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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Discursos hipócritas e retórica furada rebaixam a Câmara

Os discursos na hora do voto evocaram temas nobres, como a recuperação econômica e o combate à corrupção. Apenas para encobrir as verdades nada secretas de deputados cada vez mais desmoralizados por votações e sessões da Casa transmitidas ao vivo para todo o País.

Boa parte da turma que evocava a estabilidade política e econômica para votar “sim” (contra a denúncia) queria encobrir no grito o toma lá, dá cá dos últimos dias, pois o Planalto abriu o cofre em busca dos votos dos “indefinidos” ou “indecisos” – deputados que ficaram de boca fechada para negociar benesses até o último minuto.

No outro lado, muitos dos deputados que evocavam a transparência na política e o combate à corrupção para votar “não” protegem políticos corruptos de seus partidos e dão aval a governos nada transparentes como o de Nicolás Maduro na Venezuela.

Foi um festival de hipocrisia e retórica furada, sem falar das bizarrices, piadas sem graça e trocas de sopapos. Mesmo quando os deputados discutiram economia (na sessão destinada a debater a denúncia), o cinismo comeu soltou. Em seus discursos, a turma do “sim” transformava os atuais sinais de uma recuperação econômica ainda embrionária num milagre de tigre asiático, e a turma do “não” tentava deletar da história a catástrofe da gestão Dilma Rousseff. No meio dos dois times, o PSDB desfilava sua crise, impulsionada pela ausência de líderes, convicções e ideais.

Por volta das 22 horas, quando a sessão foi concluída, o Brasil tinha assistido ao vivo e em cores a mais um espetáculo que em nada dignifica o Parlamento e só rebaixa a política. Os poucos deputados que se detiveram em discutir o conteúdo da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer, para acatá-la ou rejeitá-la, até poderiam se salvar do show de horrores da política miúda, mas, no passar da régua, também acabaram tragados pelo torvelinho da sangrenta luta partidária que arrasta o Congresso e as demais instituições brasileiras cada vez mais para o fundo lodoso da mentira. (Estadão)

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