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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Perguntas que Moro não fez e 'otras cositas más'

Por Clóvis Rossi - Folha de SP
O depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro esteve menos para o embate do ano (ou do século ou de todos os tempos, ao gosto do freguês) e mais para Batalha de Itararé, aquele confronto que não houve, na Revolução de 1930, entre as tropas fiéis ao então presidente Washington Luís e as da Aliança Liberal sob o comando de Getúlio Vargas.

Nem Lula foi preso nem Moro conseguiu demonstrar que o famoso apartamento do Guarujá é ou foi do ex-presidente nem este demonstrou cabalmente que não tem nada a ver com a história.

Ainda assim, faltaram algumas perguntas a Lula (e alguns comentários associados a elas), que especifico a seguir:

1 – Por que diabos um ex-presidente da República, tão conhecido e então (2014) ainda poderoso, precisa recorrer a um comparativamente obscuro tesoureiro do PT (no caso, João Vaccari Neto) para poder conversar com um diretor da Petrobras, no caso Renato Duque?

Lula deu a canhestra explicação de que Vaccari "poderia ter o telefone do Duque, que eu não tinha".

Caramba, será que Lula, com todo o aparato de seu instituto, não conseguiria o telefone de Duque?

Ou, o que é mais provável, o ex-presidente sabia da relação no mínimo incestuosa do tesoureiro de seu partido com diretores da Petrobras e resolveu checar se, nesse relacionamento, poderia haver algo que o incriminasse.

Tanto sabia que cobrou de Duque se ele participava do esquema de corrupção na Petrobras, como o próprio Lula admitiu no seu depoimento.

2 – Se é assim, como confessado, por que diabos Lula se conformou com a negativa de Duque e deu o assunto por encerrado?

O ex-presidente é tão ingênuo que achou que bastava fazer uma pergunta para um suspeito confessar o trambique?

Não seria dever elementar de um homem público, ainda mais o que se considera o melhor presidente de todos os tempos em todo o planeta, cobrar uma investigação sobre as denúncias que ele diz ter lido nos jornais?

Afinal, estava em jogo uma empresa estatal em uma administração de seu partido.

3 – Por que diabos o presidente de uma baita empreiteira (no caso Léo Pinheiro, da OAS) trataria pessoalmente de negociar um apartamento com os Lula da Silva, negociação não negada pelo depoente?

Não seria mais lógico que um corretor qualificado o fizesse?

A não ser, claro, que a OAS estivesse querendo retribuir os carinhos recebidos durante as gestões do PT.

Sim, sim, recebeu carinhos em outras gestões, mas essas são perguntas para o interrogatório dos outros acusados, quando ocorrerem. Suspeito que muitas outras perguntas surgirão nos demais inquéritos em que Lula é o personagem central.

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