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segunda-feira, 10 de julho de 2017

A armadilha do “Fora todos”

Por Mario Vitor Rodrigues - Estadão
“É o Zé Dirceu, estou aqui com o Dimas, quero mandar um abraço fraterno, afetivo, de gratidão a todos, dizer que continuo firme, de pé e na luta. Como vocês sabem, nós vamos retomar o governo do Brasil. Eles tomaram na mão, deram um golpe, rasgaram a Constituição, rasgaram o pacto social, mas o povo está conosco e nós vamos voltar. Um grande abraço.”

O parágrafo acima é a transcrição de um áudio que viralizou pelo whatsapp na última sexta-feira. Como se vê, o “guerrilheiro” – codinome utilizado pelo ‘Departamento de Propinas’ da Odebrecht para se referir ao dirigente petista – garante o retorno ao poder de uma quadrilha determinada a sitiar o país, e que somente teve o seu projeto interrompido graças aos vários episódios de corrupção revelados pela justiça.

Diga-se, há poucos dias foi a vez de Gleisi Hoffman ofender a inteligência de milhões de desempregados, quando declarou que o Partido dos Trabalhadores recorrerá aos órgãos internacionais para garantir que Lula possa disputar a presidência no ano que vem.

E, por fim, também durante a semana que passou, coube ao próprio Luiz Inácio sacramentar a trilogia de disparates, ao afirmar que o país vive um clima de ódio e intolerância “porque desde 2013 Temer e Aécio vendem facilidades e culpam o PT”.

Como se vê, nenhum dos três abriu mão da surrada cartilha que prega a divisão da sociedade como plataforma. Dessa vez, entretanto, a grande ameaça ao país não está no improvável ressurgimento do petismo como catalizador das massas. Grave, isso sim, é a apropriação que oportunistas tentam fazer do lema em voga no momento: o “fora todos!”.

É claro que descontentamentos com o status quo político não são exclusividade nossa. Jovens como Emmanuel Macron e mesmo Donald Trump estão aí para comprovar essa tendência. Contudo, raros são os países onde existe uma hegemonia ideológica tão clara quanto aqui.

Não é à toa que “Nem Dilma, nem Temer” foi prontamente abraçado pelos formadores de opinião, assim que ficou clara a inviabilidade da presidente. Idem para outro slogan de efeito, o “Diretas já!”. Deve ser muito confortável propor mudanças quando, no fundo, o que se deseja é a continuidade.

Aliás, não é por acaso que, ao ser perguntado sobre a uma possível candidatura de Lula, Ciro Gomes classificou a dita cuja como sendo um “um desserviço ao País”. O plano de retomada da esquerda precisa da derrocada do petismo para fazer a fila andar.

Vale lembrar, porém, que o atual cenário não contempla somente desqualificados como Gomes ou fraudes como Marina Silva. Também Jair Bolsonaro pode se apresentar como anti-establishment.

No fim das contas, o fora em si nem é um grande problema. É no todos que mora a esperteza.

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