O crescimento das águas dos rios Amazonas e Tapajós vem mudando a paisagem da frente de Santarém. O que na semana passada era apenas uma vala coberta de água ontem se transformou em um lago, causando medo e preocupação aos comerciantes de dentro e de fora do Mercado Modelo, no centro da cidade, um dos pontos de abastecimento de pescado da cidade. As águas do rio Tapajós, infiltradas pela orla, provocaram o alagamento de um quarteirão inteiro na frente do Mercado Modelo.
Ontem, o alagamento estava cobrindo todo o asfalto e já ameaça invadir as lojas cujos pisos não estão muito acima do nível da rua, uma vez que a cheia continua aumentando. Durante a Semana Santa, a medida do rio se manteve estável, mas com a chuva da última segunda-feira o volume de água subiu para 7,70m. A marca, registrada pelas réguas da Agência Nacional de Águas, instaladas no cais do porto da CDP, é 10 centímetros superior ao mesmo período de 2009, quando houve a maior enchente da região.
Por conta disso, o setor de engenharia da Seminf – Secretaria Municipal de Infraestrutura, fez ontem uma vistoria no cais de arrimo, onde atracam os barcos de madeira que fazem linha para as comunidades do interior. No local, existem muitas rachaduras que colocam em risco a estrutura da orla. Mas a conclusão é que ainda não há risco de desabamento, embora muitos trabalhadores da área denunciem o risco.
A invasão da frente do Mercado Modelo levou a prefeitura a instalar mais uma bomba para drenagem da água, perfazendo, assim, cinco equipamentos para sucção instalados na orla. O secretário municipal de Infraestrutura, Inácio Correa, disse que a bomba vai proporcionar aos comerciantes um pouco mais de tranquilidade, pois haverá menos risco de perda de mercadorias e também será possível manter o fluxo de consumidores nos estabelecimentos. De acordo com o secretário, a prefeitura acompanha diariamente o nível do rio por meio dos técnicos da Defesa Civil.
Desde o inicio do mês de Março as águas do rio tapaj´so invadiram a área comercial de Santarém. No local já fram instaladas cinco bombas de sucção para evitar que os prédios sejam invadidos de surpresa. Várias ruas foram interditadas para o trânsito e a passagem de pedestres ainda é possível por causa das passarelas que foram construídas na área. Cinco regiões do município, como Alter do Chão onde foi preciso desligar a energia da orla, já sofrem bastante com as enchentes. (Diário do Pará)
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