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sexta-feira, 23 de março de 2012

Linchadores digitais

Gilberto Dimenstein

Por Gilberto Dimenstein, jornalista, ganhador dos principais prêmios destinados a jornalistas e escritores.

A polícia prendeu dois jovens de classe média acusados de propagar, na internet, o ódio contra negros, mulheres, nordestinos, judeus e esquerdistas. Graças à ação policial, pudemos ver o rosto desses covardes que se protegiam no anonimato. Os jovens são apenas o lado mais radical de um comportamento que prospera cada vez mais na rede: o linchamento digital. E ainda não sabemos direito como lidar com essa doença social.

Não foi a internet obviamente que inventou o preconceito e a intolerância. Mas ela lhe deu um novo formato, desafiando a liberdade de expressão. Os linchadores digitais se beneficiam do fato (maravilhoso) de que o jornalismo é cada vez mais interativo e o leitor tem mais poder de crítica.

Difundem qualquer asneira, movidos pelo ressentimento, ódio, inveja, seja lá o que for. Bastou, na minha coluna sobre Thor, eu defender o princípio básico de que devemos julgar alguém com base em fato e não emoções (o que é óbvio) e os linchadores digitais voltaram a atacar, como se eu tivesse atropelado o ciclista). Quando critico o PSDB, aparecem os linchadores da "direita"; quando a crítica é ao PT, vêm os linchadores da esquerda.

Confesso que, no meu caso, eu até, em muitos casos, me divirto, tamanha a baboseira. Fiz aqui uma brincadeira para que os leitores fizessem uma votação para que eu me decidisse se sou PT e PSDB --e muitos linchadores levaram a sério e votaram.

Mas, para muita gente indefesa, pode afetar a autoestima e gerar problemas profissionais ou na escola.

Apesar dos covardes que habitam a internet, digo que vale a pena esse efeito colateral diante de tantos avanços democráticos que o jornalismo digital está propiciando.

Nós, que somos a geração pioneira de jornalistas digitais, temos o papel de educar os selvagens digitais para que se melhore o padrão de civilidade na rede.

Quando possível, para quem extrapola os limites, só esperamos que, como ocorreu com aqueles jovens de classe média que pregam o ódio contra negros, nordestinos, mulheres e judeus, seja usado um recurso antigo e presencial: polícia. (Na Folha.com)


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