As águas dos rios Tapajós e Amazonas continuam subindo e colocando em alerta os órgãos de segurança. A marca registrada na régua localizada na Companhia Docas do Pará em Santarém marcou nesta quarta-feira 7m72cm, superando em oito centímetros a marca registrada no mesmo dia e mês de 2009 que foi de 7m64cm quando a região teve a maior enchente dos últimos anos. Em Santarém, a avenida Tapajós, que fica às margens do rio, em alguns perímetros já se encontra submersa, como em frente a Capitania dos Portos onde as águas já ameaçam penetrar no terreno da instituição.
Segundo o capitão dos Portos em Santarém, Comandante Andrade, a preocupação é muito grande, inclusive já está pensando em transferir o acesso de entrada que é pela avenida Tapajós para o portão que fica na Travessa 02 de Junho, isso porque a água já alcançou o portão principal de acesso. Para ele, a preocupação maior é com as embarcações que trafegam pelos rios da região. De acordo com ele, tem sido feito um trabalho muito intenso com os comandantes para que eles redobrem a atenção, principalmente quando navegarem no rio Amazonas.
“Manter seus equipamentos de navegação sempre prontos para operar, como radar, holofotes, buzina, luz de navegação quando andar a noite e ter todo o material de salvatagem a bordo, além de não permitir o acesso de passageiros à cabine de comando, uma vez que o comandante é o responsável pela embarcação junto à Marinha”, destaca.
PROBLEMA
Segundo o comandante Andrade, este ano o problema não vem sendo tão agravante como na última grande enchente devido as informações que já foram repassadas e muitos deles se prepararam para este fenômeno da natureza, inclusive muitos já saíram de suas casas e outros estão morando em embarcações.
Defesa Civil monta QG para emergência
Na avenida Tapajós, no centro de Santarém já foram instaladas algumas bombas para sugarem as águas da rua de volta para o rio. Essas bombas trabalham ininterruptamente para evitar que toda a avenida seja tomada pelas águas a exemplo do que aconteceu em 2009. Em frente à Capitania dos Portos o trânsito está interditado pois toda a parte da rua está alagada. Já no centro comercial, a Secretaria Municipal de Transporte monitora o tráfego para evitar maiores transtornos.
A Defesa Civil Municipal continua recebendo pedidos de ajuda dos ribeirinhos e agora também da parte de pessoas que moram às margens de igarapés que estão transbordando no interior. Eliene Amaral, coordenadora municipal da Defesa Civil, disse que é impossível se ter uma estatística do número de desabrigados, uma vez que a cada dia aumenta, mas que a Defesa Civil está ajudando na medida do possível a essas pessoas.
Diante desta situação, a Defesa Civil Estadual montou uma sala de situação que está localizada no quartel do Corpo de Bombeiros em Santarém, com a finalidade de coordenar as ações nos doze municípios que esta regional abrange, dentre eles o município de Santarém.
Segundo o Major Cláudio Tavernard, que é o representante da Defesa Civil Estadual nesta região, já existe um planejamento voltado para este ano que contempla um potencial de ações para atuar numa situação similar a de 2009. A Defesa Civil Estadual está acompanhando e monitorando todos esses municípios e a principio a demanda maior foi por madeira para elevação de assoalhos, construção de passarelas para atender as necessidades básicas, afim de não comprometer o direito de ir e vir das pessoas.
Já foi fechado um cronograma de viagem de técnicos da Defesa Civil por todos esses municípios para ajudarem na confecção de processos para declaração de situação de emergência, se realmente vir a caracterizar e justificar. (Diário do Pará)
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