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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Secretário da Fifa faz revelações sobre a Copa de 2014

Em sua coluna no FIFA.com, o Secretário-Geral da entidade, Jérôme Valcke, comenta sobre sua visita recente ao Brasil, quando conheceu o novo Ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Ele fala também das conclusões que teve sobre o andamento da Copa do Mundo de 2014. Valke voltou para a Suíça animado. E fez algumas revelações, como o fato de o Brasil já ter definido 32 locais de concentração para as seleções (não revelados) e a quantidade de jornalistas que deverá vir para o País, 18 mil ao todo, além de atender a 3 milhões de torcedores nos estádios. Valcke afirmou em seu comunicado que a Fifa investe US$ 1,2 bilhão (R$ 2,1 bilhões) no Mundial do Brasil e que não há dinheiro público sendo gasto na parte esportiva do evento. Veja a íntegra do texto de Jérôme Valcke:

Prezados amigos do futebol,

Acabo de regressar de uma viagem muito produtiva ao Brasil, finalmente convencido de que estamos no rumo certo e de que em breve poderemos concluir o capítulo sobre a famosa "Lei da Copa". Será o encerramento de mais de dois anos de compromissos assumidos conjuntamente para encontrar uma solução sob medida para o Brasil.

Esses compromissos levam em consideração os objetivos do país, as leis pertinentes a ele e os requisitos de uma Copa do Mundo da FIFA — um evento que envolve 12 cidades em um território enorme, 32 locais de concentração para as seleções, 18 mil representantes da imprensa e mais de três milhões de pessoas nos estádios, além de outros tantos milhões nas FIFA Fan Fests.

Todos compreendem que, portanto, isso representa desafios operacionais imensos e que a Lei da Copa de 2014 é o alicerce para os próximos passos.

A recente conversa que tive com a presidente Dilma Rousseff, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, Vicente Cândido, me deixou convencido de que chegamos a um entendimento comum sobre aquilo que é necessário para fazer da Copa das Confederações da FIFA 2013 e da Copa do Mundo da FIFA 2014 um sucesso absoluto.

Agora, o foco dos trabalhos deve continuar sendo nossos esforços coletivos para transformar esses compromissos em realidade e garantir que possamos oferecer o melhor cenário para que as seleções e as torcidas desfrutem de duas competições inesquecíveis.

LEGISLAÇÃO
A legislação brasileira deve ser respeitada, mas também é verdade que, quando nos apresentamos para sediar a Copa do Mundo de 2014, assumimos o compromisso de aceitar as regras aplicáveis impostas pela FIFA.

Volto a dizer que os requisitos gerais que a FIFA solicitou ao Brasil, antes de sua nomeação como sede, são os mesmos dos Mundiais anteriores. Não estamos solicitando nada além do que pedimos para a Alemanha ou a África do Sul nem o que faremos para a Rússia e o Catar.

Os requisitos tampouco vão além do que o governo brasileiro concordou em atender quando recebeu o direito de organizar o torneio em 2007 — ponto que ninguém menos do que uma personalidade como Pelé, embaixador da Copa do Mundo no Brasil e ídolo do futebol no país, deixou claro esta semana.

"A legislação brasileira, conforme votada pelo povo soberano, deve ser respeitada", disse Pelé à agência italiana de notícias, ANSA. "Mas também é verdade que, quando nos apresentamos para sediar a Copa do Mundo de 2014 e recebemos o Mundial, assumimos o compromisso de aceitar as regras aplicáveis impostas pela FIFA, que se sobrepõem às leis nacionais dos países-sede. Portanto, não podemos agora culpar a FIFA, porque o que ela está pedindo que façamos está escrito claramente na lista de obrigações a ser cumprida pelo país escolhido para organizar a Copa do Mundo", completou.

A Copa do Mundo da FIFA atinge quase a metade da população mundial, uma audiência sem paralelo com qualquer outro evento esportivo. Imaginem o orçamento publicitário que o Brasil e suas cidades-sede normalmente teriam de gastar para obter o mesmo nível de exposição durante os 31 dias de competição, entre junho e julho de 2014.

INVESTIMENTO
Dito isto, é preciso considerar que, ao contrário dos Jogos Olímpicos, no qual o país-sede arca com a maioria dos custos de organização do evento, nas operações que envolvem a Copa do Mundo da FIFA, os gastos são totalmente financiados pelo setor privado.

A FIFA está investindo mais de US$ 1,2 bilhão para a organização do Mundial de 2014. Não há dinheiro público sendo usado para organizar a parte competitiva do evento. Todo o investimento do governo federal e das autoridades locais é em infraestrutura geral e permanecerá no Brasil, beneficiando o povo brasileiro.

A realização de um evento da magnitude de uma Copa do Mundo da FIFA vai além da construção de estádios de primeiro nível. O segredo do sucesso é a infraestrutura global, caso dos transportes públicos, da capacidade dos aeroportos e das acomodações para hospedagem.

Temos de garantir que todos os torcedores e torcedoras tenham a oportunidade de acompanhar sua seleção e de se divertir e não precisem passar por pesadelos logísticos durante o Mundial — e isto vale tanto para o público brasileiro quanto para o estrangeiro. A diversão e o bem-estar das torcidas é uma tarefa conjunta do Brasil e da FIFA, que ambos temos de atender ao longo dos próximos 17 meses, até o pontapé inicial da Copa das Confederações da FIFA, no dia 15 de junho de 2013.

Não resta dúvida de que o Brasil ocupa um lugar especial no mundo do futebol, constantemente revelando alguns dos maiores talentos que este esporte jamais viu. É o país da seleção pentacampeã mundial e todos com quem falo sonham em viajar até lá em 2014.

Milhares de torcedores estão aguardando ansiosamente a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 e esperam que suas seleções conquistem uma das 31 vagas tão cobiçadas para o torneio. E, igualmente importante, eu também sou um desses torcedores.

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