Consumidores da Celpa pagam a maior tarifa de energia elétrica do País

O reajuste tarifário de 34,34%, autorizado em agosto do ano passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) à Celpa, levou o consumidor paraense a pagar a maior tarifa de energia elétrica do País. Segundo os dados da agência reguladora, cada unidade consumidora do Estado gasta em torno de R$ 0,48 por cada quilowatt-hora (kWh). O custo é quase o dobro do que paga um cliente residencial em cidades como Boa Vista, São Paulo e Brasília, que aparecem na outra ponta dessa lista.

Como comparativo, enquanto um consumidor da Celpa, em Belém, paga por um consumo mensal de 240 kWh aproximadamente de R$ 115,20, um cliente da Boa Vista Energia ou da Eletropaulo, na Região Metropolitana de São Paulo, gasta pelo mesmo consumo em torno de R$ 69,60. Se ela for uma unidade consumidora da CEB Distribuidora, no Distrito Federal, a conta mensal fica em R$ 72,00.

Isso sem considerar os acréscimos das atuais bandeiras tarifárias instituídas pelo governo no início deste ano. Com essa mudança, a cobrança pelo consumo de energia elétrica ainda deve aumentar R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos, se o respectivo mês for indicado como de bandeira vermelha (em condições mais custosas de geração).

No geral, além da Celpa, figuram no rol das concessionárias de energia elétrica que cobram as tarifas mais altas do País, a Companhia Hidroelétrica São Patrício (CHESP), com cobrança de R$ 0,46 por cada kWh; a Cooperativa Aliança (COOPERALIANÇA), com R$ 0,44; a Companhia Luz e Força Santa Cruz (CPFL Santa Cruz), com R$ 0,43; e a Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (SULGIPE), com 0,43. 

Fatura deve ficar mais salgada em agosto
Ao que tudo indica, as faturas de energia das quase 2,2 milhões de unidades consumidoras atendidas pela Celpa no Pará vão ficar ainda mais caras até o final do ano, disparando como as tarifas mais elevadas dentre as 64 concessionárias brasileiras de energia elétrica. De acordo com a Aneel, a Celpa será a primeira das distribuidoras, que estão no topo do ranking das que praticam as maiores cobranças, a reajustarem os seus preços. 

O reajuste homologado em 7 de agosto de 2014 deverá ser revisto até o dia 6 de agosto deste ano, prazo de validade da tarifa vigente. Mas ainda há o risco dessa elevação chegar antes do prazo. A Aneel comunicou no começo deste mês a metodologia de Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) das concessionárias de distribuição de energia, que está em audiência pública e levará em consideração três principais componentes financeiros: o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) 2015, a devolução do repasse da CDE de 2013 e o recálculo do custo de compra de energia.  (Jornal Amazônia)