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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Fim do mundo tem nova data, o próximo sábado (23)

Planeta X, Nibiru, Hercólobus, planeta Chupão -o astro hipotético mais rico em alcunhas despropositadas e mais temido por teóricos da conspiração tem um novo encontro marcado com a humanidade, desta vez no dia 23 (sábado). Como essa ameaça planetária não existe, é muito improvável que ela cause o Apocalipse em tal data -embora a ideia faça sucesso nos cantos mais suspeitos da internet.

Entre os arautos da suposta catástrofe está o escritor americano David Meade, autor do livro "Planet X - The 2017 Arrival" ("Planeta X - A Chegada em 2017") e responsável por propor a data cabalística de 23 de setembro deste ano para que a influência devastadora desse corpo celeste, que estaria vindo das fronteiras do Sistema Solar, seja sentida no globo.

A chegada do suposto planeta foi apontada como a causadora do fim do mundo em 2012 (previsão que, é claro, nunca se concretizou). Os teóricos da conspiração acreditam que a existência do astro já tinha sido registrada em textos da antiga Suméria, uma das primeiras civilizações da Mesopotâmia (atual Iraque), mas o consenso entre os especialistas é que essa ideia vem de uma interpretação descabida da escrita mesopotâmica.

Em seu site pessoal, Meade afirma que estudou "astronomia e economia numa universidade do Meio-Oeste americano" (sem precisar qual) e se descreve como um especialista em "pesquisa e investigações" que teria atuado como perito forense e consultor de grandes empresas.

A informação crucial, porém, é a que vem logo depois desse currículo resumido: "Meade gosta de relacionar a ciência com a Bíblia e acredita que o Planeta X é a união perfeita entre as duas áreas". Para o americano, as profecias de Isaías (escritas a partir de 740 a.C.) e do livro do Apocalipse (datado do fim do século 1º d.C.), entre outros trechos bíblicos, descreveriam a chegada do objeto logo depois do eclipse solar deste ano.

Na visão de Meade, o Planeta X na verdade seria uma estrela anã em torno da qual orbitam planetas e outros astros. A proximidade do conjunto com o Sistema Solar bombardearia a Terra com inúmeros bólidos, criando tsunamis, grandes incêndios e outras consequências desastrosas desse tipo de evento.

O ESPAÇO É GRANDE - Em conversa com a Folha, o astrônomo Gustavo Rojas, professor da Universidade Federal de São Carlos e membro da comissão de imprensa da SAB (Sociedade Astronômica Brasileira), elencou alguns argumentos contra a existência do tal planetão/estrelinha.

"O espaço se chama espaço porque tem muito espaço nele", brinca Rojas. "A distância entre sistemas estelares é tão absurdamente enorme que é muito difícil que corpos de outros lugares venham parar aqui e, mais ainda, cheguem perto de colidir conosco", explica.

Os fãs de Nibiru também nunca se deram ao trabalho de explicar por que, se o treco está tão próximo de nós, ainda não é possível sentir seus efeitos, lembra o astrônomo.

A presença de um corpo estranho gigantesco no meio do Sistema Solar, com a força gravitacional que acompanha todo objeto desse tipo, deveria ser suficiente para bagunçar órbitas para tudo quanto é lado, com efeitos que seriam facilmente percebidos na Terra em falar no fato de que ele já estaria visível a olho nu há muito tempo.

"As pessoas vêm com essa conversa 'ah, a Nasa esconde', mas a Nasa não controla os astrônomos do mundo. Era para esse negócio estar brilhando na nossa cara. A verdade é uma só: a gente não consegue fazer o Universo funcionar do que a gente quer. A regra é clara", salienta Rojas.

NO CONGRESSO - Nibiru chegou a ser citado no Congresso brasileiro em maio deste ano. O senador Telmário Mota (PTB-RR) leu na tribuna a mensagem de uma de suas eleitoras, alertando-o de "estudos da Nasa" (que não existem, óbvio) sobre a chegada iminente do descomunal planeta.

"Com isso, dois terços da humanidade perecerão, e dois terços morrerão de fome", dizia a eleitora, inovando não apenas no campo astronômico como também no aritmético, ao afirmar que as vítimas somarão quatro terços da população da Terra. Para seu crédito, o senador Mota mostrou um saudável ceticismo. Disse que havia repassado as informações para seus assessores, pedindo que "promovessem um estudo" para checar a veracidade da profecia. Menos mal. (Folha de SP)

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