas o voto é tanto mais democrático quanto mais as pessoas souberem efetivamente sobre o que estão votando, sob pena de o voto acabar se constituindo elemento de chancela ou aval do desejo de grupos de interesse.
Diário: Não há informação suficiente sobre o assunto?
Jatene: Eu acho que essa é uma das questões mais sérias.
Diário: Então, por que se manifestar agora?
Jatene: Os programas foram seguindo uma escala de agressividade. Eu sempre disse que eu estava preocupado com o dia da eleição, do plebiscito, mas não poderia deixar de ter uma atenção especial com o dia seguinte. No rumo que a campanha tomou, teremos mágoas e ressentimentos. Seja qual for o resultado, vamos ter que ter estratégias e projetos de desenvolvimento. Não conheço experiência bem sucedida de desenvolvimento em que autoestima do povo não seja um combustível fundamental. A campanha vinha na direção de quase destruir essa autoestima.
Diário: O que o levou a se manifestar foi o tom dos programas eleitorais?
Jatene: Claro. Se minha preocupação, como governador, é com o dia da votação, mas, sobretudo, com o dia seguinte, tenho o dever de preservar a unidade do povo.
Diário: Mas se o objetivo da campanha do SIM é mostrar que dividir o Estado será melhor, não é natural mostrar que do jeito que está é ruim?
Jatene: Acho que você pode fazer propostas, indicar coisas, mas tendo compromisso com a verdade. Quer um exemplo claro? A história do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Desafio que qualquer pessoa com compromisso com a verdade e bom senso possa dizer que depois de 2012 o FPE vai ser assim e assado. Existe uma determinação legal de que durante 2012 vamos ter que redefinir os critérios de distribuição. Como posso aceitar que se engane a população dizendo que vai crescer em R$ 3 bilhões? Isso não tem nenhum fundamento.
Diário: O senhor se sente pessoalmente atingido pelos programas eleitorais do SIM?
Jatene: De jeito nenhum.
Diário: Eles mostram um Estado arrasado...
Jatene: Essa não é uma questão pessoal. É uma questão de povo. O Pará está vivendo seu maior desafio. Estamos sendo cobaias. Um plebiscito que se define sem que antes se saiba quem irá votar... Isso só foi resolvido depois. Existem hoje mais de 20 projetos de redivisão. Precisamos pensar o que está por trás disso.
Diário: O senhor vai entrar de cabeça na campanha?
Jatene: O que me motivou (refere-se ao artigo) foram a agressão ao povo do Pará. Não posso, como governador, aceitar que a nossa gente seja tratada como um detalhe.
Diário: Repito, o senhor poderá entrar de cabeça na campanha?
Jatene: Não pensei sobre isso.
Diário: Se for preciso, se as pesquisas indicarem?
Jatene: Se houver agressão à nossa gente, eu não vou poder deixar de entrar. Terei necessariamente que participar da campanha do NÃO porque esse é o meu papel.
Diário: Aliados reclamaram...
Jatene: Não posso aceitar qualquer medida que possa provocar, contribuir, promover ou levar a que o debate sobre a divisão se transforme na divisão do povo.
Diário: O senhor foi acusado de ter feito promessa de se manter neutro e não ter cumprido...
Jatene: Se existe alguém que tem quase obsessiva preocupação com a coerência... Confesso que sou assim.
Diário: Mas fato é que o senhor disse que ia manter-se neutro...
Jatene: Não. Eu disse sempre que achava que não poderia contribuir para que a divisão levasse à ruptura de laços que a nossa tem. Na hora em que a campanha vem promovendo essa ruptura, não dizer nada é que seria incoerente.
(...)
Diário: O NÃO vai vencer?
Jatene: Prefiro não me manifestar. Quero só dizer que que continuo preocupado com o dia seguinte. Espero que as duas campanhas tenham maturidade e equilíbrio para mostrar pontos de vista sem agressões.

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