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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Meu último desejo

Por Arnaldo Jabor - Estadão
“Sim, senhores, eu vou contar tudo que aconteceu e que me levou a estar aqui depondo no FBI. Sim, vou chegar ao meu crime, mas antes devo dizer a vocês, senhores policiais, que tudo começou quando surgiram dores insuportáveis nos meus ossos. Fiz todos os procedimentos clínicos e voltei para saber do resultado.

O médico conferia meus exames e eu não gostei de sua cara. Ele visivelmente tentava um sorriso calmo e ganhava tempo para me dar o diagnóstico. Eu olhava seu consultório, esperando: um elefante de prata na mesinha, órgãos embalsamados em vidros numa estante: um rim, pedaços de músculos, ossos e, estranha coisa, num canto da sala pendurado do teto, um grande mamulengo, um boneco nordestino, pendurado como um cristo enforcado. Finalmente, o médico me olhou. Ele estava com medo ao me dizer que exames não eram bons e meu deu a sentença: ‘Creio que não vale a pena operar, pois... (surgiu a verdade como uma facada) houve metástase da coluna para as vértebras, indo até o fígado, de modo que...’.

– O quê?... perguntei com uma gota de esperança. – Ao senhor só resta esperar e... aproveitar a família e amigos, a vida que ainda tem. 
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