Fale com este blog

E-mail: ercio.remista@hotmail.com
Celular/watsap: (91) 989174477
Para ler postagens mais antigas, escolha e clique em um dos marcadores relacionados ao lado direito desta página. Exemplo: clique em Santarém e aparecerão todas as postagens referentes à terra querida. Para fazer comentários, eis o modo mais fácil: no rodapé da postagem clique em "comentários". Na caixinha "Comentar como" escolha uma das opções. Escreva o seu comentário e clique em "Postar comentário".

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lula x Moro: Entre mesuras, duelo põe até as mulheres e os filhos no meio

Por Nelson de Sá - Folha de SP
O embate começou com o juiz Sergio Moro falando ao ex-presidente Lula -e também aos espectadores do vídeo- não existir desavença pessoal entre eles. Foi expressamente para negar a cena de duelo antecipada em capas de revista e, na realidade, pelo país inteiro.

"Quem faz acusação é o Ministério Público e não o juiz, certo? Por conta dessa acusação, podem ser feitas perguntas difíceis ao senhor. É normal, não significa que essas perguntas contenham afirmações de fato."

E Lula, se apresentando tão sincero quanto o antagonista: "Não tem pergunta difícil, doutor. Quando alguém quer falar a verdade, não tem pergunta difícil".
No longo conflito passivo-agressivo que se seguiu, o juiz usou muito a expressão "certo", para levar Lula a concordar ou não com as afirmações que fazia.

E o ex-presidente usou muito a expressão "doutor", para caracterizar ou, mais provavelmente, para enquadrar e isolar Moro.

Em representações muito díspares, o juiz se repetia e estendia nas perguntas, tomando a maior parte do tempo só com a voz.

E o ex-presidente era monossilábico e vago nas respostas, dialogando mais através das mudanças de semblante, ele que ocupava a tela o tempo todo.

As mesuras iniciais de parte a parte, de suposto respeito mútuo e pela Justiça, foram se desfazendo aos poucos, com as menções cada vez mais recorrente às respectivas famílias.

O juiz perguntava sem trégua sobre a mulher do ex-presidente, morta em fevereiro, e este recorria sem parada à mulher para dizer que pouco ou nada sabia. Algumas farpas, aqui e ali, começaram a vazar o rancor.

Lula afirmou que Moro falava de sua mulher "toda hora, sem ela poder estar aqui para se defender". E Moro afirmou não estar "acusando ela de nada".

Noutro momento, Lula apelou para uma metáfora com filhos que escondem nota baixa, ao argumentar por que não teria sido informado sobre malfeitos. O juiz comentou que ele, Moro, sabia a nota de seus filhos.

Noutro, o ex-presidente afirmou que a mulher não comentou com ele uma visita ao apartamento, porque, "não sei se o senhor tem mulher", mas elas nem sempre contam o que vão fazer.

Depois de mais de quatro horas de vídeo, no que seria o diálogo derradeiro, ambos tiraram as luvas. O ex-presidente questionou o vazamento para a imprensa de conversas suas com a mulher e dela com os filhos.

Moro reagiu, dizendo não ter relação nenhuma com o que a imprensa publica ou não publica. Lula afirmou de bate-pronto que "o vazamento foi o senhor que autorizou" e que a mesma imprensa que o ataca agora poderá vir a atacar Moro, "se tiver sinais de que serei absolvido".

O juiz atravessou dizendo já ser hoje, na verdade, "atacado por blogs que supostamente patrocinam o senhor". E encerrou a partida. No embate que prosseguiu por televisão e mídia social, os enunciados atiraram para todo lado, indicando que o confronto resultou mesmo mais de forma -e pessoal- que de conteúdo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário