O conteúdo dos sermões dos padres católicos, realizados durante as missas, foram alvo de análise crítica pelo padre italiano Cláudio Pighin, doutor em teologia, com mestrado em missiologia e comunicação. O pesquisador é um dos autores do livro "Homilética e Comunicação". A informação foi abordada em matéria da edição de ontem de O LIBERAL.
Fiéis de Belém acreditam que as homílias poderiam ser melhores, mas, ainda assim, estão satisfeitos com a qualidade das pregações. O corretor de imóveis Yuri Martins, 39 anos, concorda que alguns padres são monótonos na hora dos seus sermões. Ele prefere os mais animados. "Eu costumava assistir à missa em uma igreja onde o padre falava de forma muito clara e atual. As pessoas costumavam elogiá-lo após a celebração", relembrou.
Para a aposentada Sandra Menezes, 62 anos, o conteúdo dos sermões deve trazer temas edificantes. "Eu acho que os fiéis querem ouvir os chamamentos de Deus para os dias de hoje". Sandra aprovou o sermão que ouviu na missa de ontem, mas afirmou que poderia ter sido mais empolgante.
Porém, nem todos os católicos estão de todo insatisfeitos com a qualidade das homílias. O aposentado Lacy Brito, 76 anos, acredita que temas como política e outras questões atuais não devem fazer parte dos sermões. "Eu não acho que seja papel do padre discutir esses temas. Gosto de ouvir a palavra de Deus, se o padre preferir discutir política, eu mudo de paróquia", advertiu.
Para Yolanda Barbosa, 85 anos, a qualidade dos sermões realizados nas igrejas hoje está excelente. "Eu não tenho do que me queixar. Gosto muito das homílias da igreja que frequento". Já a aposentada Maria José de Brito, 70 anos, acredita que os fiéis precisam tirar lições destes sermões. "Contanto que o padre consiga ilustrar situações que os católicos possam absorver para o seu dia a dia, pra mim já está de bom tamanho", concluiu.
As missas de domingo, diferente daquelas realizadas durante a semana, atraem um público mais jovem. Porém, é raro avistar jovens na faixa dos vinte anos que não estejam apenas acompanhando os pais ou avós.
Crítica - A polêmica sobre o conteúdo dos sermões atuais foi levantada pela própria Igreja Católica, em 2011, quando o ministro da Cultura do Vaticano, cardeal Gianfranco Ravasi, chamou a atenção de padres de todo o mundo ao declarar que as homilias carecem de conhecimento cultural, intelectual e espiritual, classificando os sermões de "incolores, inodoros e sem sabor".
Realmente, esses padres deixam MUITO a desejar. Eles não falam "cra com cre". Começam um assunto e não sabem terminar. Eles deveriam se espelhar no Padre Ramos que fala do jeito que o povo entende.
ResponderExcluirSr. Ércio, parabéns pelo blog. Sou sua leitora assídua.