Não faltarão componentes midiáticos e financeiros no calvário que se projeta, entremeando manchetes pesadas na mídia tradicional e fortes solavancos na Bolsa de Valores de São Paulo. Por todas estas, além do resultado em si de uma investigação deste tipo, tudo o que Dilma e Lula não querem é uma CPI exclusiva sobre a Petrobras.
A titular do STF, por outro lado, pode entender como correta a interpretação de senadores governistas para a Constituição e o regimento do Senado. No pedido de mandado de segurança em resposta à iniciativa da oposição, o que se quer de Rosa Weber é a compreensão de que a CPI tem de agregar, além da Petrobras, investigações sobre o escândalo Alstom-Siemens de distribuição de propinas no governo de São Paulo e, de quebra, obras no porto de Suape, em Pernambuco.
A aceitação desse pedido daria ao governo o antídoto perfeito para o movimento oposicionista, devolvendo sobre Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, a carga de interrogações sobre contratos obscuros assinados em São Paulo e em Pernambuco. Ambos sofreriam, assim, um perigoso ataque pela retaguarda.
No rodízio de recepções de pedidos protocolados no STF, a solicitação da oposição poderia ter recaído sobre qualquer um dos onze ministros da corte. O mistério seria menor se, por exemplo, o julgador fosse o ministro Gilmar Mendes ou seu colega Dias Toffoli. Eles são identificados, à distância, com a oposição e o governo, respectivamente, o que levaria ao desfecho mais previsível – em caso contrário, a uma surpresa geral.
Nas mãos de Rosa Weber, a previsão pela que passa na cabeça dela é mais nebulosa. No marco decisório mais recente do STF, Rosa votou durante a AP 470 ora com as teses do relator Joaquim Barbosa, ora com a interpretação do revisor Ricardo Lewandowski. Ao final, alinhou-se com os votos que derrubaram as condenações por formação de quadrilha sobre os réus. (Brasil 247)
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