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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Historiadores contestam provas de que Igreja perdoou Padre Cícero

Jornal O DIA/RJ
Uma polêmica e tanto agita os bastidores da Igreja Católica. Especialistas em processos canônicos contestam o alarde que a Diocese de Crato, no Ceará, a dez quilômetros de Juazeiro do Norte, vem fazendo em torno de duas cartas do Vaticano. Na visão da Cúria local, as correspondências garantem que Roma concedeu a tão sonhada reconciliação da Igreja com o Padre Cícero Romão Batista, um dos candidatos a santos mais populares do Brasil.

Padre Cícero foi excomungado pelo bispo do Ceará, dom Joaquim Vieira, acusado de manipulação da fé. Ele não conseguiu fazer com que a Igreja reconhecesse o ‘milagre da hóstia” — as comunhões dadas por ele à beata Maria de Araújo teriam se transformado em sangue. Como castigo, foi proibido de pregar, ouvir confissões e celebrar missas. Morreu em 1934, aos 90 anos, sem ter esses direitos restabelecidos como sacerdote. Após sua morte, o número de fiéis em romarias à cidade que ele fundou, Juazeiro do Norte, cresceu e transformou as peregrinações num dos maiores encontros de fé do País.

Para críticos, porém, ambas não endossam que o Papa Francisco tenha concedido de fato o perdão, transformando o episódio “numa possível farsa”, que seria alimentada pelo bispo do Crato, dom Fernando Panico.

Em carta de sete páginas, de 20 de outubro de 2015, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e endereçada a Panico, a diocese interpreta trechos como sinônimo de reconciliação. Principalmente o que diz: “Mas é sempre possível, com a distância do tempo, reavaliar e apreciar as várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero como sacerdote”. Ao divulgar tal carta (íntegra em www.diocesedecrato.org), em dezembro, com festa para 50 mil devotos, o bispo fez o milagre de triplicar as romarias no Sertão do Cariri e a arrecadação para os cofres da Mitra Diocesana.

“Em momento algum o Vaticano fala em reabilitar, reconciliar ou perdoar o Padim Ciço. Apenas realça as qualidades de Cícero, nada mais. É embromação”, diz o advogado Lauro Barretto, devoto fervoroso do Patriarca do Nordeste. Como estudioso de processos canônicos, Barreto escreveu um livro que será lançado em abril.

Questionado pelo DIA, Armando Lopes Rafael, chanceler do bispado do Crato e porta-voz de dom Panico, entregou à reportagem outra carta inédita, em italiano. Datada de 5 de setembro de 2014 e assinada pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Gerhard Müller, “comunicando”, segundo ele, a conciliação.“O Papa raramente assina cartas, delegando essa tarefa ao secretário de Estado. Existe uma minoria que não gostou da reconciliação da Igreja com o Padre”, lamentou Armando. “Essa carta de 2014 não garante a reconciliação. A Diocese de Crato interpretou errado as duas cartas”, diz Lauro.

Prefeito é assassinado com tiro nas costas

Cícero Lopes (Pros), prefeito do município amazonense de Maraã (localizado a 615 km da capital Manaus) desde 2013, foi assassinado na noite de ontem (28) com um tiro nas costas, na frente da sua residência. O criminoso conseguiu escapar e policiais militares e civis bloquearam o rio que banha o município, já que a única maneira de sair da região é por via fluvial, na tentativa de fechar o cerco ao atirador o mais rápido possível.

O comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Marcos James Frota, confirmou as informações e revelou que o clima na cidade é tenso, mas até a publicação desta matéria nenhuma confusão havia sido registrada. O vice-prefeito da cidade, apontado como um dos principais adversários políticos da vítima, está sob abrigo no 60º Distrito Integrado de Polícia (DIP) - não detido, mas sim para sua própria proteção, como frisou Frota.

"Ainda não temos nenhuma hipótese e precisamos distinguir bem 'adversário político' de 'rival pessoal'. Como muitos sabem que seu principal adversário político é o seu vice, a população já queria bater nele, então ele está abrigado na delegacia, mas apenas para sua própria proteção", disse o comandante-geral.

"Tudo leva a crer que foi execução, pistolagem mesmo", acrescenta. O crime ocorreu por volta de 19h20, na entrada da sua casa. Um homem, com uma arma de cano longo, atirou assim que viu o prefeito, acertando suas costas. Cícero Lopes ainda chegou a ser levado ao hospital do município, mas não resistiu e faleceu na unidade de saúde.

Maraã conta com nove policiais militares e dois civis, e todos estão empenhados em localizar o assassino, garante o comandante-geral da PM-AM. "Estamos fazendo um levantamento de possíveis suspeitos e realizando revistas de local a local. Só é possível sair da cidade se for pela água, não tem outra maneira, então bloqueamos o rio. Mas estamos verificando também dentro da cidade", completou Frota.

Saiba como utilizar o FGTS para comprar um imóvel

Muitos querem se livrar do aluguel e ter a sua casa própria. Um ótimo aliado é o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que pode ser utilizado para essa finalidade. Mas, para isto, é necessário cumprir algumas regras, afinal de contas, o dinheiro só pode ser retirado pelo trabalhador em casos específicos. Saiba o que é preciso para conseguir liberar a verba do fundo e entenda que usar o dinheiro do FGTS para comprar um imóvel pode ser mais rentável do que mantê-lo no banco.

Todo trabalhador contratado pelo regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) tem direito ao FGTS, que equivale a 8% do salário mensal e é depositado pelo empregador em uma conta vinculada ao fundo. O saldo da conta pode ser utilizado em três possibilidades:

- Para compra e construção do imóvel residencial, como parte do pagamento ou valor total;

- Amortização ou liquidação do saldo devedor, para quitar a dívida totalmente ou pagar uma parte do saldo devedor;

- Para pagar parte do valor das prestações, podendo usar o fundo para diminuir a valor das prestações.

Mas o dinheiro só pode ser retirado pelo trabalhador em caso de demissão sem justa causa, por diagnóstico de câncer ou, por fim, para a compra do imóvel. Ainda assim, neste último caso, existe uma série de regras a serem cumpridas para que o dinheiro seja liberado.

"O reajuste do FGTS não acompanha o rendimento da poupança e tampouco da inflação. Em contrapartida, o imóvel tende a se valorizar bastante. Então, o FGTS que não tinha um percentual tão bom de valorização acaba ganhando uma hipervalorização com a correção do imóvel, que é mais alta e segue a tendência de mercado", explica José Roberto de Araújo Neves, contador e professor de contábeis da faculdade Esuda.

Vale ressaltar que o FGTS não pode ser utilizado para comprar imóvel comercial, reformar ou ampliar o imóvel, comprar terrenos sem construção ao mesmo tempo, comprar material de construção ou para imóveis residenciais para familiares, dependentes ou outras pessoas.
REGRAS PARA USAR O FGTS PARA COMPRAR O IMÓVEL:
Para o comprador
- É preciso ter no mínimo três anos de trabalho sob o regime do FGTS, mesmo que em períodos ou empresas diferentes;
- Não possuir financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), em qualquer parte do País;
- Não poderá ser possuidor, promitente comprador, proprietário, usufrutuário ou cessionário de outro imóvel residencial urbano, concluído ou em construção, no município onde mora ou onde exerce seu trabalho principal, nos municípios limítrofes e na região metropolitana;
- É preciso estar com as prestações do financiamento em dia, na data em que pedir para usar o FGTS;
- Deve ser titular ou coobrigado no financiamento que pretende pagar parte do valor das prestações.

Para o imóvel
- Valor da avaliação deve ser de até R$ 750 mil para os estados de MG, RJ, SP e DF e de até R$ 650 mil para os demais estados;
- Ser de propriedade do proponente o terreno objeto da construção do imóvel, no caso de construção sem aquisição de terreno;
- Ser residencial urbano;
- Destinar-se à moradia do titular;
- Apresentar, na data de avaliação final, plenas condições de habitabilidade e ausência de vícios de construção;
- Estar matriculado no RI competente e sem registro de gravame que resulte em impedimento à sua comercialização;
- No caso de aquisição de terreno e construção em andamento, não ter sido objeto de utilização do FGTS, há menos de três anos, ou seja, se utilizado para início da construção, em 30.11.2009, somente poderá ocorrer nova utilização a partir de 01.12.2012.

Documentação
- Documento oficial de identificação;
- Extrato de conta vinculada ao FGTS;
- Carteira de trabalho para comprovar o tempo de trabalho sob o regime do FGTS;
- Se você é trabalhador avulso, declaração do órgão gestor da mão de obra ou do sindicato;
- Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física - DIRPF. No caso de trabalhador casado ou em união estável, apresentar a DIRPF de ambos os cônjuges/companheiros.
Fonte: Caixa Econômica Federal

Merecida homenagem ao Manoel Moraes

Ontem, antes do início do jogo entre Paysandu e Águia de Marabá, foi respeitado um minuto de silêncio pelo falecimento de Manoel Moraes Filho. Louvável iniciativa da direção do Paysandu ao seu ex-atleta. A foto abaixo, pinçada da página do amigo Raimundo Gonçalves, no Facebook, mostra o Manoel com a camisa do América e ao lado de uma pessoa de sua família.

De que foge Lula?

Editorial - Estadão
Diante da montanha de evidências de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter se beneficiado pessoalmente de suas relações com as maiores empreiteiras do País, é justo esperar que o capo petista venha a público prestar os devidos esclarecimentos. Afinal, a “viva alma mais honesta deste País” decerto não teria nenhuma dificuldade para dissipar as suspeitas a respeito de sua conduta.

Mas Lula decidiu refugiar-se no silêncio. As únicas manifestações em seu nome partem quase sempre do Instituto Lula, que instituto não é, pois funciona como assessoria de imprensa e escritório político do ex-presidente. E essas manifestações, geralmente furibundas, limitam-se a negar as acusações e a disparar impropérios contra aqueles que, segundo a tigrada, invejam as conquistas desse grande homem e o bem que ele fez ao País.

Lula mesmo não fala, e até seus apoiadores, quando ousam tocar no assunto, na esperança de ouvir dele sua versão dos fatos e assim orientar-se sobre o que dizer quando questionados, recebem como resposta resmungos indignados. Em recente reunião do PT, ele se queixou: “Não aguento mais falar disso”.

Os atos de Lula, porém, valem mais do que mil palavras. Sem ter como justificar os imensos favores que recebeu das empreiteiras camaradas, pois qualquer explicação que ele der terá de vir acompanhada de documentos, ao ex-presidente restaram as chicanas mais ordinárias. A mais recente foi o ataque ao promotor Cássio Roberto Conserino, do Ministério Público Estadual, que chamou Lula e sua mulher, Marisa Letícia, para depor sobre o misterioso tríplex do Guarujá totalmente reformado pela construtora OAS e cuja propriedade se atribui ao petista. A coisa toda respeitou o bem conhecido padrão de comportamento do ex-presidente. O nome de Lula, como sempre, não aparece em nenhum lugar – há sempre uma interposta pessoa a fazer o serviço que lhe convém. No caso do promotor Conserino, quem fez esse serviço foi o deputado petista Paulo Teixeira (SP).

Às vésperas do depoimento de Lula e Marisa Letícia, marcado para o dia 17/2, Teixeira entrou com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) alegando que o promotor Conserino havia transgredido a Lei Orgânica do Ministério Público ao supostamente antecipar juízo de valor sobre o caso em entrevistas à imprensa. Além disso, o deputado argumentou que o processo deveria ter sido distribuído a um outro promotor, que já cuida de uma investigação semelhante.

Em caráter liminar, o CNMP aceitou os argumentos de Teixeira e adiou o depoimento. Foi uma decisão excêntrica, antes de mais nada porque o deputado Teixeira nem é parte no processo e, por razões óbvias, não poderia ter ingressado com a representação.

Dias depois, os advogados de Lula protocolaram requerimento no CNMP em que apoiavam a representação de Teixeira, mas a liminar acabou derrubada por unanimidade pelo plenário desse órgão, por sua evidente fragilidade. O imbróglio, no entanto, dá pistas de qual será a estratégia lulopetista para criar embaraços técnicos ao processo e, assim, livrar Lula da obrigação de falar. A ideia é questionar a conduta dos que acusam o ex-presidente, sem enfrentar o mérito das acusações. Os advogados do petista, por exemplo, já avisaram que também vão reclamar ao CNMP e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a respeito do comportamento dos procuradores do Distrito Federal em inquérito que apura se Lula cometeu tráfico de influência. É, portanto, um método.

Enquanto isso, nem a defesa de Lula nem os petistas que lhe servem de títeres fornecem qualquer explicação concreta a respeito das caríssimas benfeitorias bancadas pelas empreiteiras companheiras no apartamento do Guarujá e também no sítio de Atibaia, aquele para o qual o chefão petista enviou sua mudança quando deixou a Presidência, mas que ele jura que não lhe pertence.

Não será surpresa se, para justificar tanto mimo da parte de empresas enroladas no petrolão e o usufruto de imóveis que não constam de sua declaração de renda, Lula acabe dizendo apenas que tem bons amigos – e amizades puras como essas, afinal, dispensam a apresentação de provas à Justiça.

No "Painel" da Folha de SP

Pouco a perder Mesmo depois da bateria de ataques do comando petista à agenda econômica do Planalto e do chamado de Lula para que defina de que lado está, Dilma Rousseff não dá sinais de que poderá ceder. Interlocutores da presidente avaliam que, com uma aprovação na faixa dos 10%, é preferível à petista investir em uma medida impopular, mas estruturante — a reforma da Previdência —, do que abraçar as propostas do partido, que, na sua opinião, não ajudam o país a sair da crise.
Vamos conversar Jaques Wagner (Casa Civil) deve vestir a roupa de bombeiro e procurar petistas no Congresso para apagar o incêndio. A inclusão da CPMF entre as medidas defendidas pelo diretório do partido na sexta animou parte do governo.
Nem tenta A tarefa, entretanto, não será fácil. Lindbergh Farias (PT-RJ) não vai à reunião convocada pelo Planalto com a bancada no Senado para pôr panos quentes depois do desentendimento na votação do projeto do pré-sal. Paulo Paim (PT-RS) deve fazer o mesmo.
Fui por aí Dilma investirá na agenda internacional. Além da Cúpula de Segurança Nuclear, em Washington, ela deve ir duas vezes à ONU, em Nova York, em abril. Pretende participar da assinatura do acordo climático de Paris e de uma sessão especial de combate às drogas.

Lula prioriza sua defesa e a do PT e vê Dilma em 2º plano

A presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva durante congresso da CUT em São Paulo
No momento de maior afastamento da presidente Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva fez chegar à sucessora o recado de que pretende se concentrar em sua defesa pessoal e na reconstrução da imagem do PT, deixando em segundo plano a advocacia do governo.

Um dos principais interlocutores de Lula dentro do Planalto, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) viajou a São Paulo na terça (23) para ouvir os recados do ex-presidente.

O movimento de Lula foi acompanhado já na semana passada pelo seu partido, que fez duras críticas à aprovação, com apoio do Planalto, de um projeto no Senado que diminui o peso da Petrobras na exploração do pré-sal.

Além disso, o Diretório Nacional do PT aprovou texto rejeitando o ajuste fiscal e pedindo a volta de políticas dos anos Lula no poder, como estímulo ao crédito, para tentar reanimar a economia.

Dilma, por sinal, não compareceu ao encontro partidário no sábado (27). Para tentar amainar o clima, o entorno dilmista quer viabilizar um encontro entre os dois nesta semana, mas até ontem (28) a posição oficial do Instituto Lula era de que isso não deveria acontecer.

Não é a primeira vez que Lula envia esse tipo de sinal, mas o momento é considerado o de maior fissura entre os dois. Contra a ideia de um rompimento formal há a avaliação de que um naufrágio do governo da sucessora invariavelmente afetaria Lula.

No cálculo de Lula, apurado com aliados, ele havia estipulado junho como prazo final para avaliar sua situação política, a do governo e a do partido. A partir daí, decidiria sobre a a candidatura à Presidência em 2018.

Além da má avaliação do governo Dilma, pesa contra Lula o fato de sua imagem pessoal estar comprometida. Ele é investigado por suposto tráfico de influência para empreiteiras no exterior e por causa do tríplex no Guarujá (SP) e do sítio em Atibaia (SP).

Lula nega as acusações e diz que há setores da mídia e do Judiciário buscando "criminalizá-lo". Por isso, diz, é preciso se concentrar em uma linha de defesa mais precisa.

O plano original de Lula, porém, foi suspenso com as novas medidas de ajuste fiscal e com a prisão do marqueteiro João Santana, que trabalhou na sua reeleição, em 2006, e nas duas campanhas de Dilma, em 2010 e 2014.

Segundo a Folha apurou, Lula classificou como "pífias" as primeiras propostas do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, outrora aliado.

Segundo Lula diz a aliados, Dilma, que chegou ao PT em 2001, não está comprometida com o projeto partidário. Os dois têm conversado cada vez menos e, segundo relatos, as últimas reuniões foram "protocolares". Lula reclama que Dilma ouve suas sugestões, mas não faz nada.

Como oferta de trégua, o ex-presidente insiste em ter a cabeça de José Eduardo Cardozo (Justiça). Para Lula, ele é o responsável pelo avanço das investigações ao coração do PT e do Planalto por não controlar a Polícia Federal.

No sábado, o ex-presidente disse em discurso em festa do PT ter recebido a informação de que terá seus sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados.

Lula é alvo de investigações em Brasília, São Paulo e em Curitiba. Procuradores negam já ter formulado pedidos de quebra de sigilos dele. Sob anonimato, um investigador diz que, ao dar a declaração, o petista busca se vitimizar aos olhos da opinião pública.

José Eduardo Cardozo decide deixar o ministério da Justiça

BRASILIA, DF, BRASIL, 27-01-2016, 16h00: Os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Jose Eduardo Cardozo (Justiça) durante Solenidade de Lançamento do PAR/2016, programa de ações articuladas de combate à crimes contra educação, no MEC. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decidiu deixar o governo. Pressionado pelo PT após rumores de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria alvo de quebras de sigilos bancário, telefônico e fiscal no âmbito da Operação Lava Jato, Cardozo se sente injustiçado e revelou a interlocutores a decisão de entregar o cargo.

No sábado, 27, Lula se queixou de estar sendo perseguido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público ao participar da festa de 36 anos do PT. "Eu já fui prestar vários depoimentos. Recebi uma intimação de que, a partir de segunda-feira, vão quebrar meu sigilo bancário, telefônico, fiscal. O meu, da Marisa, do meu neto, se precisar até da minha netinha de um mês", disse o ex-presidente, sob aplausos. "Se esse for o preço que a gente tem que pagar para provar nossa inocência, que façam. A única coisa que quero é que, depois (…), me deem um atestado de idoneidade porque duvido que tenha alguém mais honesto que eu neste País."

A amigos com quem conversou ontem, Cardozo não escondeu o seu aborrecimento com os ataques e afirmou que o PT não entende o seu papel quando critica a falta de controle sobre a Polícia Federal. O ministro argumenta que a corporação tem autonomia para fazer investigações e ele só pode atuar em caso de violação de direitos.

No último dia 22, uma comissão de dez deputados federais do PT esteve no gabinete de Cardozo para fazer nova reclamação. Os parlamentares cobraram dele providências sobre as investigações relativas a Lula e pediram que a Polícia Federal centrasse fogo na apuração de denúncias contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os petistas também disseram ao ministro ter certeza de que o objetivo da força-tarefa da Lava Jato era prender Lula e o criticaram até mesmo por tirar "selfies" com o "japonês da Federal", numa referência ao agente da PF Newton Ishii , que chegou a ser expulso da corporação em 2003 e foi reintegrado depois.

A prisão do marqueteiro João Santana, que fez campanhas de Dilma e Lula, também reforçou a pressão feita por setores do PT, com apoio do ex-presidente, para que Cardozo seja substituído.

No ano passado, Cardozo chegou a comunicar a Dilma a intenção de deixar o cargo, mas atendeu a um apelo da presidente e permaneceu no ministério. Já na época ele era alvo de críticas do PT por causa da Operação Lava Jato.

Clonando Pensamento

De Vera Castro, colunista social, sobre a Universidade Federal do Pará (UFPA):
"À entrada do prédio da reitoria, os casais só faltam fazer sexo e o vigilante que reclama é capaz de apanhar. Um grupo resolveu dividir uma área da universidade em três lotes. Um para as lésbicas, outro para os homossexuais e o terceiro, um petit fumacê. Pelo visto, a universidade virou a ´Casa da Mãe Joana`".

Comentários lacônicos de Glória Pires no Oscar viram piada na internet: 'Bacana, bacana'

"Gostei muito. Bacana. Elenco incrível" foram algumas das elucidações de Glória Pires em sua estreia como comentarista do Oscar na Globo.

Glória entrou no lugar de Lázaro Ramos, que comentou o prêmio em 2015. Até 2014, o comentarista era José Wilker, morto em abril daquele ano.

Internautas não perdoaram os comentários da atriz, que disparou frases como "justo, o filme é ótimo" ao comentar a sexta estatueta de "Mad Max" e "muito bom de assistir, bastante acessível", sobre "Spotlight".

No comentário sobre "Ex Machina", tentou elaborar uma crítica mais contundente: "É incrível, é muito impressionante. A gente fica iludido mesmo que aquilo é real", ensaiou.

Ao contrário do antecessor, Wilker, que disparava críticas ácidas aos filmes e à Academia, Glória fez o estilo concordar com tudo.

O ponto alto foi a sinceridade da atriz ao comentar o indicado brasileiro a melhor animação, "O Menino e o Mundo", que perdeu para "Divertidamente": "Não assisti nenhum dos dois". Já na hora de opinar sobre o melhor filme, ela deu uma lição de humildade: "Não sou capaz de opinar sobre isso", desviou, para em seguida apostar em "Trumbo", que não está indicado na categoria.

'Spotlight' leva o Oscar de melhor filme; veja os vencedores

Elenco de Spotlight comemora conquista do Oscar
Baseado na história real da equipe de jornalismo investigativo do "Boston Globe", "Spotlight" surpreendeu e venceu o Oscar de melhor filme na noite de domingo. O longa também levou o prêmio de roteiro original. Na história, repórteres desvendam o escândalo mundial de pedofilia envolvendo sacerdotes da Igreja Católica.

Em números, "Mad Max" foi o principal vencedor da noite: levou seis estatuetas de suas dez indicações. Das categorias técnicas, só perdeu a de fotografia.
Vencedor do Oscar em 2015 por "Birdman", o mexicano Alejandro G. Iñárritu venceu como melhor diretor por "O Regresso". É seu segundo prêmio consecutivo na mais importante premiação do cinema. Ele dedicou o troféu a Leonardo DiCaprio: "Leo, você é 'O Regresso'. Você dedicou sua vida a este filme". Também fez um discurso em defesa da igualdade racial: "Tenho certeza de que a cor da nossa pele vai se tornar tão irrelevante quanto o comprimento do meu cabelo".
 Leonardo DiCaprio, melhor ator

O prêmio de melhor atriz foi para a favorita Brie Larson, 25 anos, por "O Quarto de Jack".

O britânico Mark Rylance desbancou o favorito Sylvester Stallone e venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante. É sua primeira indicação ao prêmio da Academia americana, por "Ponte dos Espiões". A sueca Alicia Vikander venceu o Oscar de atriz coadjuvante por "A Garota Dinamarquesa". Favorita à estatueta, ela também ganhou o prêmio do Sindicato dos Atores.

Candidato brasileiro, "O Menino e O Mundo", do paulista Alê Abreu, perdeu o prêmio de melhor animação para o favorito, "Divertida Mente".
Veja a lista dos vencedores:
Melhor roteiro original
"Spotlight"
Melhor roteiro adaptado
"A Grande Aposta"
Melhor atriz coadjuvante
Alicia Vikander ("A Garota Dinamarquesa")
Melhor figurino"Mad Max: Estrada da Fúria"
Melhor direção de arte
"Mad Max: Estrada da Fúria"
Melhor maquiagem e penteado"Mad Max: Estrada da Fúria"
Melhor fotografia"O Regresso"
Melhor montagem
"Mad Max: Estrada da Fúria"
Melhor edição de som
"Mad Max: Estrada da Fúria"
Melhor mixagem de som
"Mad Max: Estrada da Fúria"
Melhor efeitos especiais
"Ex-Machina: Instinto Artificial"
Melhor curta em animação"Bear Story"
Melhor filme de animação
"Divertida Mente"
Melhor ator coadjuvanteMark Rylance ("Ponte dos Espiões")
Melhor documentário em curta-metragem
"A Girl in the River: The Price of Forgiveness"
Melhor documentário
"Amy"
Melhor curta-metragem
"Stutterer"
Melhor filme estrangeiro
"O Filho de Saul" (Hungria)
Melhor trilha sonora"Os Oito Odiados"
Melhor canção original
"Writing's on the Wall" ("007 contra Spectre")
Melhor diretor
Alejandro González Iñárritu ("O Regresso")
Melhor atriz
Brie Larson ("O Quarto de Jack")
Melhor ator
Leonardo DiCaprio ("O Regresso")
Melhor filme
"Spotlight: Segredos Revelados" (6 indicações)

Confira galeria de fotos do tapete vermelho

João Santana, marqueteiro do PT e Lula merecem trofeu da enganação


domingo, 28 de fevereiro de 2016

Tristeza: Morre Manoel Moraes Filho

Ontem (27), em sua página no facebook, o Isaias comunica o falecimento do seu irmão Manoel Moraes Filho. Lamento profundamente, pois Manoel era um dos meus bons amigos em Santarém, cidade cujo povo jamais esquecerá desse exímio jogador de basquete, voley, futebol de campo e de salão, tendo atuado com destaque pelo América Futebol Clube (ao lado de Ataualpa, Licurgo, Zé Aurélio, Dario Tavares e outros grandes craques do consagrado futebol santareno do passado) e Paysandu, de Belém, no qual também brilhou o seu mano Benedito David. Aliás, em seu site, o Papão da Curuzu postou nota de pesar pela morte de Manoel e, certamente, no jogo de hoje contra o Águia de Marabá, o clube do qual Manoel era também um dos conselheiros beneméritos, o homenageará com 1 minuto de silêncio antes do início da partida. Nas pessoas do Isaias e da professora Terezinha Gueiros, seu irmãos, apresento minhas condolências à família Moraes.

Leããaãããoooo!!!

Para minha alegria e da imensa galera azulina, o Clube do Remo venceu o Independente de Tucuruí nas cobranças de pênaltis, na noite de ontem (27), no Mangueirão. Após empate em 1 a 1 no tempo normal, o Leão foi mais competente nas cobranças de pênaltis e venceu o Galo Elétrico por 3 a 1, garantindo o passaporte para a final do primeiro turno do Parazão 2016.

Clonando Pensamento: Paixão flamenguista

Foto: Divulgação
Perguntaram para a Sandra de Sá: Qual é a sua relação com o Flamengo?
Ela respondeu: Paixão, amor, loucura, sanidade, insanidade, tudo.

INSS: Aposentados, vejam como entrar em ação para ter revisão de até 42%

Na Coluna do Aposentado - Jornal O Dia/RJ
Aposentados e pensionistas do INSS que tiveram benefícios concedidos pelo teto previdenciário entre outubro de 1988 e abril de 1991, e ficaram fora do acordo administrativo firmado em 2011 para recuperar perdas do período do “buraco negro”, podem pleitear na Justiça correção e atrasados.

Especialista consultado pela coluna orienta como os segurados devem proceder para entrar com processo no Judiciário. De acordo com o advogado Daisson Portanova, especializado em Direito Previdenciário, precisam verificar se foram prejudicados por alterações sofridas pelo teto determinadas pela Emenda Constitucional 20 de 1998.

“A primeira providência a ser tomada é procurar se, na carta de concessão do benefício consta a inscrição ‘Limitado ao teto’. Quem não tem o documento deve ir a uma agência do INSS para pedir e emissão da segunda via e verificar esse detalhe”, explica.

Conforme Portanova, outra maneira de constatar — só que mais complexa — é calcular a média dos salários de contribuição dos últimos três anos entre outubro de 1988 e abril de 1991. E em seguida subtrair de 118.859,99, teto previdenciário da época (a moeda vigente era o cruzeiro). Se o resultado ficar acima desse valor, o aposentado ou pensionista tem direito à correção e deve entrar com ação na Justiça. A estimativa é de que 300 mil a 400 mil segurados estejam nesta situação. Eles podem ter o benefício revisto em até 42%, além de receber atrasados.

“Esta forma (de verificar o direito com o cálculo) é mais difícil e exige a colaboração de um profissional especializado nesses”, recomenda. Daisson Portanova explica que o segurado pode entrar com ação nos Juizados Especiais Federais (JEF). Neles, não é necessário ter advogado para mover o processo. Mas, a causa ficará limitada a 60 salários mínimos, ou seja, R$ 52.800.

“Outro detalhe a ressaltar é que se o juiz indeferir o processo, o aposentado terá que recorrer à segunda instância. Desta forma vai precisar de um advogado para fazer o recurso. Sem contar que dependendo do valor que o segurado tem para receber de atrasados, ele terá que abrir mão do que extrapolar o teto dos 60 salários mínimos. Atualmente, tenho uma cliente que só de atrasados ela teria a receber cerca de R$ 129 mil", explica Portanova.

Segundo o especialista, os interessados em entrar com ação vão ser beneficiados pela recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema.
PELO TETO 2 DIREITO GARANTIDO
O ministro do STF Roberto Barroso garantiu o direito de um segurado contra contestação do INSS que tentava barrar a revisão do período do buraco negro”, quando a aposentadoria não tinha índice de correção definido. No recurso extraordinário, confirmou o posição do Supremo de setembro de 2010, que determinava o reconhecimento das alterações determinadas pela EC 20/98.
PELO TETO 3 DECISÃO MANTIDA
O ministro manteve a posição do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), em ação que começou a tramitar em 2013. O acordo do teto firmado pela Previdência e o INSS, em 2011, com o Sindicato dos Aposentados previa o pagamento de atrasados e revisões de benefícios concedidos entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 2003.

Ingênuos

Editorial - Estadão
Era presumível que o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura fosse alegar, com a convicção dos puros, que não fazia ideia de qual era a origem da dinheirama que apareceu subitamente em suas contas no exterior – e que, para a Lava Jato, é parte da roubalheira da Petrobrás. Só isso já seria suficiente para ofender a inteligência dos investigadores e do distinto público, mas não se pode dizer que tenha sido uma surpresa. No entanto, o que saiu dos primeiros depoimentos dessa dupla do barulho à Polícia Federal concorre a um lugar de destaque na antologia que se fizer a respeito desses tempos de colapso moral sob o lulopetismo – e joga na fogueira a Odebrecht, a gigantesca empreiteira cujo nome volta e meia surge nas narrativas desse escândalo.

João Santana e sua mulher afinal reconheceram que são proprietários de uma empresa offshore em cujas contas foram depositados US$ 7,5 milhões pela Odebrecht e pelo lobista Zwi Skornicki, entre 2012 e 2014, conforme descobriu a Lava Jato. Admitiram também que nada disso foi declarado à Receita Federal. Esse surto de honestidade respeita a estratégia da defesa, que claramente busca limitar todo o caso a um mero delito fiscal – e a livrar o PT das suspeitas de que suas campanhas eleitorais foram financiadas com dinheiro sujo.

Mas nada é tão simples, afinal. Mônica Moura afirmou que as tais contas recebiam apenas pagamentos por serviços prestados em campanhas eleitorais no exterior – em Angola, no Panamá e na Venezuela. Ou seja, não era remuneração pela conhecida atuação de João Santana como competente marqueteiro do PT no Brasil. A ser verdade o que Mônica disse, significa que a Odebrecht, que supostamente era apenas doadora de campanhas eleitorais no exterior, serviu como operadora de caixa 2 para essas campanhas, pois esse dinheiro jamais foi contabilizado oficialmente.

Segundo a senhora Santana, dos US$ 7,5 milhões encontrados na tal conta, US$ 3 milhões foram depositados por representantes da Odebrecht como parte do pagamento pela campanha do caudilho Hugo Chávez, presidente da Venezuela e candidato à reeleição, em 2012. O restante, segundo o depoimento, foi depositado pelo lobista Zwi Skornicki – preso por ser operador de propinas no petrolão – e correspondia à campanha do presidente José Eduardo dos Santos em Angola. Ela disse que não sabe por que foi Zwi quem fez esse pagamento. Nenhuma prova dessas movimentações todas foi apresentada às autoridades.

Tanto Mônica quanto o marido juraram que jamais lhes passou pela cabeça que aquele dinheiro todo pudesse ter origem ilícita. E João Santana afirmou que não declarou a existência dessa conta nem do dinheiro que por ela trafegou porque “era recurso recebido em outros países” e “ele achava que não tinha problema em ser conta não declarada”, segundo seu advogado. A defesa do marqueteiro informou que Santana, candidamente, considerava esses recursos como “uma poupança no exterior” para a sua “aposentadoria”.

E que poupança. João Santana disse à Polícia Federal que recebeu US$ 50 milhões por seu trabalho na eleição de Angola. Sua mulher, por sua vez, informou que o casal amealhou US$ 30 milhões na campanha de Hugo Chávez. Não se sabe ainda o quanto disso foi pago “por fora”, mas, a título de comparação, o que Santana recebeu “por dentro” para reeleger a presidente Dilma Rousseff não passou de R$ 70 milhões, ou US$ 17,5 milhões.

Mas, segundo seu advogado, dinheiro nunca foi o foco de João Santana. Tanto é assim que ele diz que trabalha de graça para o governo, “em razão do prazer que isso lhe gera”, conforme se lê em seu depoimento. Santana, contou o advogado, é “um criador, não trabalha com a questão financeira, com questão bancária”.

O marqueteiro que ajudou a reeleger Luiz Inácio Lula da Silva em meio ao escândalo do mensalão e que emplacou duas vezes o “poste” Dilma Rousseff terá mesmo de ser muito criativo para convencer a Justiça de que é apenas um homem ingênuo.

Dilma diz que não não governa só para o PT

A presidente Dilma Rousseff
Após afirmar que não iria à festa de 36 anos do PT na noite de ontem, 27, a presidente Dilma Rousseff salientou que não governa só para o partido, mas para toda a população. Dilma falou a jornalistas em seu último dia de visita oficial ao Chile, antes de um almoço com a presidente chilena Michelle Bachelet.

"Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros", afirmou. Ao perceber o impacto da frase entre os que a ouviam, ela fez uma pausa e complementou: "Eu não governo só para o PT, só para o PSD, só para o PDT, ou só para o PTB, ou só para o para o PMDB". Ela disse não acreditar que as relações entre o governo e o PT devam se caracterizar por um posicionamento de adesão sem avaliação crítica. "Um partido é um partido, um governo é um governo."

A presidente acrescentou que gostaria de ir à celebração de aniversário do partido no Rio, mas a distância entre os dois países é muito longa e são quatro horas de viagem até Brasília. "O PT foi avisado que eu não compareceria", afirmou. A visita de Dilma a Bachelet foi organizada às pressas e teve uma agenda mais elástica que a usual. Na sexta-feira, o PT fez duras críticas ao plano de ajuste fiscal do governo.

Dilma disse esperar que todos os partidos "de sua base" ajudem a promover esse ajuste e a levar adiante a reforma da Previdência. "Eu espero que o PT, o PMDB, o PSD, o PP, o PRB, o PC do B, enfim, toda a minha base, espero que todos contribuam."

"Todos teremos que trabalhar um pouco a mais. Acho que é isso que assusta", disse, sobre o plano de mudar o regime de previdência.

'Trabalho' - A presidente ainda defendeu uma reforma previdenciária com período de transição longo, que permita à população se acostumar à ampliação do tempo de trabalho antes da aposentadoria. "É fundamental que trabalhemos um pouco mais. Mas não agora, não amanhã, não depois de amanhã. Eu acho que é o que pessoas temem", afirmou Dilma, antes de almoçar com a presidente chilena Michelle Bachelet.

Ela insistiu na necessidade de reformas fiscal e previdenciária, depois de ser questionada sobre a forma de o País recuperar o grau de investimento, retirado por três agências risco - a última delas foi a Moody´s, no dia 11. A presidente citou primeiro a necessidade de uma estabilização fiscal. "Isso não é um fim em si. Você faz isso porque é essencial para que se crie um ambiente favorável ao investimento. Um ambiente extremamente favorável, que esteja com inflação controlada e que permita que haja um horizonte de expectativas positivas."

A presidente convocou o País a se unir, criticou os pessimistas que "veem o copo meio vazio" e citou a Contribuição Sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a reforma previdenciária como medidas que empresários e sociedade devem aceitar.

Dilma afirmou que a mudança nas aposentadorias é necessária para que crianças e jovens não entrem precocemente no mercado de trabalho. "Precisamos reconhecer uma realidade, muito boa, de que a expectativa de vida aumentou. Aqueles que trabalham vão ter de sustentar progressivamente uma parte maior da população: os que se aposentam, as crianças e os jovens. Não queremos que esses jovens trabalhem. Serão eles que vão garantir o aumento da nossa produtividade."

Desvendados cinco mitos sobre o amor

Psicólogos, biólogos, economistas e antropólogos estão investigando o papel do amor em nossas vidas e em nossa cultura
No Estadão
Poetas escrevem sobre o amor há milênios, mas apenas recentemente o assunto se tornou objeto de pesquisas científicas sérias. Verificou-se que os poetas acertaram bastante (por exemplo, a metáfora do amor como uma espécie de loucura ganhou crédito quando um estudo descobriu uma semelhança entre o amor romântico e a desordem obsessivo-compulsiva). Mas ainda temos muito que aprender. Talvez, o amor seja sempre, de alguma forma, um mito, mas vale a pena desfazer algumas de nossas ideias mais ultrapassadas sobre a questão.

1. As mulheres são mais românticas do que os homens
A premissa central de muitas colunas de aconselhamento sentimental é que as mulheres precisam de mais romance e cabe aos homens, essas criaturas sem noção e loucas por sexo, proporcioná-lo às mulheres.

Mas pesquisas mostram uma história diferente. Estudo do site Match.com com solteiros norte-americanos descobriu que 59% dos homens acreditam em amor à primeira vista, comparados a 49% das mulheres que têm a mesma crença. A antropóloga biológica Helen Fisher diz que isso acontece porque os homens são mais visualmente orientados. "Eles veem uma mulher que é atraente fisicamente e acionam o sistema do amor romântico rapidamente."

Outro estudo mostrou que os homens são mais propensos a concordar com frases como "há apenas um amor verdadeiro para mim" e "se eu amar alguém, sei que posso fazer nosso relacionamento funcionar, independentemente de qualquer obstáculo". Segundo os pesquisadores, o fato de os homens serem mais propensos a idealizar seus relacionamentos e parceiras românticas "pode refletir os papéis diferentes que homens e mulheres têm numa estrutura social mais ampla". Em outras palavras os homens, que historicamente tiveram mais liberdade social e econômica do que as mulheres, podem também ser menos pragmáticos sobre amor e casamento.

2. A monogamia é uma construção social
Todas nós temos aquela amiga que sai com uma série de caras legais, mas não consegue ser fiel. "A monogamia é algo inventado", protesta ela. Notícias divulgadas em várias publicações corroboram esta afirmação. A revista Psychology Today afirma que "há falhas na prática da monogamia hoje em dia, problemas encobertos por uma cultura sem vontade de fazer perguntas importantes sobre a prática". O site Salon.com garbosamente postula que "talvez a monogamia não seja natural!" Até mesmo o conselheiro sexual Dan Savage já fez a afirmação.

Mas "natural" é uma palavra um pouco traiçoeira. A verdade é que nosso relacionamento com a monogamia é complexo. Biólogos acreditam que cerca de 3% a 5% das espécies de mamíferos são monogâmicas, o que inclui os humanos.

Os monogâmicos mais famosos do reino animal são uns roedores fofos chamados arganazes do campo. Eles são companheiros para a vida toda, além de pais amorosos, mas seus primos próximos, as ratazanas do prado, são promíscuas. As semelhanças entre essas duas criaturas ajudaram os cientistas a identificar uma base biológica para a monogamia que também é encontrada nos humanos.

Mas Savage não está totalmente errado: os arganazes do campo são socialmente monogâmicos mas, como nós, alguns não se adaptam à monogamia sexual. Cerca de 10% dos bebês arzanazes do campo nascem de pais que não vivem no ninho. Os dados sobre a monogamia sexual humana são notoriamente não confiáveis (na medida em que a não monogamia pode incluir situações que vão da infidelidade ao poliamor), mas em um estudo, 5% dos participantes praticavam não monogamia consensual.

Provavelmente, nossas preferências são determinadas tanto por nossa biologia quanto por nossa cultura: "o sistema de acasalamento dos humanos é extremamente flexível", diz o antropólogo Bernard Chapais, lembrando que muitos arranjos românticos - da monogania à poligamia - vem funcionando para nossa espécie há anos.

3. Amor romântico intenso dura apenas um ano ou dois
Durante anos, biólogos evolucionistas sugeriram que o amor romântico intenso dura apenas o suficiente para que os parceiros se conheçam, se casem e eduquem uma crianças até a primeira infância. Fisher refere-se a isso como a "coceira dos quatro anos". Depois disso, o entusiasmo e o interesse sexual diminuem e os parceiro ou se separam ou desenvolvem um amor mais moderado e companheiro.

Mas uma pesquisa recente, da qual Fisher foi coautor, sugere que para alguns de nós o amor romântico intenso pode durar décadas. A neurocientista Bianca P. Acevedo e o psicólogo Arthur Aron colocaram 17 voluntários numa máquina de ressonância magnética funcional. Todos estavam em relacionamentos de longo prazo e sexualmente monogâmicos e todos relataram que nunca perderam aquela chama inicial. De acordo com o resultado dos exames, os cérebros desses amantes de longo prazo lembram de perto aqueles casais recém apaixonados, mas com um grande benefício: os parceiros de longo prazo não demonstraram atividade nas partes do cérebro associadas à obsessão e à ansiedade que sentimos no início da paixão. Os cientistas não têm certeza da razão pela qual isso acontece, mas pode ter a ver com o fato de que os casais que participaram do estudo tinham um nível de serotonina - o neurotransmissor que, acredita-se, faz a gestão do nosso humor - particularmente alto.

4. Os opostos se atraem
Romeu e Julieta apaixonaram-se loucamente, apesar do fato de suas famílias estarem em guerra. Um empresário de Los Angeles deixou de lado seus vícios por uma prostituta com coração de ouro. Uma formosa jovem aprende a amar uma fera que aprisionou seu pai. Algumas de nossas melhores histórias descrevem o amor que transcende as fronteiras de classe, raça e até mesmo espécie, mas com que frequência isso acontece na vida real?

Embora existam alguns exemplos de amores improváveis, as probabilidades realmente indicam que você tem mais possibilidade de ficar junto com alguém que é muito parecido com você. Em seu livro "Falling in Love: Why We Chosse the Lovers We Choose" ("Apaixonando-se: por que escolhemos os amantes que escolhemos", em tradução livre), Ayala Pines diz que o fato que mais prediz quem nós amamos é a proximidade. Ela cita um estudo que descobriu que "54% dos casais eram separados por uma distância de 16 quarteirões ou menos quando saíram juntos pela primeira vez". Uma pesquisa do Pew Research Center concluiu que, embora casamentos inter-raciais estejam aumentando, em 2008 apenas 8% dos casamentos nos Estados Unidos eram entre integrantes de diferentes grupos raciais ou étnicos. Os casamentos inter-religiões também estão em alta, mas 61% de nós escolhe seu cônjuge na mesma religião. A revista The Economist assinala que somos cada vez mais propensos a nos unir de acordo com níveis de renda e educação.

Tudo isso faz sentido: gostamos de pessoas que são como nós. Mas o psicólogo Ty Tashiro argumenta que deveríamos "repensar nossas visões sobre o que realmente importa num parceiro". Ele diz que traços de personalidade (como amabilidade e bondade) têm uma influência muito maior na felicidade no longo prazo do que a demografia.

5. Quando você encontrar a pessoa certa, sua vida ficará completa
Jerry Maguire certamente não foi o primeiro a sugerir que o amor verdadeiro significa encontrar alguém que "completa você". Mas ele pode ser a voz de uma geração que espera demais dos relacionamentos. Como o psicólogo Eli Finkel explica, entramos numa era de "casamento autoexpressivo", em que contamos com nossos relacionamentos para nossa autoestima e crescimento pessoal".

Na verdade, porém, a maioria de nós não encontra o par "perfeito". E não há nada de errado nisso. Na verdade, estar com sua "alma gêmea" pode fazer você menos feliz no longo prazo. Um estudo sugere que as pessoas que acreditam no conceito tendem a ser menos comprometidas com seus parceiros. Elas são também mais ansiosas nos relacionamentos e menos indulgentes com os parceiros. Além disso, não precisamos de um parceiro com o qual nunca discutimos. As discussões não inevitáveis. O psicólogo John Gottman assinala que mesmo os relacionamentos mais felizes têm conflitos insolúveis.

Segundo Gottman, não há problemas em ter conflitos, contanto que a questão seja complementada por bondade e empatia.

Os dados são bastante claros ao dizer que a busca pelo parceiro perfeito provavelmente nos deixará desapontados, mas a ideia central é simples: o amor verdadeiro exige trabalho e profunda empatia. E aqueles de nós que buscam a satisfação tanto dentro quanto fora de nossos relacionamentos estão propensos a serem os mais sortudos no amor.

Vale a pena ler: O caminho e o desastre

Por Janio de Freitas - Folha de SP
O Brasil experimentou uma democracia frustradamente reformista, passou por golpe de estado, sofreu a tragédia da ditadura militar, voltou à democracia caótica, e chegou. Chegou outra vez aos primeiros anos da década de 1950. O golpismo, o "entreguismo" ameaçador e a "república do Galeão" foram os estigmas daqueles anos. O golpismo volta no estilo PSDB; acompanha-o o "entreguismo" apontado na retirada de pré-sal da Petrobras, aprovada pelo Senado; e a versão civil da "república do Galeão", sob o nome insignificante de Lava Jato, evidenciam juntos o estágio em que o Brasil de fato está.

Mas, se é desculpável a imodéstia de quem se aproximava da vida de adulto naquela década, o pequeno Brasil que não era então menos discriminatório e menos elitista, no entanto era mais inteligente, culto e criativo, menos incivilizado em suas cidades e muito, muito menos criminal.

O mundo se mediocriza, é verdade. A França o prova e simboliza. Mas o Brasil exagera, iludido por uns poucos e duvidosos avanços econômicos. Como a indústria automobilística, por exemplo, que sufocou os transportes públicos e deformou as cidades, dois efeitos antissociais no sentido menos classista da palavra. A degenerescência entra, porém, em fase nova. E acelerada.

São já os esteios do esboço de democracia a sofrerem investidas corrosivas. Ainda que sob outras formas, são prenúncios de repetição, se não contidos em tempo, dos desdobramentos lógicos que períodos como os anos 50 produzem, historicamente.

É melhor, e é urgente, que se comece a forçar o Congresso a ser menos infiel às suas finalidades institucionais e mais responsável com suas funções, seja em apoio ou oposição ao governo. Muitos poucos estão ali, em especial entre os deputados, para serem parlamentares. Dividem o seu tempo entre ser massa de manobra de interesses alheios e agir por interesses subalternos próprios. Uns e outros cada vez mais contrários à instituição e à democracia pretendida pela maioria do país.

A ministra Cármen Lúcia foi muito aplaudida pela invocação, em seu literário voto por liberdade biográfica, ao bordão "cala a boca já morreu". Ninguém observou que o complemento foi omitido: "quem manda aqui sou eu". O bordão é, na verdade, de extremo autoritarismo. Amputá-lo valeu como definição pessoal.

Mas não é o meio bordão, é o autêntico, realista, que os fatos já justificam: partes do Judiciário e do Ministério Público agem como se respondessem aos direitos civis (e por tabela a quem os defenda): cala a boca já morreu, quem manda aqui sou eu. E mandam mesmo, pela reiteração e pela indiferença, porque as instâncias com autoridade e meios de corrigir as deformações não o fazem, acomodadas no seu próprio poder ou intimidadas pela parcela da sociedade adepta do bordão. E os direitos e a Justiça se esvaem.

Crises políticas não se agravam sem imprensa. Crises econômicas expandem-se menos e menos depressa sem imprensa. Hoje em dia a imprensa brasileira pratica uma solidariedade de modos com as deformações no Congresso, no Ministério Público e no Judiciário. Assola-a nova onda de relaxamento dos princípios éticos, para não falar em qualidade jornalística. E cresce a cada dia uma grande dívida de autocrítica, para relembrar as responsabilidades dos jornalistas profissionais. Com medo da internet, a imprensa brasileira foge de si mesma. O Brasil não é bem-vindo aos anos 1950.

Lula: “Ministério Público faz o jogo da imprensa”

Na festa de aniversário do PT, Lula proferiu duro discurso contra os órgãos de investigação e o comportamento da mídia.
O ex-presidente Lula fez um "desabafo", como ele mesmo disse, em discurso na noite de ontem (27) durante a festa de aniversário de 36 anos do PT, no Rio de Janeiro. À militância, ele se defendeu das acusações de que tem um sítio em Atibaia (SP) e um triplex no Guarujá - "só se eu tiver um triplex do Minha Casa, Minha Vida, porque é um triplex de 200 metros quadrados" -, fez críticas ao Ministério Público e ao promotor Cássio Conserino e apelou para que os petistas apoiem a presidente Dilma Rousseff, "porque ela não vai conseguir resolver os problemas sozinha".

"Por mais que tenhamos problemas com alguma pessoa desse governo, esse governo é nosso", disse Lula. "A gente não pode virar as costas e dizer ‘o problema é seu’. O problema é nosso! É seu, é meu, é da Dilma", acrescentou, depois de citar problemas na economia. Após uma semana tensa entre a presidente e a legenda, Lula afirmou ainda: "A Dilma precisa ter certeza de uma coisa: o lugar dela é do nosso lado. Ela precisa de nós para poder sobreviver aos ataques que vêm sofrendo no Congresso Nacional".

Segundo Lula, "[o PT pode] divergir o que tiver que divergir, falar o que tiver que falar, porque um partido não precisa concordar com tudo o que o governo faz, nem o governo precisa concordar com tudo o que o partido faz. Mas a gente tá junto". Em discurso neste sábado em Santiago, no Chile, a presidente rebateu críticas de petistas sobre o acordo que a presidência fez com o PMDB e a oposição para aprovar o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) sobre o pré-sal. "Eu não governo para o PT", disse.

'MP faz jogo da imprensa' - Lula negou ser dono do sítio em Atibaia (SP), que é alvo de investigação em duas frentes - da Operação Lava Jato e do Ministério Público de São Paulo -, e de um apartamento no Guarujá, litoral paulista. "Eu ando acabrunhado – de saco cheio – com o comportamento dos nossos inimigos, da nossa imprensa. Eu não imaginava ver um Ministério Público fazendo o jogo da imprensa, da Veja", desabafou.

"Eu sou acusado de ter um triplex do Minha Casa, Minha Vida, porque é um triplex de 200 m²", brincou. "Eu quero saber como vai ficar essa história. Porque eu disse que não tenho, a imprensa diz que eu tenho. E um cidadão do Ministério Público segue ipsis litteris o que diz o Globo", completou, em referência ao promotor Cássio Conserino, alvo de ação do PT no Conselho Nacional do Ministério Público e autor de investigação sobre o triplex e o sítio.

"Agora, como Deus escreve certo por linhas tortas, inventaram uma empresa no Panamá, uma tal de offshore. Eu nem sei o que é isso. Isso deve ser coisa para enganar pobre. Disseram que uma empresa offshore era dona do tal meu apartamento, e o que aconteceu? Ela era na verdade dona do triplex em Paraty e do helicóptero da Globo", disparou Lula. "E a Globo, que fala tanto em democracia, intimou todos os blogueiros a não falar mais nessa história", lembrou.

Sobre o sítio, Lula declarou: "Todo mundo aqui conhece o Jacó Bittar, meu companheiro. Ele inventou de comprar uma chácara, fez uma surpresa para mim. Jacó e meus companheiros quiseram comprar a chácara para me fazer surpresa. Quando terminarem esses processos, eles vão ter que me dar um apartamento e uma chácara. Estão todos os dias tentando levar a um desgaste moral".

O ex-presidente também citou uma denúncia publicada no Blog da Cidadania, de que a nova fase da Lava Jato, que deverá ser deflagrada na próxima segunda ou terça-feira, terá ele e sua família como alvo. "Eu recebi uma informação de que a partir de segunda-feira vão quebrar meu sigilo fiscal, telefônico, do meu filho, da Marisa. Eu só quero que depois que isso acabar, eles me deem um atestado de idoneidade porque eu duvido que tenha algum deles mais honesto do que eu".

"Hoje, os juízes têm medo de votar com medo da manchete do jornal", atacou Lula. "E um país nunca vai ser sério se um ministro do STF, do STJ, do TCU ficar com medo da opinião pública. Hoje, primeiro a imprensa condena. Não dá para primeiro a Globo saber da notícia para depois o advogado saber", protestou.

Sobre as eleições de 2018, Lula voltou a dizer que não é candidato, mas que "se for necessário, se vocês entenderem que a manutenção do projeto [do PT] corre risco, eu quero dizer em alto e bom som: eu estarei com 73 anos e com tesão de 30 para ser candidato a presidente da República".

sábado, 27 de fevereiro de 2016

LULA, MARISA & LULINHA NO MP

A força-tarefa do MP de São Paulo intimou ontem (26), Lula, Marisa Letícia e o filho Fábio Luiz a prestarem depoimento na próxima quinta-feira 3, na investigação sobre o triplex do Guarujá.

Além da convocação de Lulinha, o MP alterou a ordem dos depoimentos. Marisa falará primeiro, às 9h. Depois será a vez de Lula, às 11h, seguido de Lulinha, às 13h.

E o mais importante: "Em caso de não comparecimento importará na tomada de medidas legais cabíveis, inclusive condução coercitiva pela Polícia Civil e Militar."

Moro prorroga prisão de João Santana e de sua mulher

O juiz federal Sergio Moro decidiu ontem (26) prorrogar por cinco dias a prisão do publicitário João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, além da funcionária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares. Moro atendeu ao pedido da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Os três foram presos na 23ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Operação Acarajé. Segundo a PF, há indícios de que o publicitário João Santana recebeu R$ 4 milhões da empreiteira Odebrecht no Brasil.

Para a polícia, os fatos divergem da versão apresentada pelo casal nos depoimentos prestados nesta semana. A suspeita é que o dinheiro tenha origem no esquema de desvios na Petrobras.
Leia também> Empresas de Santana e sua mulher lucraram R$ 115 mi em 4 anos

Polícia Federal vai investigar FHC por envio de dinheiro para o exterior

A Polícia Federal abriu inquérito ontem (26) para investigar a ocorrência de "eventuais ilícitos criminais", conforme nota do Ministério da Cultura, a respeito de evasão de divisas praticadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A investigação se baseia em entrevista da ex-amante de FHC, a jornalista Mirian Dutra Schimidt concedida ao jornal "Folha de S.Paulo" no dia último dia 17. O inquérito tramitará em sigilo, na forma da legislação em vigor.

De acordo com Mirian, o ex-presidente utilizou a empresa Brasif Exportação e Importação para enviar dinheiros para ela e para seu filho. A Brasif era uma concessionária das lojas duty free em aeroportos brasileiros na época do governo de Fernando Henrique.

Segunda-feira (22), o ex-presidente classificou como "invenção" e "coisas menores" as denúncias de que ele teria usado a Brasif para enviar ao exterior dinheiro para Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento extraconjugal, e para o filho dela, Tomás Dutra. "Não tem fato. O que foi que eu fiz de errado? Nada. Vocês estão insistindo em um tema que não existe. É invenção, não sei de quem. São coisas menores. Estou preocupado com o Brasil", disse FHC.

O ex-presidente destaca que ainda não ter "denúncia nenhuma" e que a própria empresa disse que não é verdade. FHC acrescentou não ter nada a "temer e esconder" e voltou a afirmar que a relação com a jornalista "pertence ao âmbito pessoal".

PT/Dilma: Rumo ao beco sem saída

Editorial - Estadão
O crescente desentendimento entre Dilma Rousseff e o PT beira o rompimento e demonstra, dramaticamente, que, excluída a possibilidade de uma solução heterodoxa como a formação de uma frente ampla de salvação nacional – na verdade, uma quase impossibilidade nas atuais condições politicas –, o País vai continuar se afundando na crise política, econômica e moral, com graves consequências na área social. Até onde a vista alcança, é um beco sem saída. E os maiores responsáveis por esse desastre são a própria chefe do governo e seu partido, que não conseguem o mínimo que deles se poderia esperar: que se entendam para dar um governo ao País.

Mas por que Dilma e o PT não se entendem? Há quem diga, entre eles muitos petistas apavorados com seu próprio futuro político, que as divergências são de natureza ideológica, uma vez que, pressionada pela crise, Dilma estaria tendendo a adotar medidas de caráter “liberal” não só para promover o necessário ajuste das contas públicas, como para incentivar a retomada do crescimento econômico. Seriam dois exemplos disso a reforma da Previdência na qual Dilma insiste e a recente aprovação pelo Senado, com apoio hesitante do Planalto, de uma versão atenuada do projeto, de autoria do senador José Serra, que reduz a participação compulsória da Petrobrás na exploração do pré-sal. Mas não é nada disso.

Ideologicamente, Dilma e o PT sempre estiveram perfeitamente identificados na volúpia estatista e no desprezo pela economia de mercado. A triste história da “nova matriz econômica” comprova isso. As divergências sérias começaram a partir do início do segundo mandato, quando o PT se deu conta de que a situação se deteriorava rápida e perigosamente e impunha-se a adoção urgente de uma estratégia capaz de garantir a sobrevivência do partido com um mínimo de competitividade eleitoral, tendo em vista as eleições municipais deste ano e, principalmente, o pleito presidencial de 2018.

Na definição dessa estratégia teve papel predominante, como não poderia deixar de ser, o ex-presidente Lula, que sabe gravemente ameaçada sua pretensão de voltar ao Planalto em 2018. De início Lula ainda se deu ao trabalho de fazer com Dilma o jogo duplo em que é especialista. Hoje, ainda procura manter as aparências de um bom relacionamento com a ex-pupila. Mas é apenas jogo de cena, porque a estratégia de sobrevivência petista baseia-se em dois fundamentos que nada têm a ver com a responsabilidade que as urnas atribuíram ao PT de dar sustentação política ao governo.

O primeiro fundamento da estratégia petista é, por meio da transferência de responsabilidades – à conjuntura internacional, à oposição “de direita”, à “mídia golpista” e, in extremis, à própria Dilma –, tentar dissociar o PT de tudo o que o ligue ao atoleiro em que meteu o País. O segundo é voltar-se inteiramente para suas bases populares, hoje constituídas essencialmente de entidades e organizações sociais que o partido de algum modo subsidia e mantém sob sua influência, com a radicalização do velho discurso populista do “nós” contra “eles” que implica o alinhamento incondicional com as “causas populares”, os “direitos dos trabalhadores” e a luta contra as “injustiças sociais”. São bandeiras que o PT tem a pretensão de considerar exclusividades suas.

Além disso, para explorar politicamente um tema que ainda empolga uma minoria de brasileiros que se declaram eleitores de Lula, o PT acena a bandeira da defesa de seu grande líder contra a “perseguição política” de que ele é alvo por parte de agentes públicos “cooptados pela direita”.

Em resumo, Lula e o PT estão preocupados com suas sobrevivências e dispostos a pagar o preço – mesmo ao custo de algumas “boquinhas” na administração pública – de assumir o papel de oposição a Dilma Rousseff e seu governo. A esse ponto chegaram os outrora companheiros.

Tudo isso demonstra, mais do que a instabilidade, a precariedade moral do atual quadro político. O quadro é tão imponderável que não será surpresa se PT, CUT, UNE, MST e congêneres, para não perderem o hábito plantado no caldo de cultura da democracia, saírem às ruas exibindo novas faixas: “Fora, Dilma!”.

CBF deve ser alvo de 'limpeza' de novo presidente da Fifa

Apesar de o presidente interino da CBF, Antonio Carlos Nunes, ter comemorado a vitória do novo chefe da Fifa ontem (26), o suíço Gianni Infantino (foto) não deve dar boa vida aos dirigentes da confederação brasileira.

Investigado pelo Comitê de Ética da Fifa e pelo FBI, Marco Polo Del Nero deverá ser um do alvos da limpeza que o cartola pretende promover.

O presidente licenciado da CBF é suspeito de integrar um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. Del Nero integrava o Comitê Executivo da Fifa.

Apesar de nos bastidores sinalizar com um acordão aos eleitores, Infantino não perdoará os já investigados pelo FBI, mas não pretende levantar novos escândalos. "Foi uma vitória esperada e festejada pelo Brasil e pelos demais países da Conmebol [Confederação Sul-Americana de Futebol]", disse Nunes à Folha, pouco depois de deixar o centro de convenções em Zurique.

Coronel Nunes, como gosta de ser chamado, tietou Infantino antes da eleição. No hall de entrada, o suíço foi cercado pela comitiva brasileira que fez questão de tirar foto com o então futuro presidente da Fifa.

No encontro, os brasileiros disseram que votariam no suíço. Durante toda a semana, Nunes fez suspense sobre o seu voto.

Os países da América do Sul ameaçavam votar no xeque Salman abi al-Khalifa, do Bharein, cuja candidatura registrou crescimento na reta final da eleição.

Militar reformado da Polícia Militar do Pará, Nunes é fanático por fotografias. Ao ser eleito vice da CBF, ele fez questão de se sentar na cadeira do presidente e pediu para a neta fotografá-lo.

No segundo turno em Zurique, diante da votação apertada, o suíço foi encontrar os brasileiros e pediu novamente o apoio deles. Ele vencera a primeira fase por apenas três votos (88 a 85) de vantagem para o xeque Salman abi al-Khalifa.

"Ele nos encontrou e pediu, em português, para mantermos o apoio", disse o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, que integrou a comitiva brasileira.

Logo após o resultado, coronel Nunes e Fernando Sarney, representante brasileiro no Comitê Executivo da Fifa, deixaram o centro de convenções às pressas. Ele seguiram para o aeroporto para embarcar para o Brasil.

Os dois não ficaram nem para a festa da vitória. Já Rodrigues e o presidente da Federação de Futebol do Acre, Antonio Aquino, o Tuniquim, ficaram para a festa. "O mundo exige essa mudança. Venceu o melhor", disse Tuniquim, que comanda o futebol praticamente amador do Acre há mais de 30 anos. (Folha de SP)

Iminente reforma do ensino vai tornar milhões de livros obsoletos

Por Ruy Castro, escritor e jornalista. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros.
Cenas de um provável futuro. A mãe repreende a filha de 11 anos por ela nunca lavar um copo depois de usá-lo, e ouve como resposta: "Mamãe, precisamos problematizar uma questão de gênero". A garota quer dizer que não veio ao mundo para lavar copos. Enquanto isso, seu irmãozinho de oito anos pode ser reprovado na escola por ter fracassado na arguição sobre sublevações intestinas na África Subsaariana. E o pai já pensa em contratar um professor particular de gê e tupi para o menino tirar o atraso na escola.

Esses são alguns dos itens dos currículos a ser aplicados pelo MEC com a iminente aprovação da "Base Nacional Comum Curricular", uma reforma do ensino destinada a fazer do brasileiro um povo politicamente correto. No país dos novos comissários do pensamento, só interessam a herança ameríndia e africana, a luta das mulheres, os direitos das minorias e outros quesitos cuja importância ninguém discute, mas que os donos do poder julgam ser de sua exclusiva propriedade.

Acusam-se os historiadores brasileiros, por exemplo, de nunca terem dado atenção suficiente à questão indígena e negra. Mas isso não é verdade. Há bibliotecas abarrotadas de livros sobre a África, o tráfico, a vida em cativeiro e como, contra todas as probabilidades, a cultura negra sobreviveu e se impôs junto à cultura "oficial" no Brasil. Os indígenas também têm vasta bibliografia, com destaque para os livros sobre as tribos da Guanabara –como o recente e monumental "O Rio Antes do Rio", de Rafael Freitas da Silva, cuja dedicatória é reveladora: "Aos nossos gregos, os tupinambás".

Mas não importa. O MEC decidiu que é preciso rever tudo, o que fará com que milhões de livros didáticos se vejam superados e multidões de professores tenham de se reciclar ou ser substituídos. O jeito é problematizar a questão.

Vale a pena ler: Xadrez da cassação

Por André Singer - colunista do jornal Folha de SP
A espetacular prisão de João Santana, em timing cada vez mais calculado, joga, não por acaso, lenha grossa na fogueira de novas eleições para presidente e vice este ano. Apanha Dilma em curso de perigoso isolamento, ao mesmo tempo em que a alternativa do impeachment continua queimada pelos erros de Michel Temer e pela imagem de Eduardo Cunha. Nesse contexto, a "operação derruba chapa" procura pressionar o frágil colegiado do TSE a cassar os vitoriosos em 2014.

A estratégia dos enxadristas da Lava Jato combina duas linhas de força. De um lado, plantam devagar cerco que imobiliza o ex-presidente Lula. De outro, avançam rápido na direção de comprometer a presidente da República. Lembro que o anterior fato espetaculoso, também preparado com esmero, foi a prisão "em flagrante" do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral. Ressalte-se: do governo.

Os erros que Dilma comete contribuem para a eficácia da estratégia. Na medida que o ex-presidente fica na berlinda, aumenta a tentação da atual mandatária salvar-se por conta própria. Há indícios de que o Planalto cedeu à ilusão de que se cumprir o programa liberal completo receberá salvo conduto para cumprir o resto do mandato, mesmo que Lula e o PT se estrepem.

Trata-se de miopia. Quanto maiores forem as concessões, maiores serão as exigências, sem qualquer apoio sólido em troca. Basta ver o que foi o programa do PMDB, que pretende liderar a reforma liberalizante, anteontem na TV. O partido se colocou de maneira aberta a favor da solução argentina, com Temer procurando aparecer como o Macri brasileiro. Dilma que se estoure.

A detenção de Santana, como era de se esperar, reativou a pressão pró-impeachment dos peemedebistas, que daria lugar a um governo Temer. Ocorre que, além do percalço menor da desastrada carta sentimental do vice em novembro passado, o navio do PMDB também está torpedeado pela Lava Jato. A presença destacada de Cunha no horário político desmonta toda a credibilidade do peemedebismo.

Ao separar-se de Lula, Dilma serra o galho no qual está precariamente sentada. A ameaça de conter os aumentos do salário mínimo e de reduzir a participação da Petrobras no pré-sal alienam os últimos redutos de apoio à presidente reeleita. Consultado, o antigo mandatário não a deixaria bater de frente com os movimentos sociais. Não será surpresa, se a presidente adotar a defesa de que, se houve problemas nas contas da campanha, elas seriam de responsabilidade do PT, sem que ela nada soubesse. Completaria, assim, o isolamento em que se meteu, sem perceber que o lance seguinte consistiria no xeque-mate.

PT ataca ajuste de Dilma e propõe volta à política econômica de Lula

 
 O presidente do PT, Rui Falcão, discursa ao lado do ministro Jaques Wagner
O PT atacou o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff e propôs ontem (26) um "programa nacional de emergência" para mudar a política econômica.

O texto, aprovado pelo diretório nacional do partido, pede a redução dos juros, o aumento do gasto público e o uso das reservas cambiais para financiar obras.

Os petistas também defenderam um reajuste de 20% no Bolsa Família e a elevação de impostos sobre os mais ricos. "A lógica das propostas é retomar o núcleo da política econômica do governo Lula", resumiu o presidente do partido, Rui Falcão.

O programa petista faz duras críticas à política econômica adotada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. O texto diz que o ajuste fiscal "não teve os resultados esperados, ao menos no que diz respeito aos interesses das camadas populares".

Para taxar os mais ricos, o PT propôs o aumento dos impostos sobre herança e grandes fortunas, a tributação de lucros e dividendos e a cobrança de IPVA sobre iates e aviões. Numa rara concordância com o governo, o partido também defendeu a recriação da CPMF.

Nos debates internos, houve críticas ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que substituiu Joaquim Levy em dezembro do ano passado.

Mal-estar: Os petistas se queixaram da possível ausência de Dilma no 36º aniversário do PT, neste sábado. Ela está no Chile.


O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do aval do Planalto às mudanças na lei do pré-sal, aprovadas pelo Senado na quarta-feira (24). "A Dilma está querendo se distanciar do PT. É um movimento consciente", afirmou. A direção do PT tentou contemporizar. Ao abrir o debate, Falcão pediu moderação nas críticas ao Planalto.

O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse que a posição de Dilma sobre o pré-sal nunca mudou e que o governo vai trabalhar para que a exclusividade da Petrobras seja mantida na Câmara.

Em outra resolução, o PT apontou "ameaça à legalidade democrática" na Operação Lava Jato. O texto protesta contra "delações sem prova, vazamentos seletivos e investigações unilaterais".

O documento diz que o ex-presidente Lula é vítima de uma campanha "vil e asquerosa" para impedi-lo de disputar as eleições de 2018. O PT também criticou a retomada da ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa vitoriosa em 2014. Na reunião fechada, Jaques Wagner disse que há um "movimento golpista" contra Dilma.

Papo furado: Lula afirma que Bumlai ofereceu reforma em sítio

Vista aérea do sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade de Atibaia, no interior de SP, nesta sexta-feira 
Vista aérea do sítio frequentado pelo ex-presidente Lula na cidade de Atibaia
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a reforma do sítio em Atibaia (SP) frequentado por ele e sua família foi "oferecida" pelo pecuarista José Carlos Bumlai, seu amigo pessoal, preso há quatro meses na Operação Lava Jato. A alegação foi feita em petição apresentada ontem (26) ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Os advogados de Lula apontam também que o sítio foi adquirido em 2010 por iniciativa de Jacó Bittar, outro amigo de Lula e um dos fundadores do PT, para que pudesse ser compartilhado com o ex-presidente e seus parentes após o petista deixar a Presidência da República, no final daquele ano.

O local serviria para "acomodar" objetos que Lula teria recebido do "povo brasileiro" durante seus dois mandatos.

O advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros, porém, contesta a versão dos defensores de Lula e  afirmou: "Só se a Odebrecht for propriedade de Bumlai, o que não me consta".

Nesta semana, a Odebrecht admitiu ter ligação com as obras na propriedade ao afirmar que seu engenheiro Frederico Barbosa trabalhou no local a pedido de um superior hierárquico da empresa.

Em entrevista ao jornal Folha de SP, a ex-dona de uma loja de materiais de construção de Atibaia que forneceu produtos para o sítio disse que a Odebrecht bancou parte das obras, que consumiram cerca de R$ 500 mil só em materiais. A construtora nega ter pago por insumos para a reforma.

Segundo a defesa de Lula, antes da formalização da compra do imóvel Jacó Bittar adoeceu e repassou ao filho, Fernando Bittar, "recursos de suas aplicações pessoais" para que a propriedade rural fosse adquirida.

Fernando, porém, não tinha recursos suficientes para pagar o preço do imóvel e "convidou o seu sócio, Jonas Suassuna, a participar da compra, o que foi feito".

Os advogados dizem, porém, que Lula só tomou conhecimento da compra do imóvel em 13 de janeiro de 2011, quando já havia deixado a Presidência da República, e que foi ao local pela primeira vez dois dias depois.

Quanto às obras no sítio, a petição aponta que Lula "tomou conhecimento de que a reforma foi oferecida pelo Sr. José Carlos Bumlai, amigo da família, enquanto Fernando Bittar comentava sobre a necessidade de algumas adaptações no local", de acordo com a defesa.

A reforma foi realizada porque, na época da aquisição, o sítio tinha apenas dois quartos, com instalações precárias, e não acolheria as famílias de Lula e de Bittar, dizem os defensores na petição.

Posteriormente, a obra foi concluída por uma empresa cuja sede fica a cerca de 50 quilômetros de Atibaia, diz a petição.

A propriedade rural de 173 mil metros quadrados (equivalente a 24 campos de futebol) está registrada em nome de Bittar e Suassuna, que são sócios de Fábio Luís, filho mais velho de Lula.

A força-tarefa da Lava Jato investiga as operações relativas ao sítio e suspeita que Lula seja o real dono do imóvel.

No documento protocolado no STF, os defensores do ex-presidente afirmam que "todos os recursos utilizados na compra da propriedade são de titularidade da família Bittar e de Jonas Suassuna e foram pagos em cheques administrativos". As alegações quanto ao sítio foram apresentadas pela defesa ao tribunal para fortalecer o pedido de suspensão das apurações relativas ao sítio até que seja definido se a investigação sobre o imóvel e o tríplex em Guarujá, concluído e reformado pela construtora OAS, deve tramitar no Ministério Público Estadual de São Paulo ou no Ministério Público Federal.
No site "O Antagonista" 
Sem medo do ridículo - Os advogados de Lula disseram ao STF que o sítio em Atibaia foi oferecido a Lula por seu amigo Jacó Bittar.
 
Quando Jacó Bittar adoeceu, seu filho, Fernando, assumiu o negócio, mas como ele não tinha recursos suficientes, "convidou seu sócio, Jonas Suassuna, a participar da compra, o que foi feito". E já que estava dando de presente um sítio de um milhão de reais a Lula, Jonas Suassuna aproveitou também para dar de presente um apartamento de seis milhões de reais a Lulinha. Só a ministra (do STF) Rosa Weber pode acreditar nessa história bisonha.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Clonando Pensamento

"Sergio Moro, o magistrado que veste à Justiça com uma nova toga, a da dignidade".  (Jorge Oliveira) 
Charge (Foto: Do Blog do Amarildo em 24 de fevereiro de 2016) 
Do Blog do Amarildo

'Fanatismo é empobrecedor', diz jornalista do Pará ameaçado de morte

Lúcio Flavio Pinto, durante o Encontro Folha de Jornalismo, em São Paulo  
 Lúcio Flavio Pinto, durante o Encontro Folha de Jornalismo, em São Paulo
Folha de SP
Políticos, empresários, madeireiros, grileiros e narcotraficantes. A lista dos que enxergam o jornalista Lúcio Flávio Pinto, 66, e seu "Jornal Pessoal" como oposição —ou até como inimigo— é longa e bem variada.

Criador do quinzenário sobre a região amazônica, que circula desde 1987 em Belém (PA), Pinto é o único jornalista brasileiro na lista dos profissionais mais importantes do mundo da ONG Repórteres Sem Fronteiras e coleciona prêmios internacionais.

Dos 33 processos que sofreu no Brasil pós-ditadura, 19 foram movidos pelos donos do grupo de comunicação O Liberal, para o qual já trabalhou. "Tive de me tornar meu próprio advogado. Queriam extinguir o 'Jornal Pessoal' por meio da minha exaustão", afirma.

Leia trechos da entrevista.
Folha – Qual é a importância do jornalismo profissional?
Lúcio Flávio Pinto Nada resiste a uma boa investigação. Não existe mistério. Se há um fato, você chega a ele. É uma competência.
Por que criou o "Jornal Pessoal?"
Criei o jornal sozinho porque não podia pagar ninguém. Decepcionado com a grande imprensa, criei uma linha editorial que torna meu jornal único: não aceita publicidade.
Como ele se financia?
Com assinaturas e venda. Se o leitor não comprar, acaba. É quinzenal e custa R$ 5, ou seja, é mais caro que os outros jornais. É quase artesanal. Não tem fotos, não tem cor. O jornal é denso e publica coisas que outros não publicam.
Dê um exemplo.
A maior empresa privada do Brasil é a Vale. Ela tem 30 clientes. Por que anuncia como uma varejista? Para conseguir, no mínimo, a simpatia da imprensa. Em 2005, a Vale foi a empresa que mais distribuiu dividendos no mundo. Ninguém deu isso. Estava no balanço da empresa. Era preciso saber ler um balanço. Fiz a primeira série de reportagens sobre a chegada do narcotráfico internacional ao Pará. Fui o primeiro jornalista que registrou a penetração da China na Amazônia, em 2001.
Essas reportagens não saem em outros lugares por falta de profissionais qualificados ou de compromisso dos veículos?
Há três coisas. Primeiro, a ideia de que a região amazônica é exótica e deve ser tratada como tal. Segundo, o comprometimento dos veículos de Belém, que nunca publicam nada sobre a Vale, por exemplo. Em terceiro lugar está a covardia do jornalista. Há um abastardamento da profissão.
A partir do momento em que o jornalista, que era empregado, passa a ser empresário, ele pensa dez vezes antes de pôr em risco a relação entre sua empresa e a empresa jornalística que o contrata. O compromisso passa a ser com essa relação.
A mídia dita alternativa cunhou a sigla PIG, Partido da Imprensa Golpista. Por que discorda do termo e de seu uso?
Primeiro porque leio a grande imprensa e porque as informações mais importantes estão ali, e não na internet, no Twitter e nos blogs.
Uma coisa que os donos de jornal aprenderam é que não vale a pena participar de conspirações, porque elas liquidam com a credibilidade da empresa. É algo que eu investigo: tem dono de empresa jornalística articulado? Não tem.
Agora, eles não gostam do Lula, não gostam da Dilma. Embarcam em teses como o impeachment, que eu acho uma besteira. Mas não se trata de imprensa golpista. Golpista é uma palavra grave.
Qual o problema desse discurso?
Ele cria uma teoria conspirativa. O que não é o cânone da esquerda e do PT vira golpista.
Os blogueiros me homenagearam várias vezes, então eles não podem me atacar porque eu sou oposição. Reclamam que falo muito do PT. Mas o PT está no governo!
Não adianta centrar fogo no PSDB, eles não estão no poder. Nós temos que centrar fogo no poder porque o poder não é democrático. O fanatismo é empobrecedor.
Você já enfrentou ameaças de morte. Como lidou com elas?
Meus inimigos, aqueles que gostariam de me calar, sabem que eu posso ter informações dessa intenção deles. Quando a ameaça tem consistência, vou atrás e faço o cara saber que eu sei.