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sexta-feira, 6 de março de 2009

Rádio santareno - Programa de auditório (II)

Edinaldo e Ercio
Ercio e Agnado Timóteo
Ercio e Jerry Adriani
Reginaldo Rossy e Ercio
Ercio, Ted Max e Edinaldo
Crianças eram atração no E-29 Show

Naquela época, em termos de faturamento, o programa de auditório era o carro-chefe do movimento financeiro da Rádio Educadora, isto graças ao expressivo número de patrocinadores. Com base nisto, a diretoria da emissora chegou à conclusão de que havia necessidade de ser feita uma reestruturação no “Domingo Após a Missa”, inclusive a mudança do nome, uma vez que passaria a ser apresentado, sempre aos domingos, porém, no horário noturno - das 20 às 23h. Passou, então, a ser chamado “MusiArte Show”. Posteriormente, devido a alteração da razão social da emissora, de Rádio Educadora para Rádio Emissora de Educação Rural Santarém Ltda, com prefixo ZYE-29, o nome do programa foi novamente modificado, dessa vez para “E-29 Show”.

Por ser um grande sucesso de público, de renda e de audiência, o “E-29 SHOW” foi inovando, inclusive contratando artistas de renome do cenário artístico nacional, mas, quando isto acontecia, as apresentações eram feitas em um palco armado no gramado do Estádio Municipal Elinaldo Barbosa, com o público acomodado nas arquibancadas. Jerry Adriani, José Roberto, o palhaço Carequinha, Waldick Soriano, Jamelão, Wanderley Cardoso, Agnaldo Timoteo, Teixeirinha, Trio Nordestino, Lindomar Castilho e muitos outros, atraiam um número expressivo de espectadores.

Eu continuava sozinho à frente do “E-29 Show”. Além de apresentá-lo, acompanhava ensaios, selecionava calouros e criava as atrações domingueiras. Embora incentivados por mim e pela direção da rádio, no sentido de serem, também, apresentadores do programa, nenhum dos excelentes locutores da Rádio Rural se mostrava interessado, alegando falta de coragem para encarar o público. O máximo que conseguimos foi, algumas vezes, as participações do Cláudio Serique e do Edmar Rosas, auxiliando-me na divulgação dos “comerciais”. Mas, todos os integrantes dos quadros de locutores, controlistas de som e o pessoal do escritório, colaboravam bastante para o êxito do programa, fazendo intensa publicidade durante a semana, ajudando na bilheteria, organizando a entrada e acomodação dos espectadores, orientando os calouros nos bastidores, enfim, dando total apoio logístico com muita disposição e boa vontade, sem exigirem quaisquer acréscimos de valores em seus salários. Um belo exemplo de amor à camisa da chamada “Família Rural”!

Além da equipe técnica que trabalhava na Casa Cristo Rei, contávamos, ainda, com uma outra no estúdio da rádio atuando na “mesa de som” que era operada por Tadeu e Erasmo Maia, Silvério Rodrigues, Manolo Santos e outros competentes profissionais.
Felizmente, em 1969, o “anjo bom” apareceu... Era um jovem professor de educação física que morava em Belterra e mudou-se para Santarém. Tinha experiência como locutor de alto-falante e fez um teste para ser admitido no quadro de locutor-apresentador da Rádio Rural. Merecidamente, foi aprovado. Seu nome? Edinaldo Mota, ou simplesmente “Mota”. Hoje é advogado e vice-prefeito de Belterra.

Desembaraço, inteligência, disposição, humildade, carisma, criatividade, foram as qualidades que fizeram do Mota, desde o início de sua carreira como radialista, e até hoje, um autêntico ídolo, sempre desfrutando da admiração, do respeito, da simpatia e do carinho por parte de seus ouvintes. Por tudo isso, e muito mais, foi por mim convidado e prontamente aceitou ser o meu parceiro como “animador” do “E-29 Show”. Na sua estréia, como é natural acontecer, ao enfrentar o grande público, mostrou-se nervoso (ele afirma que foi até vaiado), mas, logo, logo, reverteu a situação e demonstrou ser a pessoa certa para fazer a galera vibrar com o seu senso de humor admirável.

Daí pra frente, as coisas ficaram mais fáceis, a carga ficou menos pesada, pois eu passei a contar ao meu lado, além de um hábil e esforçado parceiro, com um amigo, um verdadeiro irmão. Passamos, então, em conjunto, a discutir e colocar em prática novas idéias, novos quadros, para tornar cada vez mais atraente o nosso programa, sem modificar o objetivo principal: “Valorizar o que é nosso” - reunindo talentos, habilidades e tradições da terra mocoronga. A nossa principal meta era a de divulgar intensamente a cultura santarena, com destaque para a música (intérpretes, compositores, instrumentistas), dança e outras formas de expressão artística.

Introduzimos nos programas as famosas gincanas - “Em busca do tesouro” - com bons prêmios em dinheiro aos vencedores. Como funcionava? Participavam 5 duplas - um homem e uma mulher - e a cada uma delas eram dadas, através de sorteio, as mais diversas tarefas para serem cumpridas, uma a uma, no decorrer de 10 programas. A dupla que não conseguisse cumprir uma das tarefas, era imediatamente eliminada. Exemplos das tarefas: trazer ao programa uma família que tenha no mínimo 15 filhos e as certidões de nascimento de todos eles; trazer o maestro Isoca, para tocar, ao piano, um rock; trazer a Caçula, fervorosa torcedora do São Francisco, vestida com uma camisa do São Raimundo (ela não concordou de jeito nenhum, sempre dizendo: “não visto a camisa daquela praga, nem morta!” e, então, a equipe foi eliminada); trazer uma pessoa que tenha mais de 2 metros de altura; trazer 5 mulheres para compor um conjunto musical (vocalista, bateria, contra-baixo, guitarra e pandeiro) e apresentar 3 músicas. No dia da “finalíssima”, com apenas duas duplas classificadas, a curiosidade do público era imensa quanto às tarefas a serem cumpridas para ter direito ao ambicionado prêmio (não lembro o valor). Quem ganhou foi a dupla composta pelo Paulo Souza, que tinha cabelos longos, bem-cuidados, e a sua parceira, uma simpática e jovem morena que tinha cabelos belíssimos. A tarefa dada a eles foi esta: comparecer ao programa, trazendo um barbeiro para cortar os cabelos de ambos, com máquina zero. Eles cumpriram, ficaram literalmente “pelados” - estilo Ronaldinho. Confesso que ficamos, eu e o Edinaldo, com uma pena danada, pois a dupla chorou copiosamente, não de emoção, não de raiva, mas de evidente tristeza e decepção ao se olharem no espelho e constatarem o visual horroroso. Paulo Souza era santareno, de família humilde e muito esforçado. Jovem ainda, e com muito sacrifício, conseguiu concluir o curso de Direito, mas, infelizmente, pouco tempo depois, já atuando como advogado, foi barbaramente assassinado dentro de um cinema, em Belém.


Um comentário:

  1. Esses domingos eram muito alegres. (Balaio) o mesmo da nota sobre o 3 lugar do menguinho.

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