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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Vale a pena ler: UM SABOR DE FIM DE FESTA

Por Carlos Chagas.
A presidente Dilma será diplomada amanhã, no Tribunal Superior Eleitoral. Não está previsto qualquer pronunciamento dela, como praxe para todos os presidentes diplomados. Caso não surjam outras oportunidades, sua palavra será ouvida no primeiro dia de janeiro, quando de sua segunda posse, fora, é claro, as mensagens de Natal e Ano Novo.

O evidente desgaste do governo faz prever um discurso curto, sem maiores explicações a respeito do escândalo na Petrobras. Muito menos sobre as dificuldades para a formação do novo ministério. Aguardam-se referências à situação econômica e à programação administrativa para 2015.

Conseguindo ou não o PT mobilizar forte contingente sindical para assistir o desfile em carro aberto no dia da posse, a verdade é que se tem a impressão de uma festa amorfa, insossa e inodora. Novidades, o país não espera, seja em termos de planos e programas, seja em entusiasmo popular. O novo começo surge com sabor de fim de festa. Merecerá curtos registros na imprensa internacional e junto aos governos estrangeiros, apesar de a mídia, aqui, reservar espaço e tempo para o evento. Provavelmente sob a indiferença nacional, dada a pouca ou nenhuma atenção do cidadão comum.

É esse o retrato do Brasil de hoje, desprovido de emoção e incapaz de ser surpreendido. Um filme velho será apresentado a uma plateia desinteressada e sem motivação. Tanto a reeleição quanto a decepção por quatro anos marcados pela ausência de iniciativas capazes de empolgar o sentimento popular conduzem o cidadão comum a dar de ombros, olhar para o próprio umbigo e conformar-se com a mediocridade verificada à sua volta. Foram-se os tempos de esperança e de ilusão que a memória registra nas posses de Getúlio Vargas, em 1951, de Juscelino Kubitschek em 1956, de Jânio Quadros e de João Goulart em 1961 e até daquela que não aconteceu, de Tancredo Neves, em 1984. Não haverá que esquecer a ascensão do Lula ao poder, há doze anos.

A culpa não é da presidente Dilma, mas de sua falta de carisma, mensagem e capacidade para sensibilizar sequer os clientes do bolsa-família. Sua segunda posse lembra, como a primeira, a aula inaugural do bispo, num seminário onde os noviços cumprem o ritual recatado de aceitação da liturgia que não contestam nem discutem.

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