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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Acordo põe fim à paralisação

Negociação durou mais de 10h

Após dez horas de negociações, militares aceitam proposta de reajuste escalonado que varia de 18,25% a 26,25%

Depois de dez horas de negociação, o comando grevista dos policiais e bombeiros militares do Estado do Pará aceitou a contraproposta do governo estadual e pôs fim à greve da corporação, por volta de 21 horas de ontem, após consultar a assembleia da categoria, realizada em frente ao Centro Integrado de Governo (CIG). A oferta de reajuste salarial escalonado, variando de 18,25% a 26,25% para os praças e aumento para 70% na gratificação de risco de vida, no entanto, deixou a tropa dividida, com um grupo defendendo a continuidade da paralisação.

O anúncio do fim da greve foi feito em conjunto por representantes do governo e integrantes das várias associações ligadas aos policiais militares e bombeiros, no CIG, em entrevista coletiva à imprensa. A categoria ainda conseguiu avançar no pagamento do auxílio-fardamento, a ser pago, já em fevereiro, no cumprimento do pagamento da interiorização e na jornada de trabalho de 40 horas, que deve vigorar a partir de março.

Os demais itens da pauta de reivindicação dos PMs e bombeiros serão debatidos na mesa de negociação permanente, instalada pelo governo, outro resultado considerado positivo pelas lideranças da categoria. Uma negociação que ficará para depois diz respeito aos 30% para completar 100% do pagamento da gratificação de risco de vida.

Com os novos percentuais de reajuste, estendido apenas aos praças, os soldados ganharam 18,25%, saindo da remuneração total de R$ 1.905,50 para R$ 2.253,20. Aos cabos o aumento foi de 20,43%, variando de R$ 2.021,52 para R$ 2.434,61; aos terceiros-sargentos foi de 21,49%, indo de R$ 2.168,94 para R$ 2.635,13; aos segundos-sargentos foi de 21,03%, indo de R$ 2.439,16 para R$ 2.952,14. Primeiros-sargentos ganharam reajuste total de 20,97%, alterando a remuneração de R$ 2.569,21 para R$ 3.107,75; o soldo total dos subtenentes foi reajustado em 22,65%, aumento de R$ 2.726,82 para R$ 3.344,93.

Os chamados praças especiais também tiveram aumentos: para o aluno-soldado, ele foi de 8,85% e remuneração total de R$ 947,00; aluno-sargento, de 12,40%, saindo de R$ 899,22 para R$ 1.010,76; aluno-oficial, de 14,97%, saindo de R$ 973,00 para R$ 1.118,85; e aspirante a oficial, de 26,25%, aumentando de R$ 2.269,59 para R$ 2.865,31.

A titular da Secretaria de Estado de Administração, Alice Viana, afirmou que o aumento aos oficiais deve ser consagrado por meio de projeto de lei que ainda será enviado, em fevereiro, à Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Segundo ela, o acordo de ontem foi um "esforço para valorização" da categoria e a retomada de uma política de recomposição salarial para os servidores militares. A secretária destacou que os percentuais concedidos trazem um ganho real à classe de 11% a 24%, baseando-se no índice de inflação de 2011, de 6,5%.

"Não é bom. Podíamos avançar mais, mas vamos aceitar para poder continuar lutando por melhorias. Essa greve foi histórica porque conseguimos uma mobilização nunca vista em todo o Estado e conseguimos, pela primeira vez também, abrir uma mesa de negociação permanente com o governo", disse Hélio Borges, integrante do comando de greve da Associação de Praças Militares do Estado do Pará.

O diretor-presidente da Associação de Cabos e Sargentos do Estado do Pará, Francisco Xavier, diz que agora a orientação é manter a mobilização para que as próximas reuniões com o governo também tragam avanços. "Queremos mais ganhos. O objetivo é dobrar o salário dos PMs nos próximos três anos", declarou.

População já sentia insegurança nas ruas

Enquanto a Polícia Militar negociava com o governo do Estado, durante reunião no prédio do Centro Integrado de Governo (CIG), a população do Estado temia pela falta de policiamento nas ruas. "Se já é dificil com a polícia trabalhando, imagina sem policiamento. Estaremos entregues nas mãos de bandidos", desabafou o autônomo Antonio Caldas.

A preocupação do autônomo era compartilhada pela dona de casa Francisca Ramos, que temia pelo aumento da violência no bairro onde mora. "Espero que os policiais entrem em acordo e desistam da paralisação. Se a greve começar a população será a mais prejudicada, principalmente quem mora em bairros periféricos, como é o meu caso, que moro na Terra Firme, um dos bairros mais perigosos de Belém", comentou Francisca.

Ontem, duas pessoas foram executadas durante a manhã e um caixa eletrônico foi arrombado durante a madrugada. "Este é apenas o sinal da falta de segurança na cidade. Os criminosos estão torcendo por esta greve, pois terão o campo de batalha livre. Vi no noticiário da televisão que um rapaz foi morto durante assalto em Canudos e um trabalhador foi executado em Ananindeua quando saía para trabalhar. Isso tudo aconteceu durante o estado de greve da PM, imagina quando a greve começar, o que será de nós?", indagou o aposentado Joaquim Miranda Nunes, de 68 anos.

Durante toda a manhã de ontem, os policiais militares promoveram manifestações no centro da cidade. Aproximadamente 200 PMs protestaram em frente ao prédio do Centro Integrado de Governo (CIG), na avenida Nazaré, em Belém. Os militares chegaram a interditar o trânsito na avenida.

Insatisfação divide a tropa e dissidentes prometem protestos

Os representantes das várias associações componentes do comando de greve da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar tiveram dificuldade de comunicar à assembleia as informações sobre o acordo firmado com os integrantes do governo do Estado. A tropa reunida em frente ao Centro Integrado de Governo esperava muito mais do que o reajuste conquistado e estava disposta a permanecer em greve. O debate entre lideranças e um grupo de resistência foi levado até o fim, vencendo o argumento da parcela que pôs fim ao movimento grevista.

Frases hostis foram ditas por muitos que ficaram em frente ao Centro Integrado de Governo depois que a negociação terminou. Eram os insatisfeitos com a decisão das lideranças ligadas às associações de PMS e bombeiros. Mostrando revolta, alguns ofenderam os líderes da categoria e propuseram manter a greve.

Uma das ideias do grupo era ir de quartel em quartel avisar aos demais militares que a greve não havia terminado. Outros pretendiam invadir a sede da Associação de Soldados e Cabos do Estado do Pará a fim de forçar uma nova mobilização em torno do movimento. Depois de 21h20, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará (Sintep) surgiram para ajudar os dissedentes e até forneceram um carro-som para os protestos.

Outra proposta era ir em passeata até o Comando Geral da Polícia Militar, na avenida Almirante Barroso. Mas, devido à falta de organização e ao cansaço dos que protestavam, houve desistência. Eles garantiram, porém, que hoje continuariam brigando pela manutenção da greve e pelo aumento do soldo em 100%, como estava descrito na pauta original de reivindicação da categoria. (Fonte: Amazônia - Foto: Ag.Pará)

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