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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Editorial - Estadão: O que o Brasil tem de pior

O Rio de Janeiro há muito tempo serve como um símbolo do Brasil. Reconhecido mundo afora como um lugar de beleza incomum, aliado ao bom humor e à simpatia de sua gente, o Rio, aos olhos dos estrangeiros, passou décadas a resumir o melhor do País. Hoje, contudo, o Rio é tomado como exemplo de tudo o que de pior parece estar ocorrendo no Brasil desde a nefasta chegada ao poder do lulopetismo. A combinação de corrupção desenfreada e irresponsabilidade administrativa arruinou um dos Estados mais ricos e poderosos da Federação. Hoje, olha-se para o Rio de Janeiro como exemplo do que acontece quando se rende ao populismo e se entrega o poder a gente sem nenhum compromisso com padrões mínimos de governança e decência – gente interessada somente na sua perpetuação no poder e no enriquecimento dos sevandijas que vivem à custa do Estado.

Não por acaso, todos os governadores do Rio eleitos desde 1998, à exceção do atual, estão presos – o casal Anthony e Rosinha Garotinho, que comandou o Estado entre 1999 e 2006, foi para trás das grades quarta-feira, juntando-se a Sérgio Cabral, governador de 2007 a 2014, já condenado a dezenas de anos de cadeia. E o atual governador, Luiz Fernando Pezão, é acusado de ter recebido recursos ilícitos para financiar sua campanha na eleição de 2014.

Também não deve ser por acaso que todos os presidentes da Assembleia Legislativa do Rio desde 1995 igualmente estão presos, a saber: o próprio Sérgio Cabral, presidente de 1995 a 2002; Jorge Picciani, de 2003 a 2010 e desde 2015; e Paulo Melo, de 2011 a 2014.

Recorde-se que cinco dos seis conselheiros do Tribunal de Contas do Estado chegaram a ser presos em março deste ano, suspeitos de fazer parte de um esquema de cobrança de suborno sobre contratos de obras públicas no Rio. As prisões foram logo em seguida revogadas pelo Superior Tribunal de Justiça, mas os conselheiros foram afastados por 180 dias de seus cargos.

Há todo um abecedário de crimes dos quais essas autoridades do Estado do Rio são acusadas ou pelos quais já foram condenadas. No caso mais recente, Anthony Garotinho é acusado por empresários de cobrar propina para que fossem honrados contratos de obras públicas em Campos dos Goytacazes, cuja prefeitura era comandada por sua mulher, Rosinha. É a terceira vez que o ex-governador é preso desde 2016 em razão de casos de corrupção – em um deles, é acusado de comprar votos por meio de um programa assistencial. Naturalmente, Garotinho se diz vítima de “perseguição”.

Nada se compara, porém, ao caso do ex-governador Sérgio Cabral, que posava de administrador moderno, sob os auspícios entusiasmados do chefão petista Lula da Silva, enquanto saqueava os cofres do Estado em proveito próprio e de seus comparsas. Cabral estendeu seus tentáculos sobre quase todas as repartições da administração estadual, sugando-lhes recursos em escala estarrecedora. De certa forma, o ex-governador – bem como as demais autoridades fluminenses envolvidas em corrupção nos últimos anos – nada mais fez do que trilhar a senda aberta pela desfaçatez lulopetista, tão bem simbolizada pelo mensalão e pelo petrolão. Tudo embalado pelo discurso de “desenvolvimento com justiça social” que marcou aquela trevosa era, cujo ápice, no caso do Rio de Janeiro, foi o colapso das finanças estaduais.

É evidente que a tragédia fluminense é resultado da captura do Estado por interesses privados, que transformaram o Rio em uma “terra sem lei”, no dizer da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Mas não se deve olhar para esse triste exemplo como um caso excepcional, sob pena de não se extrair dele as devidas lições. O que está acontecendo no Rio é o desdobramento natural do esgarçamento moral e da imprudência administrativa que tão bem simbolizam o populismo lulopetista e de seus associados. É para o Rio que se deve olhar caso se queira saber o que acontece quando a irresponsabilidade se torna um modo de governar.

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