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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Na nossa Sala de Visita, Silvio Kanner, presidente da AEBA.

Como você avalia os resultados da última greve dos funcionários do Banco da Amazônia?

- Os resultados foram modestos, em termos econômicos; tínhamos duas expectativas centrais nessa campanha e não atingimos nenhuma delas integralmente. A primeira era garantir a divisão igualitária de custos com assistência à saúde, conforme Inciso VI do Art. 1º da CCE 009/1996, entre a empresa e os empregados. Atualmente, o Banco é responsável por 35% das despesas e os empregados ativos e aposentados respondem por 65%, o que escancara uma divisão bastante injusta e que precisa mudar.

A segunda era a de que o Banco destravasse os mecanismos de gestão que eles usam para bloquear o exercício do direito de receber horas extras, principalmente a descentralização da alçada de deferimento, hoje monopolizada pela diretoria. O que conseguimos foi que o Banco aplicasse mais 20% nas tabelas de enquadramento do reembolso, o que beneficiará uma minoria dos empregados, cerca de 700. Também reivindicamos a adoção de uma política consolidada sobre a concessão de horas extras.

As demais cláusulas são garantias da Convenção Coletiva Nacional da FENABAN ,que embora nos permita o mesmo reajuste dos demais Bancos, mantém o funcionalismo do Banco da Amazônia com o menor salário do sistema financeiro nacional.

A diretoria da AEBA avaliará essa situação e vai a partir de agora buscar outros caminhos para solucionar esses problemas.

Isso significa que encerrar a Greve agora foi um equívoco ?

- Acho que não. Uma greve como essa só é plenamente vitoriosa quando pode contar com a unidade das entidades do movimento sindical. Em 2011 a AEBA carregou uma Greve praticamente sozinha, com ajuda apenas de Sindicatos como Amazonas, Tocantins e Maranhão, que estão afastados de Belém. Sem a participação do Sindicato dos Bancários do Pará no processo de Luta, como ocorreu em 2011, a Greve passaria a ser uma questão de confronto entre a AEBA e a Diretoria do Banco e isso não é saudável. Como a CONTRAF e o Sindicato do Pará anunciaram imediatamente que iriam aceitar a proposta da Diretoria do Banco, a AEBA resolveu também encerrar esse momento de luta para avançar em outras campanhas.

Ademais, diferente de 2011, avaliamos também que havia poucas condições de e avançar no TST, em caso de Dissídio Coletivo. Considerando que não havia tentativa de retirada de Direitos na proposta do Banco, como no ano passado, achamos mais prudente encerrar a Greve.

Quais serão as prioridades da AEBA agora?

- A partir de agora vamos fazer uma jornada de visitas aos estados e às agências do Banco, para discutir os resultados da Greve com todos os empregados e começar a trabalhar em outras campanhas. Também vamos priorizar a solução do problema dos Engenheiros do Pará, pelos próximos meses, pois achamos que isso merece uma atenção especial.

O que aconteceu com os Engenheiros?
- Os engenheiros do Pará têm uma Ação Judicial com trânsito em Julgado, que obriga a empresa a garantir um salário base de seis salários mínimos. Na sentença, porém, o juiz reconhece que os engenheiros integram uma categoria especializada e que, em razão disso, se diferenciam da categoria de Bancários. Por isso, o Banco vem utilizando essa sentença, que ainda não cumpriu diga-se de passagem, para fazer terrorismo com os engenheiros. Primeiro, afirmou que a Greve, no caso dos engenheiros seria ilegal; depois fez uma comunicação formal a todos e descontou os dias de greve de seus salários; finalmente, vendo a asneira que tinham feito, creditaram novamente o valor descontado.

Agora, depois da greve, vem um diretor do Banco - sr. Luiz Otávio - por sinal empregado da casa, afirmar que os engenheiros não fazem jus ao reajuste aprovado para a categoria bancária. Entendemos que o Banco precisa adotar um posicionamento coerente, pois até agora nem executa a ação judicial nem quer assegurar os direitos dos engenheiros conquistados em Acordos Coletivos assinados com os Sindicatos de Empregados de Bancos. Essa posição dúbia denota que o Banco interpreta a sentença judicial apenas no que lhe arada ou convém. Nova frente de luta à vista para a AEBA, portanto.

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