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sábado, 5 de novembro de 2016

País amedrontado

Editorial - Folha de SP
Os temores da população brasileira no que tange à segurança, tema recorrente nas últimas décadas, ganharam recente quantificação por intermédio de um levantamento encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A cargo do instituto Datafolha, a pesquisa ouviu 3.625 pessoas em 217 municípios, no início do mês de agosto. Os dados apurados expõem, como seria previsível, um quadro preocupante, compatível com os graves problemas que o país enfrenta nessa área.

Uma esmagadora maioria de 85% dos entrevistados declara ter medo de ser agredida por criminosos. Já a parcela dos que temem ser vítima de homicídio atinge 76% —e é mais alta na faixa dos que ganham até cinco salários (78%).

Entre as mulheres, 85% receiam ser vítimas de agressão sexual, modalidade de violência cuja aferição nas estatísticas é considerada por especialistas aquém da realidade, uma vez que muitas das vítimas relutam em prestar queixa.

Outro aspecto crítico que emerge da sondagem trata da confiança da população na instituição que deveria ser vista como sua aliada no combate à insegurança: a polícia.

Apenas 52% dos entrevistados concordam que a Polícia Civil é eficiente no esclarecimento de crimes e somente 50% acreditam que a Polícia Militar garante a segurança da sociedade.

Chama a atenção que 70% dos brasileiros considerem que os agentes se excedem na violência no desempenho de suas funções. Não espanta, pois, que a maioria tema sofrer agressões por parte das polícias, militar (59%) ou civil (53%).

Os dados não chegam a ser surpreendentes. Ninguém ignora o quadro crítico da segurança pública no país, tampouco a necessidade de aperfeiçoamento na atuação policial, com vistas a aumentar a eficiência e conter os excessos.

Uma polícia mais bem aparelhada e mais imbuída do espírito de prestação de serviço público e respeito à lei é sem dúvida um objetivo a ser perseguido.

Diante das restrições orçamentárias e da falta de uniformidade e coordenação das políticas e métodos adotados pelos diversos Estados, parece inevitável que a União venha a ter mais presença na segurança pública.

Os problemas, como bem indica a pesquisa, não se resumem às polícias estaduais, estendendo-se ao sistema prisional, à atuação do Judiciário e às ações de cunho social, além do controle de fronteiras por onde entram drogas e armas para alimentar o crime.

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