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sábado, 16 de maio de 2015

Poetando: TRADUZIR-SE / Ferreira Gullar

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. 
Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. 
Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. 
Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. 
Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. 
Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. 
Traduzir uma parte na outra parte — que é uma questão de vida ou morte — será arte?
Como crítico de arte e pensador, Ferreira Gullar está entre os mais lúcidos escritores da atualidade. Seus textos têm clareza e a sagacidade dos que indicam caminhos e denunciam falácias que se revelam em discursos políticos ideológicos como também nas bienais de arte. Sua poesia é fruto de uma sensibilidade erudita, lírica e social. Sua poética é capaz de traduzir, além das angústias do homem contemporâneo, os fecundos silêncios que alimentam seus próprios conflitos, inquietações, tristezas e alegrias. 

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