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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Certos artistas confundem vanguarda com chatice, diz Erasmo Carlos

Erasmo Carlos em sua casa, no Rio 
Folha de SP
Aos 74, Erasmo Carlos já não perde mais cabelos por causa das críticas na internet –em 2014, os "haters" inspiraram a música que dá título ao álbum "Gigante Gentil", uma resposta a quem o chamava de ultrapassado. "Fico torcendo para inventarem coisas novas. Me chamar de zumbi já deu", diz.

Não é para menos: o Tremendão está mais conectado do que nunca. Cuida pessoalmente de suas redes sociais, escreve um livro de poesias, prepara disco novo e estreia show em São Paulo no sábado (27).
 
Em entrevista a este jornal ele falou sobre os novos trabalhos, o direito autoral em tempos de streaming, o futuro do rock no Brasil e Wesley Safadão. 

Folha - O que mudou em sua sensação ao subir ao palco depois de 50 anos de carreira?
Erasmo Carlos - Não é como antes. A parte física não acompanha a mente. Me satisfaço com o melhor que consigo fazer nas circunstâncias. Havia também o rádio. Todos o mundo cantava as músicas.
Ainda há representatividade do rock no Brasil?
O Brasil é complicado, porque é rico em influências. Há muitas variações. É diferente da Inglaterra, por exemplo, onde rock é rock. Aqui há sertanejo, axé, lambada, tecnobrega... É muita mistura.
É possível que surjam novos Mutantes, por exemplo?
Capacidade há. O que não tem é oportunidade. Os meios de comunicação estão muito fechados para o novo. As pessoas têm dificuldade para mostrar seus trabalhos. E Mutantes não aparecem toda hora. Além de uma concepção musical nova, é preciso uma mente nova. Tem que ser ousado, vanguardista. E muitos artistas confundem vanguarda com coisa chata. Mas há gente boa por aí. Gosto muito de O Terno e Vanguart.
O que representam fenômenos como Wesley Safadão, que acredita-se ter um dos maiores cachês do país?
Coisas da época. O sucesso imediato, e também espontâneo, é fruto da massificação da internet. O tempo é o que faz um artista durar ou não.
Você costumava dizer que o rock é um gênero machista. Isso mudou?
Era um gênero feito, em sua grande maioria, por homens. Por isso tinha letras realmente muito machistas no início, talvez ainda tenha. Mas hoje há muito mais mulheres cantando. E elas mudaram a concepção das letras. Também porque o pop se misturou um pouco com o rock.
O politicamente correto, que ganhou força com a internet, prejudica a música?
Não só a música, como também o humor, a literatura... É algo discutível, claro. Há temas muito polêmicos. Mas eu acho chato para caramba.
Alguns dos principais músicos do mundo hoje reclamam do baixo custo dos direitos autorais na era do streaming. Qual sua posição nessa discussão?
Quando surgiu a internet, as gravadoras não entenderam. O desprezo gerou o problema que há hoje. Acho que, a longo prazo, chegaremos a uma normalidade. Enquanto isso, ainda é mínimo o que pagam o iTunes, Spotify e outros aos músicos.
Em que pé está seu projeto de lançar um livro de poesias?
Estou no 54º poema. Queria lançar no meu aniversário [em junho], mas adiei. São poesias que eu sento e vou escrevendo. Tem muita coisa romântica, erótica e crítica.
Dessas poesias, pode sair algo para um disco novo?
Já estou selecionando músicas. Quero sim experimentar para ver se alguma poesia dá canção. Quem sabe ainda saia um disco neste ano. Mas não é certo. Tem essa vantagem não ter patrão.

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