Com os altos preços das roupas no Brasil, aumenta a procura por peças de vestuário em outros países, que oferecem valores consideravelmente mais baixos. No entanto, essa nova concorrência prejudica a indústria nacional, que possui custos elevados de produção. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), os viajantes brasileiros compraram cerca de R$ 12 bilhões (aproximadamente US$ 5 bilhões) em roupas do exterior somente no ano passado.
Esse valor corresponde ao faturamento anual estimado das quatro maiores cadeias do varejo têxtil — Riachuelo, Renner, C&A e Marisa. Além disso, de acordo com Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, o que o país deixa de ganhar com as compras no exterior equivale de 6% a 8% do faturamento anual desse segmento do varejo.
Pimentel afirma que o problema não é trazer produtos do exterior, mas critica os excessos. “As pessoas hoje viajam com o objetivo de fazer compras. Só não trazem carros nas malas porque não cabem. Então é preciso que haja uma regulação, do contrário, é criada uma competição desleal. Tem gente que viaja e traz produtos para revender, sem pagar impostos. Isso prejudica o empresário que paga suas taxas”, argumenta.
Esse valor corresponde ao faturamento anual estimado das quatro maiores cadeias do varejo têxtil — Riachuelo, Renner, C&A e Marisa. Além disso, de acordo com Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, o que o país deixa de ganhar com as compras no exterior equivale de 6% a 8% do faturamento anual desse segmento do varejo.
Pimentel afirma que o problema não é trazer produtos do exterior, mas critica os excessos. “As pessoas hoje viajam com o objetivo de fazer compras. Só não trazem carros nas malas porque não cabem. Então é preciso que haja uma regulação, do contrário, é criada uma competição desleal. Tem gente que viaja e traz produtos para revender, sem pagar impostos. Isso prejudica o empresário que paga suas taxas”, argumenta.
ALTO CUSTO DE PRODUÇÃO
A questão da tributação, aliás, é um dos
fatores que encarecem a produção nacional e influencia no valor final
das peças. Gerente comercial da grife Cavendish, Laisa Brasil conta que
não é fácil se manter no mercado. - “Quase 40% do que se paga em uma peça de roupa são relativos a impostos.
No fim das contas, incluindo encargos com matéria-prima, mão de obra e
estoque, o lucro das empresas fica realmente baixo”, avalia.
Pimentel lembra que entre os países emergentes,
o Brasil é o que tem a maior carga tributária. Ele critica também a
burocracia. “Os impostos devem ser menores e mais fáceis de ser pagos. A
burocracia drena o esforço das empresas, que poderiam estar investindo
mais em marketing, tecnologia e desenvolvimento”, diz.
Consumidor critica preços
Apesar da justificativa da indústria para os
altos preços das roupas, os consumidores alegam que os valores não estão
de acordo com o orçamento da maioria das famílias. Pensando nisso, o
casal Cássia Maria Paes Mano, 40 anos, e Daniel da Rocha Oliveira, 31,
decidiu comprar nos Estados Unidos o enxoval do bebê que está esperando.
- “A viagem foi planejada para compras. Mesmo
considerando as despesas com passagem aérea e hotel compensa fazer o
enxoval no exterior. Lá, um conjunto com cinco bodies sai por US$ 10,
cerca de R$ 23. Aqui, um mesmo modelo não sai por menos de R$40”, avalia
Cássia. Segundo ela, o casal vai aproveitar para trazer roupas também
para as filhas de 11 e 5 anos.
Já a comissária de bordo Maria Lucia Branco, 56
anos, conta que dá preferência a comprar roupas no exterior para evitar
pagar mais caro no Brasil. - “Em função da minha profissão, viajo para a
Inglaterra com frequência e acabo fazendo compras por lá. Uma calça
jeans, por exemplo, que pode ser encontrada por 10 libras, cerca de R$
40, aqui dificilmente se paga menos de R$ 100”, explica. (O Dia)
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