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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ex-homem forte do Bradesco comanda Audax vendo jogos de uma mureta

Mario Teixeira, homem forte do Audax, caminha no estádio José Liberatti
Sentado em uma mureta que fica ao lado do único bar do estádio José Liberatti, em Osasco, Seu Mario apreciava um copo de cerveja quando ouviu o silêncio das arquibancadas.

Sem ter a visão do gramado, os poucos gritos que ecoavam eram a confirmação: aos 26 minutos do primeiro tempo, 1 a 0 para o Audax, contra o São Paulo, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, há duas semanas.

Com esse mesmo ritual, Seu Mario se deu conta dos outros quatro gols que saíram durante a partida: o placar de 4 a 1 eliminou o tricolor e classificou sua equipe para as semifinais do torneio.

Foi assim que ele viu (ou não viu) todo o Estadual e é quase sempre do mesmo jeito, inclusive em jogos de seus times do sub-11, sub-13, sub-15, sub-17, sub-20 e feminino. Ele não perde um. E, evidentemente, verá as duas partidas finais do Paulista, contra o Santos.

Seu Mario é conhecido ainda como Mario Ponte Preta, mas podem chamar também de Roman Abramovich de Osasco, referência ao bilionário russo dono do Chelsea, da Inglaterra.

É ele, torcedor fanático da Ponte, campineiro de coração, quem mantém o Audax vivo. Mario Teixeira, aos 70 anos, cuida também de mais três clubes: o Grêmio Osasco, o Osasco FC e o Audax do Rio.

A cartolagem é um grande hobby. Conselheiro do Bradesco até o final do ano passado e agora aposentado, ele chegou a liderar a área de mercado de capitais e de investimentos do banco, costurando negociações importantes feitas no período, como a aquisição da Vale.

Há quase dez anos na vida de dirigente, Seu Mario ainda não conseguiu tirar um centavo do futebol. Mas não chega a ser um problema: sua família jura que os times são só uma paixão e que o dinheiro nunca foi prioridade.

MURETA E HELICÓPTERO - Mario Teixeira prefere a mureta perto do bar porque diz que se sentar em cadeira é "coisa de bacana", segundo relato de Gilberto Pereira Vilela, o Tigrinho, funcionário do estádio José Liberatti há 40 anos. É do tipo de cartola que frequenta o vestiário e conversa com os atletas. Mas odeia dar entrevistas.

Se é reservado com a imprensa, com o elenco não tem silêncio. Após os jogos, costuma convidar todos para jantar, momento que conta também com a presença dos familiares dos atletas.

Na semana passada, um amigo do empresário fez um agrado ao elenco: levou todo mundo que queria para dar uma volta de helicóptero.

O bicho é sempre promessa cumprida: foram R$ 500 mil pela vitória contra o Corinthians, na semifinal. Se ganhar do Santos, o time vai levar R$ 1 milhão para casa.

Paixão pela Ponte - Fanático pela Ponte Preta, ele tentou por várias vezes se aproximar do clube. Quando criou seu primeiro time, aliás, sua intenção era colaborar para, enfim, ver a conquista de um título do time de Campinas. Montou o Osasco FC, que joga até hoje com a camisa listrada, igual a da Ponte. Pretendia revelar jogadores para mandar de graça para o time do coração e formar um elenco campeão. Nunca deu certo.

Como gesto de amor, Seu Mario construiu uma ponte sobre o lago de sua casa, em Alphaville, perto de São Paulo, e a pintou de preto. Mantém também até hoje camarote no Moisés Lucarelli para ver os jogos da Ponte.

Se, em geral, é tido como sereno, o empresário nem sempre consegue se segurar. Uma vez, nos anos 90, em jogo da Ponte contra o Juventus, entrou no vestiário a fim de encontrar o árbitro. Sua indignação com as decisões tomadas ao longo do jogo era tamanha que chegou a botar o dedo na cara do juiz.

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