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domingo, 25 de outubro de 2015

Vale a pena ler: Onde e como estão vivendo os familiares dos ladrões da Lava Jato?

Editorial - Jornal do Brasil
O patrimônio ilícito dos delatores criminosos da operação Lava Jato é um dos pontos mais intrigantes de toda a investigação. Vimos, por meio de cópias de extratos de cartão de crédito, como a mulher e os familiares do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usufruíram e continuam tendo acesso ao dinheiro ilegal no Brasil e no exterior.

Pouco se fala, entretanto, do destino do dinheiro roubado por doleiros, empreiteiros e ex-diretores da Petrobras. Menos ainda: raramente ou nunca vemos como seus familiares estão vivendo. Sabemos, por exemplo, como vive a mulher de um ladrão de galinhas, morador de alguma favela. Enquanto o marido está preso, ela recebe, para sustentar os filhos, uma quantia que pagaria apenas o café dos ladrões de colarinho branco. Se esse pai deixa a prisão ou vem a morrer, não haverá patrimônio a usufruir.

Já no caso dos bandidos da Lava Jato, somos portadores da infeliz notícia de que seus familiares continuam jantando nos restaurantes mais caros de Miami ou que continuam frequentando os cursos mais caros de Londres. E nem é preciso ir tão longe: o ex-presidente e atual senador Fernando Collor ganhou de presente do Supremo o direito de guardar os automóveis de luxo de origem duvidosa. Os juízes só esqueceram que o ditado autoexplicativo nos ensina que cabrito não pode guardar horta. Logo ali ao lado, no balneário de milionários conhecido como Angra dos Reis, o ex-diretor Pedro Barusco fuma seu charuto à beira-mar. Seus familiares devem estar navegando em algum iate pelas 365 ilhas de Angra.

Pergunta-se: esse dinheiro do qual se utilizam as famílias no exterior terá saído do Brasil, mesmo após a explosão dos escândalos? A Receita Federal terá conhecimento dessas movimentações financeiras? Ou os ladrões continuam em constante flagrante de crime, operando ilegalmente lá fora para fazer mais dinheiro e, simultaneamente, respondendo a processos e acusações aqui dentro? Como explicou o advogado Marcelo Itagiba, em entrevista recente ao Jornal do Brasil, ao contrário do ladrão de galinhas, que roubou uma única vez e não pode mais prover a família porque está na cadeia, há evidente sinal de que os ladrões da Lava Jato estão incorrendo em crime permanente por manter as contas no exterior.

"Quem pratica crime, e está praticando crime, tem que ser levado para a delegacia e ser autuado em flagrante pela prática do crime. Quem toma conhecimento da existência do crime, se não age, prevarica", explica, da maneira mais clara, Itagiba. "A pessoa em 'estado flagrancial' tem que ser conduzida para uma delegacia e autuada. No caso de um parlamentar, teria que ser apresentado ao presidente da Casa. Quando se trata do presidente desta, é apresentado ao vice", informa a reportagem do JB.

Ainda nos atendo ao paralelismo entre ladrões de valores vultosos e ladrões ordinários, cabe um último questionamento: um homem que assalta um cidadão e rouba seu telefone celular pode receber pena de reclusão de quatro a 10 anos, está na lei. Não seria justo, então, que a pena para esses criminosos da Lava Jato se multiplicasse por 200 milhões, que vem a ser a população brasileira e, consequentemente, o número de pessoas lesadas por esses dilapidadores do bem público?

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