Fale com este blog

E-mail: ercio.remista@hotmail.com
Celular/watsap: (91) 989174477
Para ler postagens mais antigas, escolha e clique em um dos marcadores relacionados ao lado direito desta página. Exemplo: clique em Santarém e aparecerão todas as postagens referentes à terra querida. Para fazer comentários, eis o modo mais fácil: no rodapé da postagem clique em "comentários". Na caixinha "Comentar como" escolha uma das opções. Escreva o seu comentário e clique em "Postar comentário".

quinta-feira, 31 de maio de 2018

NOTÍCIA PAIDÉGUA!


Odilson Matos formou, recentemente, o Fruto da Terra, um ótimo conjunto musical que já está fazendo muito sucesso tocando todos os ritmos em festas dançantes, bares, shoppings, enfim, em diversos lugares, sendo recepcionado com muitos aplausos.

Confira quem são as feras:
Tecladistas: Marciano e Jthame Linhares.
No trompete de vara: Artur
Cantores: Odilson e Ivone, dupla fenomenal.

Parabéns e sucesso, meu querido amigo e compadre Odilson, um dos ícones do cenário musical santareno, desde quando liderava o sempre lembrado conjunto “Os Hippies”.

Zidane anuncia saída do Real

A trajetória de Zinedine Zidane como comandante do Real Madrid chegou ao fim. Campeão europeu pela terceira vez seguida no último sábado, o francês decidiu deixar o comando da equipe após dois anos e meio. Zizou fez o anúncio de sua decisão na manhã desta quinta-feira, ao convocar uma entrevista coletiva de forma surpreendente, ao lado do presidente Florentino Pérez.

- Eu tomei a decisão de não continuar como técnico do Real Madrid. É um momento estranho, mas esse time precisa de uma mudança para continuar vencendo, precisa de outro discurso, outra metodologia de trabalho. E é por isso que tomei essa decisão - explicou o treinador em seu anúncio. Zidane fez questão de repetir diversas vezes que sua decisão de sair justamente em um momento vencedor se deu por conta da necessidade da equipe de ter um fato novo para as próximas temporadas. O comandante deixou claro que vislumbrava para as próximas temporadas uma maior dificuldade para conquistar títulos. O presidente Florentino Pérez, que acompanhou Zizou durante o anúncio e a entrevista coletiva do técnico, não conseguiu esconder sua surpresa com a decisão do treinador - que é o primeiro a deixar o Santiago Bernabéu por vontade própria, e não por uma demissão, em toda a gestão do mandatário. - Depois de ganhar uma copa europeia, é uma decisão inesperada, mas só podemos aceitar a decisão e respeitá-la. A mim, causou um grande impacto quando soube da decisão. Gostaria de convencê-lo, mas sei como é. Quero agradecer sua entrega, carinho e tudo que fez pelo Real Madrid nestes anos. Não é uma despedida, é um "até logo". Mas, sim, precisa de descanso, e também merece - disse Florentino.

O francês fez questão de agradecer à torcida por todo o carinho recebido desde que assumiu o comando do clube, em janeiro de 2016, e recordou até mesmo o quanto contava com a boa vontade dos fãs em sua época de jogador. Lembrando sua trajetória no clube como atleta e agora como treinador, o astro deixou as portas abertas para um retorno.

- Claro que pode ser um "até logo". O Real me deu tudo, e vou estar por aqui, perto deste clube toda a vida. A decisão para muitos não tem sentido, mas para mim, sim. É o momento de fazer uma mudança - completou. Zidane deixa o comando do Real Madrid após dois anos e meio como treinador do time principal - onde chegou para substituir Rafa Benítez, demitido no meio da temporada 2015/16. Antes, havia trabalhado como auxiliar de Carlo Ancelotti na conquista da Champions em 2013/14, e iniciado trajetória à frente do time B merengue, o Castilla. Ele se despede do Santiago Bernabéu tendo levado o time a nove conquistas neste período: três Ligas dos Campeões, dois Mundiais de Clubes, um Campeonato Espanhol, duas Supercopas da Uefa e uma Supercopa da Espanha.

Crime compensa quando o foro é privilegiado

Denunciado em outubro de 2015, no âmbito da Lava Jato, por receber R$33,7 milhões em propina, o deputado Nelson Meurer (PP-PR) foi condenado a devolver apenas R$5 milhões à Petrobras. O valor, além de irrisório perto do montante surrupiado, é menor que o rendimento da poupança entre a denúncia e a condenação. Noves fora, Meurer fica com a propina, usa o rendimento para fazer a devolução e ainda sobra. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

A propina de R$33,7 milhões aplicada na poupança, investimento aliás desaconselhado por economistas, renderia R$6,6 milhões ao deputado. O deputado recebeu 99 pagamentos mensais, desde 2006, no valor de R$300 mil, além de R$4 milhões em espécie na campanha de 2014.

Meurer é o primeiro político condenado no STF no âmbito da Lava Jato, mas há outros nove réus e mais 20 denúncias aguardando julgamento. A condenação de Meurer por unanimidade na Segunda Turma do STF, a mais “boazinha”, é má notícia para parte dos acusados na Lava Jato.

Cármen Lúcia defende democracia como único caminho legítimo

Em reação ao contexto da greve de caminhoneiros com indícios de locaute e pedidos por intervenção militar, a ministra-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou nesta quarta-feira (30) que a democracia é o único caminho legítimo a seguir no Brasil. Ao abrir a sessão plenária, a ministra disse que Corte Suprema está exercendo suas atribuições neste momento com “profunda preocupação, atenção e responsabilidade com o grave momento político, econômico e social experimentado pelos cidadãos brasileiros”.

Cármen Lúcia destacou que é necessário ter serenidade, mas também rigor e respeito com o cumprimento aos direitos fundamentais.

“Não há escolha de caminho. A democracia é o único caminho legítimo, e assim cumprimos nosso dever com a República Federativa do Brasil”, enfatizou a ministra. “Lutamos e conquistamos a democracia, trabalhamos como órgão direta e soberanamente responsável pela sua manutenção e aperfeiçoamento permanente. Somos juízes a serviço do Estado Democrático de Direito. Também na democracia se vivem crises, mas as dificuldades se resolvem com a aliança dos cidadãos”, afirmou Cármen Lúcia.

A ministra assegurou que a democracia não está em questão e que, embora haja questões sócio-políticas e financeiras, o direito brasileiro oferece soluções para o quadro atual.

“Não temos saudade senão do que foi bom na vida pessoal e, em especial, histórico de nossa pátria. Regimes sem direitos são passados de que não se pode esquecer, nem que se queira lembrar”, disse.

A presidente do STF ressaltou que os cidadãos brasileiros podem confiar que o Poder Judiciário não deixará de cumprir sua obrigação de guardar a Constituição e de resguardar e assegurar a eficácia dos direitos de todos.

“Este Supremo Tribuna Federal, órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro, contando com a responsabilidade e a atuação de cada cidadão, cumprirá com seu dever, como se espera que todas as instituições públicas e particulares o façam”.

A cabeça do brasileiro é paradoxal mesmo?

Por Fernando Dantas, jornalista - Estadão
A pesquisa do instituto Datafolha divulgada hoje mostra que 87% dos brasileiros são a favor da greve dos caminhoneiros e, coincidentemente, a mesma proporção é contra os aumentos de impostos e cortes de gastos propostos pelo governo para bancar as reinvindicações da categoria.

De certa forma, esse resultado é um pesadelo para quem defende a racionalidade centrista como único caminho para o País sair da atual crise. O Brasil parece estar criando uma aberrante síntese dos populismos de direita e de esquerda em voga no mundo: rejeição total ao aumento de impostos combinada com demandas cada vez maiores de gastos do Estado com grupos de pressão específicos, apoiadas por todos outros grupos de pressão e pela sociedade em geral.

Para confundir ainda mais as coisas, houve um claro apoio de segmentos sociais identificados com a candidatura de Jair Bolsonaro ao movimento grevista. O próprio candidato, com idas e vindas, deu seu suporte aos caminhoneiros. A contradição é o fato de os supostos defensores da ordem apoiarem um movimento que provocou o maior caos no País em muitas décadas, e utilizando métodos ilegais, como decidir quem passa e quem não passa por pontos de estrangulamento (com utilização dos próprios caminhões) em rodovias Brasil afora.

O movimento atual ecoa as preocupações que alguns analistas já demonstravam em relação às manifestações de junho de 2013: a população pedia simultaneamente mais e melhores serviços públicos e menos receita pública (de tarifas de ônibus a impostos).

Qual será a visão de mundo por trás dessa aparente contradição entre demandas obviamente irreconciliáveis?

Uma primeira possível explicação seria a de que uma grande parte da população com educação precária não percebe que todo gasto público é financiado pelo conjunto da sociedade. Favoreceria essa percepção o fato de que apenas uma minoria relativamente pequena dos brasileiros paga Imposto de Renda, no qual o financiamento do Estado pelo cidadão fica didaticamente explícito, enquanto a maioria da população é taxada via impostos indiretos sem nenhuma transparência.

Mas o que se percebe mais claramente no discurso virulento das redes sociais é a revolta em relação a pagar impostos para financiar um sistema político podre de corrupção. É como se o brasileiro médio julgasse que há recursos abundantes para o Estado brasileiro funcionar bem, prover serviços de qualidade em larga escala e investir numa moderna infraestrutura logística e urbana, e tudo isto só não acontece porque quase todo o dinheiro é roubado pelos políticos.

Se essa é a percepção, começa a fazer sentido o apoio maciço à greve dos caminhoneiros. Afinal, o cidadão médio, junto com os caminhoneiros, faz parte do “povo”, cujo dinheiro é roubado por um conluio entre o sistema político e outros membros das elites, como juízes privilegiados e empresários corruptos. Assim, seria até nobre suportar os sacrifícios provocados pela greve dos caminhoneiros, em nome de atacar e tentar derrubar a clique que fica com todo o dinheiro, e impede que o Brasil tenha bons e completos serviços públicos, além de uma infraestrutura que garanta uma cidadania digna para todos.

Qualquer pessoa que entenda minimamente os dilemas de política pública do Brasil atual sabe que a visão acima está absurdamente errada. A corrupção é de fato um grande problema e rouba recursos que poderiam ser usados para o bem-estar geral, mas é apenas uma parte muito pequena e quase irrelevante do rombo fiscal estrutural que destrói qualquer chance de o Brasil se desenvolver a um ritmo satisfatório e de maneira sustentada.

Na verdade, a insolvência estrutural do setor público deve-se à complacência e à cumplicidade da sociedade em relação a uma gigantesca miríade de canais de transferência de dinheiro público para grupos específicos, que inclui os racionais e legítimos, os defensáveis mas irracionais, e os francamente imorais.

A imensa maioria dos brasileiros que clama contra os políticos corruptos se beneficia de um ou mais desses canais, mas tende a se perceber sistematicamente como vítima de um sistema injusto. A sangria vai das concessões aos caminhoneiros aos subsídios a empresários, à Previdência supergenerosa de muitas categorias do serviço público e dos militares, à aposentadoria rural não contributiva com benefícios muito maiores do que a renda recebida na vida laboral, etc. – para citar apenas uns poucos exemplos de uma lista interminável, é claro.

Aparentemente, a sociedade brasileira considera que a maior parte dessas transferências e as novas demandas de dinheiro público que são feitas a todo instante por grupos específicos são não só legítimas e merecedoras de palmas, como também financiáveis, se não fosse pela corrupção dos políticos. Um duro e sofrido aprendizado estende-se à frente.

Clonando Pensamento

"(...) Tem gente desfilando com faixas que pedem intervenção militar já. Como gostaram da outra, provavelmente querem uma igual àquela, uma volta àqueles dias. São movidos à nostalgia, mais do que qualquer projeto realista. Mas o movimento está crescendo, pelo que se ouve e se lê, e não se minimize o poder da nostalgia mobilizada, quanto mais irrealista mais perigosa."
(Luiz Fernando Verissimo, jornalista)

Flerte com o abismo

Por William Waack, colunista do jornal O Estado de S.Paulo
Como assim as pessoas apoiam um movimento, o dos caminhoneiros, mesmo sabendo que sofrerão severos transtornos e prejuízos diretos na vida pessoal e financeira? Em outras palavras, agindo contra os próprios interesses – e sabendo disso.

Supõe-se que alguma coisa mais esteja em jogo, além da irracionalidade em decisões (no comportamento de consumidores, por exemplo) há tanto tempo detectada por teorias econômicas de comportamento. Como eventual contribuição a uma explicação, avanço aqui duas possibilidades inteiramente subjetivas e derivadas da minha biografia pessoal como repórter.

Será que as pessoas percebem seus “interesses objetivos e racionais” como analistas percebem ou acham que deveriam perceber? No caso brasileiro dos últimos dias, é patente que não. Em primeiro lugar, salta aos olhos que uma enorme quantidade de pessoas não entenda que dinheiro público é o dinheiro delas, recolhido por meio de impostos e contribuições. Para elas, portanto, se tem alguém gastando mais do que arrecada, esse alguém é “o governo”, essa distante e incompreensível entidade que manda nas nossas vidas sem que a gente entenda muito bem como.

Em segundo lugar, o governo é ocupado por “eles”, políticos e seus nomeados, uma espécie de casta. “Eles” são interessados apenas nos próprios negócios, na própria corrupção e, agora que “nossa” paciência se esgotou e nossa indignação explodiu, precisam ser varridos como lixo. É evidente que “nós” não nos sentimos representados por “eles” – e quando confrontada com o fato de que “eles” estão lá pois foram votados para estarem lá, imensa quantidade de pessoas não gosta do que enxerga no espelho.

Muita gente acha que a revolta que acompanhou as manifestações de caminhoneiros (acompanhadas, em alguns casos, de comportamento criminoso) é uma espécie de mal necessário para que dessa situação crítica renasça um novo País, não importam os danos imediatos causados à economia. É óbvio, na minha percepção, que essa conduta reflete muito mais uma imensa frustração do que um claro sentido de ação, mesmo os caminhoneiros tendo arrancado o que pretendiam (baixar os próprios custos, empurrando a conta para outros).

Não são poucos os que enxergaram, por outro lado, que atender às reivindicações dos caminhoneiros só seria possível tornando ainda mais complicada a solução para contas públicas quebradas. Mas – e aqui deveríamos escrever MAS, em maiúsculas –, foi irresistível para parcela expressiva da população a identificação proporcionada pelo símbolo do trabalhador sacrificado (o caminhoneiro) que levanta o dedo médio em riste contra “eles”, enquanto entrega a Deus o comando na boleia.

Acho perda de tempo decifrar neste momento qual o “recado” que essa revolta está transmitindo para a política – na verdade, a mensagem principal é o ódio e o desprezo em relação à própria política, entendida como um jogo sujo no qual só “eles” ganham, com seu sistema de benefícios próprios, desperdícios, corrupção e a inexplicável administração de preços que leva o combustível que “nós” produzimos a custar bem menos na Bolívia.

Temo ter de dizer que esse flerte com o abismo, registrado nos últimos dias, seja a expressão da desintegração (que não me parece meramente passageira) da capacidade do Estado de impor diretrizes e autoridade. Mas também desse nebuloso estado de espírito segundo o qual a fúria e a frustração que existem na população criam a necessidade de mudança por meio do fracasso social.

Governo lança o SOS caminhoneiro

O governo lançou o serviço SOS Caminhoneiro, que oferece um número de WhatsApp para socorrer caminhoneiros que queiram deixar a paralisação da categoria mas estejam sendo pressionados por outros participantes do protesto. 
 
O governo tomou a medida depois de constatar que muitos dos manifestantes queriam desistir do protesto mas vinham sendo até agredidos por defensores da greve. O governo garante sigilo da denúncia pelo WhatsApp 61991544645.

Aposta no caos

Editorial - Estadão
O estrondoso sucesso da greve dos caminhoneiros – que viram atendidas todas as suas reivindicações e colocaram o governo de joelhos, arrancando urras de parte considerável da população – inspirou os oportunistas de sempre a tentar capitalizar e, quem sabe, ampliar a insatisfação popular.

É o caso, por exemplo, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), sindicato petista que decidiu deflagrar “a maior greve da história da Petrobrás” para protestar contra “os preços abusivos dos combustíveis” e “contra o desmonte da empresa que é estratégica para a nação” – razão pela qual exige a demissão do presidente da estatal, Pedro Parente.

Felizmente, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) declarou a greve ilegal, estipulando multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento. Em sua decisão, a ministra do TST Maria de Assis Calsing disse que se trata, “a toda evidência, de greve de caráter político”. Com razão, a magistrada considerou que a pauta dos grevistas representa “forte ingerência no poder diretivo da Petrobrás” e também “em ações próprias de políticas públicas, que afetam todo o País e cuja solução não pode ser resolvida por pressão de uma categoria profissional”. Além disso, escreveu ela, uma greve de petroleiros neste momento provocaria enormes prejuízos à população, especialmente “por resultar na continuidade dos efeitos danosos causados com a paralisação dos caminhoneiros”. E Maria de Assis Calsing arrematou: “Beira o oportunismo a greve anunciada”.

Os oportunistas em questão, é claro, não se fizeram de rogados. “Consideramos inconstitucional (a decisão do TST). A Constituição nos garante decidir quais interesses devemos proteger com a greve”, disse um porta-voz da FUP. A pilantragem hermenêutica apenas confirma o caráter totalmente mendaz desse e de outros movimentos feitos exclusivamente para explorar o apoio popular obtido pela greve dos caminhoneiros.

Esses movimentos pretendem ampliar a já crescente hostilidade ao governo do presidente Michel Temer, transformado pelos jacobinos da luta anticorrupção e por aproveitadores em geral em símbolo de um país carcomido pela corrupção e pelos privilégios a minorias bem articuladas.

Ora, não é preciso morrer de amores por Temer para ver aí um evidente exagero, pois o presidente herdou um país esfrangalhado pela criminosa irresponsabilidade lulopetista e, em pouco tempo, restabeleceu um mínimo de racionalidade fiscal, disso resultando a queda da inflação e dos juros e a retomada do crescimento. No entanto, nada do que esse governo faz, mesmo seus acertos mais evidentes, parece digno de crédito, pois, conforme indicam as pesquisas e a julgar pelo apoio popular aos caminhoneiros, Temer passou a ser um exemplo de governo desastroso.

Esse discurso ressuscitou o que deveria estar morto, isto é, o embuste lulopetista, segundo o qual o País era uma maravilha nos tempos de Lula da Silva e Dilma Rousseff – inclusive com combustível barato, subsidiado. A nostalgia daqueles tempos “dourados” ignora, por exemplo, que a política de subsídios tende a concentrar renda nos grupos organizados da sociedade, restando à maioria desorganizada e pobre arcar com o custo.

Aliás, é preciso lembrar que a crise dos caminhoneiros tem sua origem não só na ilusão do diesel barato, mas também na farra petista do crédito farto, que estimulou muitos a comprar caminhões, inflando assim a oferta do serviço de transporte, o que baixou o preço do frete. Quando veio a crise, a demanda pelo serviço caiu, deixando muitos caminhoneiros endividados e sem trabalho. A racionalização do preço dos combustíveis, para sanear a Petrobrás destruída pelos petistas – os mesmos que ora organizam uma greve para “defender” a estatal –, completou o quadro.

A política de austeridade e as reformas de Temer nada têm a ver com essa crise. São, ao contrário, sua solução, nunca sua causa. Mas é mais fácil acreditar nas patranhas lulopetistas ou, pior, defender a volta dos militares ao poder, do que aceitar a dura realidade de que o Estado não é senão administrador de recursos escassos.

Eleições na CASF: Por favor, quem souber, responda


"Se a Chapa 4, cujo candidato a presidente é Artur Tourinho, foi impugnada, por que ela consta na Cédula de Votação ?"
Quem pergunta é uma pensionista da Capaf e assistida pela CASF.

Agora, os petroleiros

Editorial - Folha de SP
Enquanto o país ainda lida com os estragos provocados pela paralisação dos caminhoneiros, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) tenta pegar carona na desordem e no autoritarismo do movimento.

A ameaça implícita é a mesma: provocar desabastecimento, em particular de combustíveis. Objetivos e métodos são semelhantes: uma ofensiva prepotente, se não criminosa, para impor políticas públicas por meio de chantagem. O que oferecem como argumentos são simplificações grosseiras ou mera demagogia oportunista.

Por meio da greve, o sindicalismo petroleiro quer a redução dos preços de gás de cozinha e outros derivados. Exige ainda nada menos que a demissão imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente, a quem acusa de administrar a empresa para “atender exclusivamente aos interesses do mercado”.

Desnecessário mencionar, a esta altura, que as medidas do governo e a gestão das estatais devem estar sujeitas ao escrutínio público.

As objeções dos petroleiros fazem parte do debate democrático, por mais incongruentes que sejam —por exemplo, quando criticam a empresa por defender o interesse de seus acionistas, entre os quais se sobrepõe a União ou, vale dizer, todos os brasileiros.

Muito diferente, no entanto, é usar uma pauta dessa natureza como pretexto para um arremedo de greve, que apenas se aproveita do estado de fragilidade do país para intimidações —caso a paralisação de 72 horas não dê resultado, a categoria promete cruzar os braços por tempo indeterminado.

A ministra Maria de Assis Calsing, do Tribunal Superior do Trabalho, somente apontou o óbvio ao afirmar que inexistem reivindicações trabalhistas a amparar o movimento. “Trata-se, a toda evidência, de greve de caráter político.”

Os paredistas ameaçam manter a população brasileira refém de seus interesses, preferências e demandas, tal como fizeram —com teses ideológicas opostas— as facções de caminhoneiros e do setor de transporte de carga.

Filiada à CUT, a Federação Única dos Petroleiros é companheira de viagem do desastre político, econômico e moral dos anos finais da administração petista.

Nesse período, a Petrobras foi saqueada e endividada até quase a ruína por investimentos incompetentes, corrupção e tabelamento de preços, sem que se ouvissem protestos da FUP e da CUT.

Os sindicalistas, ao que parece, buscam se valer do momento de insatisfação popular e debilidade do governo Michel Temer (MDB) para um contra-ataque pela esquerda.

Em sua estratégia tacanha, mesquinha e adepta de políticas ruinosas que quase derrubaram a maior empresa do país, não temem colaborar de novo para o tumulto econômico e institucional.

Leitores(as), amigos(as), desejo-lhes...


SER FELIZ...

... é ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”.

Bendelack, querido amigo e colega de trabalho

Em março/2014, através do Facebook, recebi esta carinhosa mensagem da Socorro Bendelack, acatando a minha solicitação de amizade: "Sinto-me honrada com o seu convite, seja bem vindo!! Melhor mesmo, seria pedir, volte para o seu torrão natal e vamos por o Cristo Rei pra funcionar!! Ô saudade, e olha que só ouvi meu pai contar!!". Como complemento, anexou uma foto (acima) do seu pai, Manoel Correa do Rosário (Bendelack), no palco da Casa Cristo Rei, muito alegre, como aliás sempre foi, durante uma participação no programa E-29 Show, que nos anos 70 fez muito sucesso, apresentado por mim e pelo Edinaldo Mota.

Bendelack era meu colega no Banco da Amazônia, onde atuava com muita dedicação e responsabilidade, sempre desfrutando da amizade e admiração de seus companheiros de trabalho e dos clientes da instituição.

Todos os anos, a partir do mês de novembro, Bendelack e seus familiares começavam a organizar os preparativos para a apresentação do bloco carnavalesco denominado "Pulga", que alegrava os domingos da Pérola do Tapajós, no chamado "carnaval de rua". Um detalhe interessante: na mesma época, também no Basa, surgiu a idéia da formação de um outro bloco carnavalesco, "Breguelhegue", foi o nome escolhido pelo Márlio Cunha, nosso colega de trabalho, que, no quintal da casa de seus pais - "Seu" Cunha e Dona Jasiva - reunia familiares e amigos para, a exemplo do Bloco da Pulga, cantar, dançar e batucar, de modo bem simples nas ruas da cidade.

Os brincantes, tanto do Breguelhegue como os do Bloco da Pulga, consumiam apenas um tipo de bebida: batida de limão ou de maracujá, cujo preparo era possível com a coleta de dinheiro feita entre eles. Tempos bons!!!

Gilmar Mendes solta mais um ladrão

 
O ex-diretor da Dersa apontado como operador de propina do PSDB, Paulo Vieira de Souza (Paulo Preto), foi solto na noite desta quarta-feira (30) após realização de audiência de custódia na Justiça Federal.

A soltura dele ocorreu horas após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, mandar que ele fosse solto mais uma vez. Souza tinha sido preso nesta quarta. Ele já havia sido preso em abril e havia tido a soltura determinada também pelo ministro Gilmar Mendes.


Também foi solta nesta noite a filha de Paulo Vieira, Tatiana Arana Cremonini, que tinha sido presa nesta manhã e também foi beneficiada pela decisão de Gilmar Mendes. Na decisão que mandou soltar os dois, o ministro afirmou que o novo decreto de prisão foi "inconformismo" do juiz em razão do habeas corpus concedido.

"No caso concreto, está patente que o novo decreto de prisão revela inconformismo com a ordem de habeas corpus anteriormente deferida por este tribunal. Na decisão que deferiu a medida liminar [...] demonstrei que os fundamentos da prisão preventiva então decretada eram claramente despropositados", afirmou Mendes na decisão.

Denúncia
No dia 22 de março, a força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo ofereceu denúncia contra Souza e mais 4 pelos crimes de formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema público e peculato, que é a apropriação de recursos públicos. O grupo é suspeito de desviar R$ 7,7 milhões de 2009 a 2011 (valores da época) de obras públicas.
Nas fotos, Gilmar e Paulo Preto.

O que abre e fecha no feriado de hoje

Supermercados:
Todos os supermercados do Pará abrir em seus horários normais como informou a Associação Paraense Supermercados (Aspas), porém o horário para fechar é definido por cada estabelecimento. Na sexta, 1º de junho, o funcionamento é normal.

Centro Comercial:
O Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), informa que as lojas do Centro Comercial de Belém irão adotar seus horários próprios para funcionamento.

Shoppings:
- Shopping Bosque Grão-Pará: as lojas vão abrir de 11h às 21h, praça de alimentação e lazer irão funcionar de 12 às 22h e os cinemas de acordo com o horário dos filmes.
- Castanheira Shopping Center: as lojas vão abrir de 11h às 21h, praça de alimentação e parque de diversões de 11 às 22h, cinema de acordo com o horário dos filmes e academia de 9h às 15h.
- Shopping Pátio Belém: no feriado as lojas vão abrir de 11h às 21h, praça de alimentação de 11 às 22h, cinema de acordo com o horário dos filmes e academia de 9h às 15h.
- Parque Shopping: no feriado as lojas vão abrir de 11h às 21h, praça de alimentação e lazer irão funcionar de 11 às 22h e o cinema de acordo com o horário dos filmes.
- Boulevard Shopping: lojas vão abrir de 11h às 21h, praça de alimentação e lazer de 11 às 22h, restaurantes de 11h às 00h e o cinema de acordo com a programação.
- Shopping Metrópole: no feriado as lojas e quiosques estarão abertos de 12h às 22h, praça de alimentação e lazer funcionarão de 12 às 22h, restaurantes de 12h às 00h, supermercado de 12 às 22h, cinema de 13 às 22h e o laboratório estará fechado.

Bancos:
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que não haverá atendimento nas agências bancárias. Na sexta-feira (1º), o funcionamento será normal. Segundo a Febraban, os carnês e as contas de consumo (como água, energia, telefone) vencidos no feriado poderão ser pagos sem acréscimo no dia seguinte.

Estação das Docas:
Funcionamento normal das 10h às 2h.

Parque Zoobotânico Mangal das Garças:
Funcionamento normal das 9h às 18h.

Parque Estadual do Utinga:
Funcionamento normal das 6h às 17h.

Bosque Rodrigues Alves:
Na quinta-feira (31), o Bosque irá funcionar em horários especiais, das 08h às 14h, com ingresso sendo vendido até às 13h.

A Secretaria de Administração (SEAD), avisa:


“Não haverá expediente nas repartições públicas estaduais da administração direta e indireta nesta sexta-feira, 01 de junho de 2018. Os órgãos das áreas essenciais, como arrecadação, saúde, defesa social e educação, devem estabelecer regime de escala de serviços entre os servidores, para garantir o atendimento à população.”

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Abaixo ao machismo

A atriz e agora cantora Cleo Pires gosta de se exibir nas redes sociais. Já deixou bem e não gostou quando uma de suas fotos onde aparecia com uma blusa transparente foi censurada. Em protesto, colocou um vídeo onde molha uma blusa branca deixando os mamilos expostos e na legenda: “Meus seios não são órgãos sexuais. Antes, são órgãos feitos para alimentar um bebê! É MACHISMO eu não poder expor meus seios da forma que eu quero em uma plataforma digital e ela apagar minha foto por isso, enquanto um homem pode posar sem camisa e ser tratado normalmente. Eu tenho que manter meus seios presos porque um homem pode se sentir atraído??? Então, como eu me visto deve ir de acordo ao que um homem pensa?”.

Fiquemos de olho no vice

Circula nas redes sociais uma espécie de gozação, mas que na verdade serve como um alerta para os brasileiros. O post diz que quando se escolher o candidato ao governo, deverá se prestar atenção em sua proposta econômica, para segurança, educação e saúde, mas ver principalmente quem é o vice da chapa e observar qual é a sua trajetória de vida. Nunca se sabe o dia de amanhã.

Brasileiro é gaiato, mesmo.

Nesses últimos dez dias, não aconteceram assaltos a caixas eletrônicos, roubos de cargas, tiroteio nas favelas, apreensão de grande volume de drogas, arrastões, roubos de celulares e até denúncia de assédio. Ou seja: “o Brasil que eu quero” é um país de greve de caminhoneiros. É o que diz um dos posts que circula na internet.

E mais:

É bom saber...: Médium brasileira foi contratada para garantir sol no casamento de Meghan e Harry


Teve toque brasileiro por trás do ensolarado 19 de maio, dia do casamento de Meghan Markle com o príncipe Harry, em Windsor. A rede “BBC” chegou a avisar que a previsão do tempo para a data não era das melhores, com possibilidade de chuvas – fato comum em se tratando da Inglaterra. Uma carruagem fechada teria sido providenciada pelo cerimonial da família real por conta disso. Porém, eis que um lindo dia de céu muito azul e sol coroou o evento mais esperado dos últimos meses. São Pedro foi bonzinho? Aí que o Brasil entra na história. Com a missão de impedir que o mau tempo estragasse a festa, a realeza britânica tratou de contratar para a ocasião a Fundação Cacique Cobra Coral, bastante conhecida por aqui, e também internacionalmente, por conseguir mudar o clima. Esta foi a segunda vez que os serviços da entidade foram contratados por Elizabeth II e cia – a primeira foi em 2011 para o casamento de Kate Middleton e príncipe William.

O planejamento para o casamento de Meghan e Harry começou no Brasil e foi levado para Windsor. “Como esse trabalho abrangeu apenas a área de Windsor, foi preciso colocar um sistema de alta pressão sobre o entorno do castelo, fazendo uma espécie de isolamento local”, contou Osmar Santos, porta-voz da fundação encabeçada pela médium Adelaide Scritori ao Glamurama. Sobre os dias que antecederam o evento, ele comenta: “Até terça-feira Londres estava com alerta de inundações, e como lá o clima é muito diverso, tudo muda com muita rapidez. Conforme o dia do casamento foi se aproximando o tempo começou a melhorar até que no dia 19 abriu aquele sol”. A estrutura levou 14 dias para ser montada e, assim como acontece em todos os rituais, a chuva, naquela data, foi direcionada para outras regiões da Europa que estavam com baixo índice pluviométrico.

Por conta do trabalho, que foi muito elogiado pelas partes envolvidas, a Fundação Cacique Cobra Coral retorna às pressas para Londres nesta quarta-feira para participar de uma reunião sobre as mudanças climáticas que atingem o continente nesta primavera. O excesso de chuva é uma preocupação dos governos locais. “O que fizermos em Londres terá um reflexo em toda a Europa”, contou Santos ao Glamurama. A relação da equipe com a Inglaterra começou em 1987 quando, durante o governo de Margaret Thatcher, foram contratados para melhorar a temperatura do país, que bateu -30º. Na ocasião, após o ritual os termômetros do país subiram para 0º em menos de 24 horas.

Em tempo: entre os trabalhos mais recentes feitos pelo grupo estão a última edição do GP de F1 de Mônaco, evento para o qual são contratados desde 2008, e o Festival de Cinema de Cannes que, depois de um início chuvoso, optou por convocar a médium para garantir o bom tempo de sua última semana de programação.

A Fundação é administrada por Osmar e pela médium Adelaide Scritori que, desde criança, incorpora o espírito do cacique e tem poderes de controlar o clima. Com agenda lotada, eles recomendam que sejam procurados com bastante antecedência quando se trata de um evento pré-agendado e não uma urgência de fenômenos naturais. No Brasil, onde atuam em várias frentes, tanto estatais como particulares, fizeram importante trabalho em 2015, quando houve a crise hídrica no país. Na próxima semana, a instituição adiantou ao Glamurama que vai informar oficialmente aos governos do Sudeste e Centro-Oeste que, a partir do dia 17 de outubro, teremos uma nova crise de abastecimento de água. “Vamos ter sérios problemas de abastecimento hídrico por conta das obras que deveriam ter sido feitas na usina hidrelétrica de Furnas, mas não foram. Também não fizeram a reposição das matas ciliares. Rio não sobe montanha… nem em Brasília onde quase tudo é possível…”, ironiza Osmar, fazendo uma clara crítica ao governo. Questionado pelo site se alguma coisa será feita com relação a esse problema, ele dispara: “Fazemos quando somos solicitados. Não tivemos nenhum pedido neste sentido… ainda.”
Fonte: Glamurama

Na boca do povo

"Mesmo com todos os erros e pusilanimidade do governo, mesmo com as razões que os caminhoneiros e transportadoras tenham para sentir insatisfação, não concordo com o sofrimento e as perdas que estão sendo impostas ao povo por meio desta paralisação interminável, mesmo após os manifestantes terem suas reivindicações atendidas. Além disso, o governo cedeu à chantagem e nós pagaremos a conta."
(Maria Tereza Montes Rodrigues, leitora do jornal Folha de SP)
 

Aguardando a sexta-feira


Deputado diz ter “sentimentos primitivos” contra Temer

Um deputado estadual de Goiás chamou atenção pelo discurso duro contra o presidente Michel Temer na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado. Major Araújo (PRP) disse ter “sentimentos primitivos” contra Temer. “Os sentimentos que me vem são os mais primitivos possíveis contra Michel Temer. É de socar, dar um soco no rosto de Michel Temer, estragar aquela plástica mal feita que ele tem no rosto.”

Ele continuou: “outro (sentimento) é de fuzilar esse canalha num paredão, cremar e jogar cinzas lá em Marte, em outro planeta para não contaminar lugar nenhum desse planeta Terra”, disse. O deputado é o mesmo que apresentou proposta para criar o “Bolsa Arma”, um programa para o governo ajudar o cidadão a adquirir a sua arma de fogo.

Aliados querem Temer longe dos palanques

A greve dos caminhoneiros e a paralisação dos petroleiros, prevista para começar nesta quarta-feira, não apenas prejudicam a economia como terão impacto na campanha eleitoral de outubro. Com esta avaliação, integrantes do MDB - partido do presidente Michel Temer - já defendem, a portas fechadas, a demissão do presidente da Petrobrás, Pedro Parente. Querem, ainda, que Temer fique bem longe dos palanques de candidatos do MDB nos Estados.

O assunto voltou a aparecer ontem, em reunião da bancada do MDB na Câmara. Temer, no entanto, descarta a possibilidade de dispensar Parente. Ao chegar para o encontro, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, tratou de acalmar os mais exaltados. Admitiu que a greve poderá causar estragos na campanha do ex-titular da Fazenda Henrique Meirelles, postulante do MDB à Presidência, mas ressalvou que ninguém ganha com a crise. “Para a política, o que está acontecendo é um jogo de perde perde”, disse Marun.

Na hora em que o ministro chegou para a conversa com a bancada do MDB, Temer ainda estava reunido, no Palácio do Planalto, com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Ali foi produzida uma nota conjunta na qual Temer, Maia e Eunício procuraram aparar as arestas em público, após dias de estocadas entre o Planalto e o Congresso.

“Neste momento, os Poderes Executivos e Legislativo estão unidos na defesa dos interesses nacionais. Assumem o compromisso de aprovar e colocar em prática, no menor tempo possível, todos os itens do acordo”, diz um trecho do documento, assinado pelos três. “O Brasil está todo em choque. É preciso muita calma, muito diálogo”, argumentou Eunício, pouco antes de o Senado aprovar o projeto que aumenta impostos da folha de pagamento de diversos setores da economia. Ficou combinado que Temer vetará trecho da proposta referente à isenção do PIS/Cofins sobre o óleo diesel, antes avalizada pela Câmara.

“Vai vetar porque é inconstitucional”, anunciou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR). “Para fazer o encontro de contas, o presidente vai indicar outra fonte de recursos e cumprirá o acordo com os caminhoneiros.”

No auge da tensão, o deputado Beto Mansur (MDB-SP), um dos vice-líderes do governo na Câmara, chegou a sugerir a Temer que convoque o Conselho da República se o impasse persistir, além de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Compete ao Conselho da República se pronunciar sobre intervenção federal, estado de defesa e de sítio e também a respeito de “questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas”.

Em fevereiro, depois de muita polêmica, Temer chamou o colegiado para apresentar o plano de intervenção na segurança pública do Rio. Não fez, porém, qualquer consulta sobre a medida, pois tudo já estava decidido.

“Estamos há quatro meses da eleição e temos de ter a cabeça no lugar”, afirmou Mansur. O deputado admitiu receio de que infiltrações políticas nos movimentos grevistas se transformem em um “levante” contra Temer, puxado pelo mote da “intervenção já”.

“As Forças Armadas no Brasil estão muito afinadas com o presidente, mas há nas ruas uma parcela de extrema-direita pedindo intervenção federal e a volta dos militares”, comentou ele, em uma referência indireta aos simpatizantes do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). “Já vi esse filme antes e, como gato escaldado tem medo de água fria, é bom botar o cobertor.”

Custos do desgoverno

EDITORIAL - FOLHA DE SP
Após oito dias do mais intenso boicote ao abastecimento de gêneros de primeira necessidade já registrado no Brasil, a paralisação dos caminhoneiros deu nesta terça (29) o primeiro sinal de arrefecimento. Combustível, embora em pouca quantidade, começou a chegar aos postos em várias cidades do país.

É preciso acompanhar com cautela os desdobramentos dessa crise pelos próximos dias, mas não é improvável que o impasse se dissolva paulatinamente.

Justifica-se o alívio com essa expectativa de desfecho, pois a asfixia progressiva de bens e serviços indispensáveis à manutenção da vida e da paz nas cidades é uma perspectiva realista e em marcha.

Mas seja para evitar que o espectro do colapso urbano volte a avultar-se, seja para distribuir com mais justiça a conta a ser paga, não deveriam ser esquecidos os papéis censuráveis desempenhados pelos principais atores desse drama.

Os caminhoneiros e os empresários de transportes têm um problema de custos crescentes, causado pelo surto de alta internacional do petróleo e pela desvalorização do real em relação ao dólar. A retomada macambúzia da atividade econômica dificulta o repasse dessa carestia ao preço final do frete.

Não são, nem de longe, a única categoria a enfrentar a realidade áspera do Brasil estropiado pela grande recessão. Nem por isso estão desprovidos do direito de organizar-se para pleitear do poder público o que julgam ser seu direito.

Ao fazê-lo nesta hora, o movimento galvaniza um sentimento popular difuso —alicerçado na dureza generalizada que se tornou a tarefa de ganhar o pão e na avalanche de flagrantes de desabrida corrupção na política— de repulsa ao poder estabelecido; de oposição a “tudo o que está aí”.

O Datafolha confirma essa hipótese, ao revelar apoio quase universal, atingindo 87% dos brasileiros, à paralisação nas estradas.

É preciso respeitar as leis, entretanto. Empresários que estimulam o boicote cometem crime. Caminhoneiros que sufocam o abastecimento de alimentos e combustíveis sem respeitar o atendimento às necessidades básicas infringem a Lei de Greve e levam sofrimento desnecessário a dezenas de milhões de brasileiros indefesos.

Esse cerco selvagem às cidades, sem controle nem lideranças representativas, mostra-se uma abominação a ser combatida.

As autoridades de que o Brasil dispõe para defender o interesse público diante da minoria rebelada e poderosa mostraram-se incompetentes e mal informadas. Agiram tarde e pessimamente.

Os três ministros —Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Segurança Pública) e Carlos Marun (Secretaria de Governo)— encarregados de gerir a crise falaram bem mais que agiram, negociaram com quem não podia cumprir o assinado, porque não comandava a massa parada nas rodovias, e torraram uma dinheirama dos contribuintes em acordos fracassados.

O Brasil tem 13,4 milhões de desempregados, entre outros desafios sociais dessa magnitude. Não parece fazer sentido gastar bilhões, que o Tesouro terá de tomar emprestados a juros de mercado, com centenas de milhares de caminhoneiros em dificuldade, mas empregados.

Se o governo não consegue fazer frente a forças que chantageiam os consumidores e impor um mínimo de racionalidade às negociações, o governo é desnecessário.

A mesma fatia assoberbante de brasileiros que apoia a paralisação dos caminhoneiros, no Datafolha, rejeita pagar a conta das concessões, que virá sob a forma de mais impostos ou com o corte de gastos.

Essa aparente contradição na opinião pública só se resolve com a sóbria diligência dos representantes ao decidir como obter e gastar o dinheiro do cidadão.

Outro aspecto deplorável é a falta de energia das autoridades, federais e estaduais, para o emprego eficiente da força policial em situações de flagrante ilegalidade.

Quem bloqueia vias, impede o acesso a recursos de primeira necessidade e intimida os que não querem participar da greve precisa ser reprimido imediatamente e levado às barras dos tribunais.

A docilidade com que abusadores do direito à paralisação foram tratados abre precedente para arruaceiros de todo gênero, que já ameaçam seguir o exemplo.

Essa doença autoimune que atiça os sentidos de atropeladores da ordem e parasitas das rendas nacionais está também associada ao aviltamento da Presidência da República. Michel Temer, que na opinião desta Folha há muito tempo deveria estar fora do cargo se defendendo de graves acusações, tornou-se um cadáver entronado.

Toda a energia política de que dispunha, consumiu-a nas lutas intestinas para a preservação de seu cada vez mais inútil mandato. É uma pena que as eleições não possam ser antecipadas. Apenas elas poderão revestir o núcleo do poder federal da fortaleza necessária para enfrentar a longa travessia à frente.

Perigos da democracia

EDITORIAL - ESTADÃO
Ainda que a crise de abastecimento gerada pelo protesto dos caminhoneiros se resolva totalmente nos próximos dias, o que parece improvável, as imensas perdas econômicas resultantes dessa greve estão longe de ser inteiramente contabilizadas. No entanto, talvez o maior prejuízo nem seja econômico, mas sim democrático. A emergência de uma força descontrolada e difusa, capaz de colocar um governo de joelhos em poucos dias, deixou aos brasileiros a sensação de que não há autoridade no País – vence aquele que grita mais alto.

Não à toa, o protesto dos caminhoneiros, que começou com uma pauta específica de reivindicações para a categoria, como a redução do preço do diesel, derivou em pouco tempo para um exercício do mais puro voluntarismo. Ante a inação do poder público, grupos radicais de manifestantes sentiram-se incentivados a deixar de lado as exigências de caráter econômico e passaram a agir com o intuito deliberado de tornar o Brasil ingovernável.

Trata-se de pessoas que se consideram acima da lei e das instituições e que desprezam profundamente a política tradicional – por elas considerada irremediavelmente corrupta e incapaz de resolver os problemas do País. Sua natureza despótica é evidente.

Essa gente, é claro, sempre existiu, mas numa democracia, ao menos enquanto esta conserva seu vigor, não costuma haver muito espaço para que o ideal cesarista se imponha sobre as liberdades e a ideia de alternância de poder. O problema é que, depois que a cruzada anticorrupção no País se converteu em cruzada contra todos os políticos e, no limite, contra a política, movimentos como o dos caminhoneiros, incitados por inimigos declarados da democracia, parecem ganhar “legitimidade” aos olhos da população. Afinal, se o movimento está causando problemas para políticos no governo, para os quais de saída está reservada a pecha de corruptos, então deve contar com apoio popular. Ou seja, aceita-se que, em nome do saneamento da vida política no País, direitos do conjunto da população sejam atropelados.

A coisa toda é ainda mais grave porque os liberticidas em ação no País – fechando estradas e sabotando a circulação de caminhões para o abastecimento de hospitais, mercados e postos de combustíveis, mesmo depois que o governo atendeu a todas as suas reivindicações – escondem-se sob o conveniente manto do anonimato. Diferentemente dos notórios políticos que se locupletaram, os delinquentes travestidos de manifestantes não se deixam conhecer, tornando seu crime de lesa-pátria ainda mais aviltante.

Contudo, nos tempos esquisitos em que vivemos, nenhuma dessas ponderações parece arrefecer o ânimo dos que consideram ser válido estimular meios ilegais, como os usados pelos caminhoneiros, para provocar um clima propício para a volta dos militares ao poder, desta feita pela via democrática do voto.

No raciocínio – por assim dizer – dessa gente, somente com os militares no governo a ordem seria restabelecida. Seria, como é óbvio, um terrível erro. Se os militares podem voltar ao poder pela via democrática, nada garantiria que, nas circunstâncias, sua permanência no poder teria o mesmo viés. Aqueles que dizem almejar o poder em nome da corporação militar são declaradamente hostis à convivência democrática com a oposição, e já é possível antecipar que um governo nascido com esse espírito certamente substituirá o império da lei pelo arbítrio.

Não há como ser diferente, pois o que preside esse movimento é uma visão discricionária do mundo e das relações políticas, sociais e econômicas. Os próceres desse movimento e seus excitados seguidores pensam ter o remédio para todos os males do País, a começar pela destruição da democracia – esse modelo imperfeito, que demanda negociação com quem pensa diferente e respeito irrestrito pelo pacto constitucional. A melhor maneira de enfrentar essa ameaça, além de expô-la, é lutar para restaurar o prestígio da democracia. Para isso, é preciso superar imediatamente a crise deflagrada pelos caminhoneiros e por quem os apoia.

TST declara ilegal greve de petroleiros

Segundo a Advocacia-geral da União, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) declarou na noite desta terça-feira, ilegal a greve dos petroleiros prevista para começar nesta quarta-feira, 30. Foi estipulada multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento.

Segundo afirma a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em nota publicada em seu site, a greve duraria inicialmente 72h e não causaria problemas de desabastecimento. Entre as demandas da FUP estão a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis com a mudança da política de preços da Petrobrás e a saída de Pedro Parente do comando da empresa.

E, para reduzir o alcance da greve dos petroleiros, o Planalto e seus aliados já colocam na conta do PT os prejuízos que a paralisação da categoria possa provocar.

Os governistas estão gritando aos quatro ventos no Congresso que o PT incentiva a greve porque quer espalhar a confusão e a desordem no País e que não se preocupa com o bem estar da população. Existe expectativa no Planalto que os líderes petistas acabem preferindo baixar a bola da greve para não se complicarem politicamente.

O amor é lindo.

Ontem (29), eu testemunhei, aqui em Belém, uma cena belíssima e, sobretudo, comovente: uma senhora bem idosa, talvez com mais de 80 anos, caminhando ao redor do Museu Emílio Gueldi, de mãos dadas com o marido, bem mais trôpego do que ela.

Existirá coisa mais bonita e mais sublime do que esse tipo de prova de união e de carinho? Quantas vidas naquelas duas mãos entrelaçadas? Quantos filhos, netos e bisnetos? Quanta luta, quanta alegria, quanta tristeza, quanta dor, quanto sofrimento, quanta história...?

Não sei os seus nomes, não os conheço, mas almejo que ele e ela vivam ainda por muito tempo, nos dando exemplo de tanta felicidade, de tanta ternura, de tanto amor, E mais: que os seus cabelos brancos não tenham a força de matar as suas esperanças ou de amortecer os seus sonhos.

Ajude, seja solidário.

 
Há um princípio muito acertado que diz: “Ninguém é tão pobre que não possa ajudar, nem tão rico que não venha a precisar.” Seja onde for, esteja onde estiver, você sempre terá oportunidade de estender as suas mãos para ajudar alguém. Haverá sempre alguém pelas esquinas da vida, à espera de um favor ou de um gesto de carinho seu. Às vezes, basta um simples sorriso seu para curar uma dor, cicatrizar uma ferida, alegrar um coração. Pense nisso, meu dileto leitor!

Estiloso

Certamente, este parlamentar, exibindo-se com um vistoso chapéu Panamá, na tribuna do Senado, atende ao que diz um velho conselho: “Não tenha vergonha nem medo de ser ridículo”.

Campanha de vacinação contra a gripe é prorrogada até 15 de junho.

O Ministério da Saúde (MS) anunciou ontem (29) a prorrogação da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe até o dia 15 de junho.

A decisão foi motivada pelos efeitos da paralisação dos caminhoneiros no atendimento em saúde. Inicialmente, o fim da campanha estava previsto para a próxima sexta-feira, 1° de junho.

terça-feira, 29 de maio de 2018

São eles, sempre eles, os petistas bagunceiros

O governo apura se três movimentos políticos - "Intervenção militar já", "Fora Temer" e "Lula livre" - se infiltraram na paralisação dos caminhoneiros. Eles estariam alimentando os focos que ainda querem manter os bloqueios, mesmo após ter boa parte de suas reivindicações atendidas ou ao menos encaminhadas. Essa é uma leitura feita nas reuniões do gabinete de crise montado pelo Palácio do Planalto.

Eleições da CASF: Proposta da Chapa 3

A CASF publicou o balanço do Exercício de 2017 nos apresentando a situação econômico- financeira resultante da gestão (CONDEL e DIREX), que assumiu em 2014 a nossa Caixa de Assistência. As demonstrações contábeis retratam os resultados dos atos de uma gestão no gerenciamento do patrimônio de uma empresa, mostrando a assertividade ou não dessa gestão. Vejamos:1. O resultado foi negativo no valor de R$5.020 mil que, somados aos resultados negativos acumulados nos exercícios anteriores, chega-se a um déficit acumulado de R$9.076 mil.a. Nota: a atual gestão recebeu a CASF com resultado positivo acumulado (superávit) de R$3.087 mil, em junho/2014.2. O Patrimônio Social se encontra negativo em R$4.789 mil, significando que os bens edireitos da operadora são insuficientes para cobrir as suas obrigações, as quais ultrapassam os bens e direitos em R$4.789 mil.a. Nota: em junho/2014, o Patrimônio Social cobria todas as obrigações, sobrando ainda R$4.286 mil.O Conselho Fiscal, ao analisar as contas da CASF, observa:3. Que as aplicações financeiras vinculadas a provisões técnicas cobrem apenas 97,6% das provisões para eventos ocorridos e não avisados (PEONA).a. Em Junho/2014 essas aplicações cobriam 99,9% das provisões e ainda havia R$6,4 milhões em aplicações financeiras livres.4. Que há necessidade de um eficiente processo de cobrança das mensalidades a receber, em função da alta inadimplência, visando reduzir as provisões para perdas que afetam o resultado.

5. Que o parecer dos auditores independentes apresentou ressalvas (há incorreções, em função de lançamentos contábeis efetuados sem observância do Regime de Competência e em desacordo com os princípios fundamentais de contabilidade).

6. Que a CASF se encontra desde 02/03/2018 em Regime de Direção Fiscal instalado pela ANS.Diante dos graves aspectos apresentados e com os números demonstrando com fidelidade os atos de ineficiência, faz-se urgente a renovação da gestão da empresa, lembrando a todos que nas chapas concorrentes temos o atual diretor administrativo financeiro e na outra, os atuais presidente e diretor de assistência, ou seja, estão as mesmas pessoas que colaboraram para que chegássemos a esse momento crítico.Os componentes da Chapa 3, ao analisarem os resultados divulgados, deliberaram que, além das outras diversas ações para o reequilíbrio e a restauração da CASF, quando eleitos, REDUZIRÃO EM 20% OS SALÁRIOS DE SUA DIRETORIA, como a primeira instância a dar o exemplo de austeridade e de contenção de despesas. Somente retornarão a receber os valores integrais quando a empresa alcançar o reequilíbrio financeiro que, certamente, alcançaremos, com muito trabalho e seriedade, numa gestão essencialmente técnica e voltada, exclusivamente, para o bem comum e não para individualismos.
(Texto enviado por Sofia Cardoso)

Malabarismo global

De Hildegard Angel no Jornal do Brasil:

Malabarismo do Alexandre Garcia para não culpar Temer-Parente-Meirelles, e responsabilizar o PT pela greve dos caminhoneiros: “É porque os governos Lula/Dilma deram ótimas condições para compra de caminhões e, como muita gente comprou, deu no que deu”.

Mais um capítulo da série ‘Gilmar manda soltar’

Gilmar Mendes soltou ontem (28) mais dois presos da Operação Pão Nosso, o doleiro Sérgio Roberto Pinto da Silva e César Rubens Monteiro, ex-diretor da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio. A operação, deflagrada em abril, investigou desvios de recursos públicos na Seap durante a gestão de Sérgio Cabral.

O ministro do STF determinou que os acusados cumpram medidas cautelares, como proibição de manter contato com outros investigados e entrega do passaporte em até 48 horas.

Bolsonaro: “Isso é pauta da esquerda, a pauta do caos”

Entrevistado pela Folha de S. Paulo, Jair Bolsonaro disse que está conversando com os caminhoneiros a fim de que eles encerrem a greve: “Eu estou conversando com, não digo lideranças, mas gente deles. Não existe liderança, tem muito voluntarismo. Eu estou dizendo para eles que isso é igual a remédio, se tomar demais, vira veneno.

A Federação Única dos Petroleiros anunciou uma greve para quarta, mas sem pauta nenhuma, não estavam negociando nada com o governo. É uma greve para voltar a Dilma? Pelo Lula livre? Isso é a pauta da esquerda, a pauta do caos.

Eles estão sabendo que, se morrerem centenas de milhares de galinhas por falta de ração, para aquela granja voltar a ter galinha, são seis meses. Isso vai encarecer o ovo. A coisa chegou num ponto que precisa refluir. Aí entra o aspecto político. Não interessa, acredito eu, para mim, para o Brasil, para quem quer a democracia, o caos agora.”

Casa da Mãe Joana Brasil

Por Marli Gonçalves, jornalista - Diário do Poder
Não é só por causa da paradeira dos caminhoneiros, que o Brasil virou o verdadeiro e único representante da Casa da Mãe Joana, aquela com uma porta onde todos podem entrar, conforme reza a lenda que Joana I, de Nápoles, decretou ao legalizar os bordéis de sua região no século XVI, numa história que envolveu conspiração, mortes e desejos de liberdade total.

A expressão Casa da Mãe Joana se atualizou total esses dias. Na verdade, se instalou de vez. Igual àquela que diz (ou pelo menos dizia, porque a coisa está tão preta que há muito não ouço nem ninguém citar) que Deus é brasileiro. Até Ele tem limites e deve ter se mudado de mala e cuia. Aqui não só entra quem quer, como faz o que quer e, enfim, quando tenta se impor, declara e manda fazer o que não tem a menor ideia de como será cumprido. Casa da Mãe Joana é uma expressão popular, “o lugar onde todos mandam”, sem organização, onde cada um faz o que quer, uma baguncinha, enfim.

Reuniões longas, horas, documentos e documentos, contas que depois se mostram absolutamente erradas, anúncios de decisões que na manhã seguinte não surtiram qualquer efeito. A paralisação dos caminhoneiros apenas nos demonstrou de forma radical e até cruel o desatino e despreparo que enfrentamos há anos, em todas as direções para as quais olhamos.

Em algum momento o trem descarrilou. Inclusive, trilhos dos quais agora nos lembramos saudosamente e que tanta falta nos fazem na logística de distribuição nacional desse país de dimensões tão complexas, e que se inclinou para a indústria automobilística, para a fonte

petróleo, entre outros erros estruturais que vemos se repetindo anos a fio.

Na Casa da Mãe Joana todo mundo invade a cozinha e quer tirar um proveito, mexer na receita, tacar a colher na sopa, entornar o caldo. Se a comida sai ruim, os dedinhos de todos se apontam uns para os outros levianamente, não fui eu, foi ele. Como crianças birrentas e marotas. Esse é o cardápio completo que estamos vendo. Pratos postos numa mesa que ressuscita até os zumbis que já governaram e desgovernaram, e que voltam para nos assombrar com suas declarações toscas e buscando isentar-se do estado a que as coisas chegaram.

Em casa, seja da Mãe Joana ou de qualquer outra, onde falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão; imaginem quando falta pão, gasolina e vergonha na cara. Surgem, de um lado, os salvadores da pátria e suas ideias birutas; de outro os vilões que não têm nome nem cara, mas sabem remarcar preços como ninguém para se dar bem, não poupar ninguém. Sabem fazer sumir e aparecer produtos, mágicos. Gasolina a dez reais o litro, alface murcha, 10 reais a unidade, batatas de ouro puro, todos viram aparecer. Mais os oportunistas políticos que surgem para o banquete onde esperam lugar à mesa, sentados na cabeceira, inclusive. Só que precisarão pagar a conta.

Mas não se preocupem. Como disse o presidente ao mandar as Forças Armadas acabarem com a movimentação dos caminhoneiros, falando do púlpito, sem combinar com os goleiros, agora “o Governo terá coragem”. Faz lembrar a coragem da intervenção federal do Rio de Janeiro quase esquecida nas calendas. Temer, inclusive, se mostrou bem preocupado com os frangos que, segundo ele, estariam já se canibalizando. Sem comentários, por favor.

De soquinho em soquinho, vamos indo esperando o próximo round, quem vai bater à porta, a próxima crise. Tanto falam em militares, tanto falam em intervir que conseguiram botar o bloco verde para dissipar o azul de nosso céu. Por enquanto, e espero que pare aí, para desobstruir os canais por onde corre o nosso sangue. Os combustíveis, os alimentos, e tudo o mais que nos mantêm vivos.

Cobrar o acordo

Editorial - Folha de São Paulo
Está claro que o governo Michel Temer (MDB) ainda não sabe como vai pagar —com o dinheiro dos contribuintes— as promessas feitas para pôr fim à paralisação dos caminhoneiros. Resta descobrir se as autoridades federais têm ao menos ideia de com quem negociam.

De nada adiantaram, afinal, os generosos termos do suposto acordo, anunciado na quinta-feira (24), com o que seriam 8 das 11 entidades envolvidas nas tratativas. O bloqueio criminoso de estradas e o desabastecimento das cidades persistiram, até novo e mais perdulário entendimento, no domingo (27).

Entre um e outro, houve a ameaça de usar força policial e militar para desobstruir as rodovias —o que, como se nota, surtiu efeito modesto, para dizer o de menos.

De novo o país se encontra na expectativa de que chegue ao fim, de modo organizado, uma ofensiva que há muito ultrapassou os limites do razoável. A sociedade não pode continuar refém de uma categoria cuja truculência já foi, infelizmente, premiada.

Assegurou-se uma redução de R$ 0,46 no preço do litro do óleo diesel, a vigorar por 60 dias. Depois, haverá prazo de um mês entre os eventuais reajustes, qualquer que seja a valorização do petróleo no mercado internacional.

Para tanto, o Tesouro Nacional compensará a Petrobras pelas perdas esperadas com o mecanismo, a um custo de, pela estimativa mais recente, R$ 9,5 bilhões neste ano.

Reconheça-se de saída que esse subsídio explícito tem a vantagem da transparência, se comparado a políticas anteriores de controle político de preços cujos impactos eram absorvidos pela estatal e, assim, escondidos do público.

Entretanto isso não basta para tornar virtuosa a despesa. É no mínimo questionável se estamos diante da destinação mais adequada para um montante equivalente a um terço da verba anual do Bolsa Família, ou o suficiente para elevar em 3% o salário mínimo.

Haverá sacrifícios para obter a quantia. De acordo com as informações oficiais, serão promovidos cortes de R$ 3,8 bilhões em gastos; impostos também podem ser elevados —e isso sem contar o aumento da carga sobre a folha de pagamento das empresas, listada como condição para a queda da tributação sobre os combustíveis.

O Planalto fez essas e outras concessões de afogadilho, movido pela chantagem do desabastecimento e sem conseguir ressuscitar sua articulação política. Nem mesmo as anunciadas e graves suspeitas de locaute inspiraram um endurecimento nas negociações.

Nota-se, pois, que o governo Temer não conseguiu, por falta de convicção ou de credibilidade, esclarecer e convencer a opinião pública, tarefa ainda mais indispensável quando se conduz uma agenda de reequilíbrio do Orçamento. Sem altivez e equilíbrio na avaliação das demandas, não apenas se alimenta o oportunismo político demagógico que se vê à esquerda e à direita; corre-se também o risco de estimular novos abusos por parte de setores organizados e influentes em busca de privilégios.

Por que os protestos continuam? Entenda a paralisação dos caminhoneiros

Depois de negarem dois conjuntos de benesses oferecidos pelo governo de Michel Temer, os caminhoneiros chegam ao nono dia de protesto nas rodovias do país. A paralisação desencadeou uma crise de desabastecimento de combustíveis.

Nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer disse que a crise deve acabar logo, "se Deus quiser". Mais cedo, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que as negociações se esgotaram. O governo agora pressiona a Polícia Federal para que faça prisões. Leia abaixo perguntas e respostas sobre o movimento.

Qual o motivo da manifestação?
O motivo é o custo do diesel. Hoje, ele remonta a valores de 2008, quando o petróleo explodiu. Desde 2016, a política de preços da Petrobras é repassar as flutuações nas cotações internacionais às refinarias, o que significa que a alta do dólar impactou o custo do frete, incomodando o setor de transporte.
No domingo (27), o presidente Michel Temer anunciou que o reajuste passará a ser feito mensalmente (e não diariamente). Visando atender as reivindicações dos manifestantes, Temer congelou o preço do diesel por 60 dias, valor esse com desconto de R$ 0,46 nas refinarias. O governo também se comprometeu a fazer que este valor chega às bombas dos postos.

O que o governo ofereceu para eles no último acordo?
  1. Desconto de R$ 0,46 centavos no preços do diesel (redução corresponde a soma dos valores do PIS/Cofins e da Cide)
  2. O preço do óleo diesel, já com o desconto, será válido por 60 dias. Depois período, os reajustes serão mensais e não mais diários
  3. Isenção da cobrança do eixo suspenso em todo o país via medida provisória
  4. Caminhoneiros autônomos terão 30%, pelo menos, dos fretes da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento (medida estabelecida também via medida provisória)
  5. Estabelecimento da tabela mínima de frete, conforme a lei 121 (também via medida provisória)
Por que os caminhoneiros ainda não estão satisfeitos? 

Após o anúncio do presidente, a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) chegou a afirmar que a situação estava resolvida e que os manifestantes poderiam voltar para casa. Mas não foi isso que aconteceu. Na Régis Bittencourt, inclusive, mais pessoas se juntaram aos protestos. 
A redução de R$ 0,46 no preço do diesel ainda gera muita insatisfação entre os caminhoneiros que estão nos protestos. Eles também pedem 90 dias de congelamento no valor do diesel.  
Outras reivindicações iniciais atendidas pelo governo foram a suspensão do pagamento de pedágio dos eixos suspensos (quando o caminhão está vazio) e o preço mínimo para o frete. 
A reportagem da Folha conversou com caminhoneiros em protestos de diferentes regiões do país. Em Porto Alegre,  Alexandre Bastos de Araujo, 46,  disse  que a proposta oferecida por Temer "é uma conta injusta, quem vai pagar é a sociedade e ele vai colocar a sociedade contra nós”, diz. Para o motorista, as medidas colocarão a sociedade contra os manifestantes.
Em São Paulo, na Anhanguera, João Paulo "Coco Seco" disse que "a greve não vai parar, só vai aumentar. R$ 0,46 não resolve nada". Proprietário de seis caminhões, Fábio Correia, 31, disse que precisa diminuir pelo menos R$ 1 do valor do óleo.  
Nos protestos, muitos manifestantes pedem intervenção militar e o fim do governo Temer. 

Quem lidera o movimento?

Não há uma linha direta entre os caminhoneiros autônomos e seus "representantes". O governo Temer tem feito negociações ciente de que as entidades não representam a totalidade da categoria, o que aumenta a imprevisibilidade dos protestos. 
O primeiro acordo, feito na quinta-feira (24), foi assinado pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) e outros sindicatos. 
A Abcam, que abandonou a primeira reunião, disse que o "o assunto está resolvido" após o anúncio do presidente no domingo. O presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, afirmou nesta segunda-feira (28) que o protesto "não é mais de caminhoneiro, mas de quem quer derrubar o governo". 

Quem são os caminhoneiros bloqueando as estradas?

Quem protesta e faz bloqueios são caminhoneiros autônomos, que representam cerca de 40% da categoria. As transportadoras (donas dos veículos fretados, em oposição aos autônomos) não aderiram oficialmente ao movimento, mas deixaram de fazer entregas, alegando preocupações com segurança.

Há empresas apoiando o movimento?

Muitos caminhoneiros se organizam de forma autônoma, via grupos de WhatsApp, mas o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a área de inteligência do governo identificou indícios de participação do setor empresarial, que, se comprovada, vai exigir ação da Polícia Federal.

Por que o envolvimento de empresas seria problemático?

Enquanto o direito de greve é legítimo, garantido por lei, o locaute (pressão exercida por empresários para negociar com trabalhadores ou com o governo) é ilícito e pode ser considerado crime. 
Esse é o ponto que será explorado pelo governo. O presidente Temer tem pressionado a Polícia Federal para acelerar as investigações e prender suspeitos de dar suporte ilegal ao movimento.

Vale a pena ler: Brincando de golpe

Por Eliane Cantanhêde - Estadão
Assim como nos aviões, são duas as decisões mais tensas de uma greve: quando e por que começar, quando e por que parar. A greve dos caminhoneiros começou na hora certa, jogou luz nas agruras do setor, criou um caos no País e foi um estrondoso sucesso. Os caminhoneiros, porém, estão perdendo o timing de acabar a greve e capitalizar as vitórias.

As pessoas apoiaram a revolta, mesmo sofrendo diretamente as consequências, porque se identificaram com as dificuldades dos caminhoneiros e, como eles, estão à beira de um ataque de nervos diante de tanta corrupção. Mas é improvável que apoiem agora, simultaneamente, o “Fora Temer”, o “Lula livre” e a “Intervenção militar já”.

É uma salada indigesta. Pepino, abacaxi e pimenta não combinam e, cá para nós, focar o protesto na queda do presidente Michel Temer raia o ridículo, é como “chutar cachorro morto”. Faltando seis meses para o fim do governo? Com Temer já no chão? É muita artilharia para pouco alvo.

O governo cedeu exatamente em tudo que eles pediam: preço do diesel, redução de impostos, previsibilidade nos reajustes, tabela mínima de fretes e mudança nos pedágios federais, estaduais e municipais. Uma brincadeira que vai custar de R$ 9,5 bilhões a R$ 13,5 bilhões ao Tesouro. Leia-se: a você, leitor, leitora. Agora, a munição do governo acabou. Não há o que fazer.

Eles exigiam mais do que 30 dias de suspensão de aumentos, o governo admitiu o dobro. Exigiam aprovação já, o governo assinou medidas provisórias, que entram em vigor imediatamente. Exigiam publicação do acordo no Diário Oficial da União, o governo fez uma edição extra. Depois de tudo, eles passaram a exigir o corte de R$ 0,46 nas bombas, antes de voltar à ativa. Estão enrolando. Com outras intenções?

Uma coisa é a paralisação de caminhoneiros com reivindicações justas. Outra coisa, muito diferente, é um movimento político com exigências difusas, até contraditórias, e absolutamente inexequíveis. A paralisação deixa de ser justa, perde a legitimidade e passa a ser um ataque oportunista, não a um governo agonizante, mas às instituições e a toda a sociedade.

Ontem, manifestantes já circulavam pela Praça dos Três Poderes e confrontavam o Palácio do Planalto, como ocorreu em junho de 2013. Amanhã, os petroleiros podem começar uma greve sem pauta, movida a ódio e a política. No que isso vai dar? Há um clima de insegurança, de temor, de exaustão, no qual o que mais falta é racionalidade. Não estão medindo as consequências.

Estão todos brincando com fogo: governo, caminhoneiros, os que amam Lula, os que odeiam Temer, os saudosos da ditadura militar... Mas todos eles, que comemoram e se divertem hoje, poderão ter muito o que chorar e espernear amanhã, porque todo esse ódio e essa “revolução” miram um governo em fim de festa, mas podem acabar fazendo a festa de quem menos eles esperam em outubro.

Diz a inteligência, e confirmam os estrategistas, que você só dá passos sabendo onde quer chegar. E deve saber o momento de parar, para renovar energias, ou até recuar, para não bater com a cara na parede. O que se vê hoje, nos radicais que ameaçam as vitórias dos caminhoneiros, e na turba que os aplaude maliciosa ou ingenuamente, é justamente a falta de objetivos, de propósitos. É se jogar de cabeça, sem pensar nos riscos, nos perigos.

Derrubar Temer e colocar Rodrigo Maia na Presidência não pode ser um objetivo sério, um propósito de boa-fé. É uma manifestação irracional de ódio, um desserviço ao Brasil, uma aventura com repercussões nefastas. Quem gosta de brincar com fogo parece torcer por um golpe, mas um golpe de verdade. Que não venham depois chorar sobre o leite derramado, tarde demais.

Com quem negociar agora?


E agora, quem poderá nos defender? O governo tentou atender as revindicações dos caminhoneiros, mas os manifestantes não arredam o pé das estradas mesmo com as entidades do setor pedindo o fim do movimento. O presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros dá a sua versão: parte do grupo quer mesmo é derrubar o governo. Possíveis prisões de líderes podem acontecer na tentativa de encerrar os protestos. Já os militares, que tem autorização para liberar as vias bloqueadas, temem o desgaste com a operação. E a direita se divide, parte oportunista, à favor da paralisação, parte querendo o restabelecimento da ordem no Brasil.
Fonte: BR18

Ciro apresenta suas armas

Ciro Gomes já tem pronto o figurino que vai exibir na campanha presidencial. Na sua entrevista ao Roda Viva, ele deixou claro que será extremamente crítico dos adversários e até de eventuais aliados como o PT. E também não perderá a oportunidade de usar as palavras e acusações mais duras que puder. Mesmo que elas quase se transformem em ofensas pessoais. 
Para não se transformar numa espécie de “Bolsonaro da esquerda”, Ciro vai mesclar essa pancadaria com propostas de modernização para o País. O problema é que sua virulência é tão grande que acaba ofuscando essas ideias.

A metralhadora giratória de Ciro Gomes disparou também na direção dos petistas durante sua entrevista ao programa Roda Viva.

Ciro disse que a ex-presidente Dilma Rousseff “se desmoralizou porque mentiu”. Ele também a criticou por ter nomeado Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. O pré-candidato do PDT afirmou ainda que Dilma perdeu o controle de sua base “porque não era do ramo”. E afirmou que ele “é do ramo”.
Fonte: BR18

E greve entra em seu 9º dia…


Com o governo Michel Temer ciclotímico entre atender todas as reivindicações dos caminhoneiros e acenar com punições –de prisões de lideranças a multas exorbitantes– que nunca chegam, o Brasil enfrenta nesta terça-feira o nono dia de paralisação no transporte de cargas.

Fraqueza perigosa

Editorial - Estadão
O governo do presidente Michel Temer mostrou-se frágil ao lidar com o protesto dos caminhoneiros que parou o País. Essa fragilidade ficou particularmente evidente com a quase total inação das Forças Armadas, malgrado o fato de que as medidas decretadas por Temer para desobstruir as estradas e garantir o abastecimento das cidades incluíam a autorização expressa para que os militares agissem contra os grevistas. Está claro que ao governo faltou pulso para administrar uma crise dessa dimensão, restando à sociedade a sensação de que o que está sendo feito é insuficiente e que os caminhoneiros – e todos os oportunistas que pegaram carona no movimento – estão a ditar os rumos da crise. O País se aproxima perigosamente da anomia – quando aqueles que deveriam exercer a autoridade política e institucional são desmoralizados, prevalecendo a lei do grito.

Acuado, o governo cedeu em tudo, entregando aos caminhoneiros até mais do que eles haviam exigido. O preço do litro do diesel na bomba será reduzido em R$ 0,46 e o reajuste, depois de 60 dias, será apenas mensal, e não mais diário, como é hoje. Ou seja, haverá subsídio para baixar o preço e para adiar os reajustes futuros, a título de dar, mais do que previsibilidade, certezas quanto ao dispêndio – algo que não é próprio de uma economia de mercado, mas de um regime de controle estatal, a um custo que recai sobre o conjunto da sociedade. Neste caso, esse custo será de cerca de R$ 13 bilhões, valor que terá de ser retirado de previsões orçamentárias já aprovadas e não deixará de ampliar a dívida pública. Ainda está por ser calculado o impacto de outros benefícios, como a suspensão do pedágio para caminhões sem carga.

Além disso, o governo ofereceu aos caminhoneiros fixar preço mínimo para o frete, o que fere o princípio constitucional da livre concorrência e não leva em conta a sazonalidade da produção nem os diferentes tipos de carga. Não bastasse isso, o aumento de custo derivado do tabelamento do frete certamente será repassado para os preços, com consequente impacto inflacionário – o que, mais uma vez, atinge o conjunto da sociedade.

Mesmo diante de tamanha generosidade, nada garante que os caminhoneiros permitirão que o País retome seu funcionamento normal. Afinal, já foram três os compromissos anunciados pelo presidente Temer nos sete dias de paralisação, sem que os caminhoneiros tenham feito sua parte. E isso aconteceu porque o governo provavelmente negociou com quem não tinha nenhuma representatividade – o movimento grevista, como se sabe, não tem líderes reconhecidos por todos, apenas alguns porta-vozes de certos grupos. Ao fazer tantas concessões sem nenhuma garantia concreta de que o movimento seria encerrado, Temer deixou patente a debilidade do governo – razão pela qual muitos grevistas agora querem mais. E o céu é o limite, pois nem mesmo os caminhoneiros sabem o que fazer com a imensa capacidade de chantagem que adquiriram.

Assim, o protesto dos caminhoneiros deixou de ser uma legítima manifestação contra a alta dos preços do diesel para se transformar em uma feroz disputa de poder. Na esteira do sucesso da mobilização, sevandijas de diversos matizes se articulam para lucrar com a progressiva perda de autoridade do governo. Enquanto o Planalto designa o tartamudeante ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, para comunicar ao público os resultados de negociações que dão em nada, opositores da agenda de reformas de Temer tratam de estimular a impressão de que o governo já não controla mais coisa alguma. E essa tarefa tem sido fácil.

Esses incendiários apostam que Temer pode ser transformado no símbolo de tudo o que de ruim acontece no País e que o colapso de seu governo seria, assim, algo desejável. Bastariam mais alguns empurrões – como, por exemplo, a anunciada greve dos petroleiros, marcada para amanhã, para que o governo rua.

Para evitar que esse cenário se torne realidade, o governo deve fazer mais do que simplesmente dar confusas entrevistas coletivas que serão desmentidas pelos fatos horas depois. É preciso retomar a autoridade que lhe compete, fazendo com que a lei seja cumprida por meio dos instrumentos que a Constituição lhe faculta. Um governo que não se faz respeitar não pode se queixar do destino.