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domingo, 30 de setembro de 2018

Tristeza: Morre Ângela Maria

A cantora Angela Maria, de 89 anos, morreu, na noite de ontem (2, após 34 dias internada num hospital particular de São Paulo. A causa da morte ainda não foi divulgada. O velório está marcado para este domingo, a partir das 10h, no Cemitério Congonhas, em Vila Sofia, São Paulo.

Angela foi uma das cantoras mais famosas do Brasil nos anos 1950 e 1960. Ela tinha 70 anos de carreira. O empresário da artista, Thiago Marques Luiz, postou, em sua página do Facebook, uma foto ao lado dela e escreveu sobre sua importância no mundo da música:

"Com o maior pesar do mundo informo a todos vocês que a maior cantora do Brasil, a nossa Rainha Angela Maria, não está mais entre nós. Foram 89 anos de vida e quase 70 de sucesso, reconhecimento, carinho e respeito de todo povo brasileiro. Não houve (e por certo não haverá) nenhuma cantora na nossa música com história semelhante em termos de produtividade, importância e longevidade. Tenho muito orgulho de ter Angela Maria na minha história e, principalmente, de ter dado a ela todas as flores em vida. Pra sempre te amarei, “Estrela da nossa canção popular”., escreveu.

Em um vídeo publicado no site oficial da cantora, o companheiro da artista anunciou a morte da mulher e disse que ela "estava sofrendo muito" nos dias em que passou internada. A informação sobre o falecimento também foi confirmada ao GLOBO, por telefone, pela cunhada de Angela, Rosana D'Angelo.

Os 70 anos de carreira da artista foi celebrado com o musical “Angela Maria — Lady Crooner”, apresentado, em junho, no palco do Teatro Carlos Gomes. A peça contou a trajetória pessoal e profissional da “Rainha do Rádio” — Angela foi uma das maiores estrelas da era de ouro da Rádio Nacional.

Em abril, a cantora apresentou a turnê “Angela Maria e as canções de Roberto e Erasmo”, quando levou aos palcos, além de suas canções, sucessos como “Sentado à beira do caminho”, “Você em minha vida”, “Sua estupidez”, “Eu disse adeus", “O show já terminou” e “Como é grande o meu amor por você".

RAINHA DO RÁDIO

No ano de 1929, nascia em Macaé a dona da voz que viria a ser uma das mais famosas do país. Angela Maria — nome artístico de Abelim Maria da Cunha — gravou seu primeiro disco aos 23 anos, a contragosto dos pais, que eram extremamente conservadores e não apoiavam a escolha profissional da filha. Mas a oposição não foi suficiente. Este ano, a Rainha do Rádio ou Sapoti, como era conhecida, completou 70 anos de carreira, ao longo dos quais lançou mais de 114 discos e superou a marca de 60 milhões de trabalhos vendidos.

A paixão pela música começou na infância, quando cantava no coral da igreja evangélica, onde seu pai era pastor. Conhecida no Brasil e no mundo, são dela sucessos como “Gente humilde”, “Babalu”, “Lábios de mel", “Tango para Tereza” e “Falhaste coração”
Eleições 2018: Contagem regressiva

Eleitor(a):
Faltam apenas 07 dias para que você exerça o seu direito de votar (dia 07/10) no primeiro turno das eleições deste ano.

Vote nos melhores
É natural que, em decorrência dos sucessivos escândalos de corrupção envolvendo políticos, o povo considere os honestos e os desonestos como sendo farinha do mesmo saco. Mesmo assim, se soubermos escolher deixando de lado as paixões partidárias e as de caráter ideológico, por certo concluiremos que ainda existem políticos sérios, confiáveis e incapazes de fazer com que os seus interesses pessoais sobreponham os de ordem coletiva. Nestes, devemos votar. Entretanto, a grande maioria não merece mesmo uma nova chance de vitória nas urnas. Merece, sim, o repúdio dos eleitores que já estão enojados e cansados de suas caras e promessas não cumpridas. Pensem nisto!
O PT quer “tomar o poder”

Editorial - Estadão
Um regime autoritário pode se instalar da maneira clássica, por meio de um golpe, ou como resultado de um paulatino processo de captura do poder por um determinado grupo político, que assegura sua hegemonia a partir do aparelhamento do Estado. De um modo ou de outro, o resultado é sempre o mesmo: a submissão do Estado - e da Nação - aos interesses de quem o controla, o exato oposto de uma democracia. É precisamente isso o que o PT tentará fazer se esse partido conseguir vencer a eleição presidencial.

Para os que ainda concedem ao PT o benefício da dúvida, enxergando naquele partido credenciais democráticas que a sigla há muito perdeu - se é que um dia as teve -, recomenda-se a leitura de uma entrevista que o “companheiro” José Dirceu deu ao jornal El País.

Na entrevista, o jornal pergunta ao ex-ministro, deputado cassado e réu triplamente condenado se ele acredita na possibilidade de que o PT seja impedido de assumir a Presidência caso vença a eleição - ou seja, se pode haver um golpe. José Dirceu considera essa hipótese “improvável”, pois significaria colocar o Brasil na rota do “desastre total”, uma vez que “na comunidade internacional isso não vai ser aceito”. Mas então Dirceu, condenado a mais de 33 anos de prisão por corrupção no âmbito da Lava Jato, deixa claro que, para o PT, as eleições, afinal, são apenas uma etapa na tomada do poder. “Dentro do país é uma questão de tempo para a gente tomar o poder. Aí nos vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”, explicou o ex-ministro.

Não é preciso grande esforço para perceber o projeto antidemocrático petista nessas poucas palavras. Quando diz que “tomar o poder” é diferente de “ganhar uma eleição”, significa que o poder pode ser conquistado e consolidado à margem ou mesmo a despeito do natural processo democrático - que, justamente, tem como um de seus fundamentos a alternância de governantes, para evitar a cristalização de um determinado grupo político-partidário na máquina estatal.

Ao afirmar que é apenas uma “questão de tempo” para que o PT efetivamente tome o poder, Dirceu dá a entender que esse processo já está em curso. Pode-se dizer que os esquemas arquitetados pelo PT e seus associados para corromper o Congresso eram parte da estratégia, e só não foram mais longe porque houve um acidente de percurso - a Operação Lava Jato.

Mas há um aspecto menos escandaloso e mais insidioso nessa ofensiva do PT, que é a construção, passo a passo, da hegemonia do pensamento e da ação petistas em diversos setores da sociedade - e, para que essa estratégia insinuada por Dirceu seja bem-sucedida, é preciso contaminar de petismo também as instituições sobre as quais repousa a tarefa de garantir a democracia. Foi exatamente o que o chavismo fez na Venezuela, não à toa um modelo de “democracia” para os petistas.

Em resolução publicada depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, o PT lamentou não ter se concentrado na “construção de uma força política, social e cultural capaz de dirigir e transformar o País”, o que incluía a reforma do Estado para se contrapor ao que chamou de “sabotagem conservadora”, e disse ter falhado ao não “promover oficiais (das Forças Armadas) com compromisso democrático e nacionalista” - isto é, militares alinhados ao PT.

Mas, como constatou Dirceu, nem o impeachment de Dilma nem a prisão do máximo líder da camarilha petista, Lula da Silva, interromperam o empreendimento autoritário do partido. Ao contrário: a autorização dada ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski para que Lula possa dar entrevistas na cadeia mostra o quanto as instituições basilares da democracia continuam permeáveis ao lulopetismo.

Para permitir que Lula, encarcerado por corrupção e lavagem de dinheiro, dê declarações com potencial para influir na disputa presidencial, tumultuando um processo já bastante confuso, Lewandowski invocou a “liberdade de imprensa”. Ou seja, recorre-se a um dos princípios mais caros aos regimes democráticos para garantir a Lula um privilégio - situação por si só incompatível com uma democracia, mas muito coerente com a “tomada de poder” pelo PT.
Vale a pena ler

A hora do compromisso
Editorial - Folha de SP
Quem participa da eleição presidencial adere tacitamente a um contrato com a nação. Obriga-se a aceitar o resultado soberano das urnas em caso de derrota e, na outra hipótese, a respeitar a Constituição e os direitos fundamentais ao conduzir o governo.

Em meio à crispação do ambiente de campanha e ao estrago desencadeado pela recessão na economia, o aceno a ideias autoritárias requer das duas candidaturas ora mais competitivas algo além da aceitação presumida das regras do jogo, no entanto.

Chegou a hora de expressarem compromissos definitivos com a democracia.

Jair Bolsonaro, do PSL, tem lançado suspeição infundada sobre o sistema eletrônico de votação. Estimula paranoias de manipulação, mas apenas para o caso de não ser ele o vencedor do certame.

O deputado federal pelo Rio de Janeiro precisa esclarecer ao país se vai continuar a se comportar como um nanico inconsequente ou se assumirá a maturidade necessária para colocar-se à altura da pretensão de governar o Brasil.

Não se toleram de um presidente brasileiro esse flerte grotesco com torturadores, essa iconografia basbaque da pistolagem, esse deboche rudimentar das mulheres nem esse desprezo epidérmico pelas minorias os quais Bolsonaro tem patrocinado. É o momento de corrigir, em linguagem clara, esse conjunto de afrontas ao patrimônio civilizatório.

Os eleitores têm o direito de saber, antes da votação, o que prega a campanha do capitão reformado sobre as atribuições do presidente da República. Pode desfechar um autogolpe e convocar uma constituinte de notáveis, como afirmou seu candidato a vice? Pode atropelar votações no Congresso Nacional, como teorizou seu assessor econômico? A resposta da Constituição a essas duas perguntas é não. Qual é a de Jair Bolsonaro?

Manifestações de submissão ao enquadramento democrático também têm faltado a Fernando Haddad, do PT. O bordão "Eleição sem Lula é fraude", cinicamente silenciado agora, carece de desmentido público. A agressão constante a decisões legítimas da Justiça e do Congresso, bem como o recurso sistemático à corrupção nas gestões petistas, ainda não foi objeto de autocrítica da legenda nem de seu candidato.

Tampouco se viu ato de contrição petista pelo apoio incondicional à atroz ditadura venezuelana, que produz um dos maiores desastres humanitários da história sul-americana. A atitude de Haddad e de seus companheiros leva boa parte do eleitorado a desconfiar da profundidade de seu compromisso com o Estado democrático de Direito.

Perpassam as campanhas dos dois líderes nas pesquisas desejos de intimidar a imprensa, de reduzir o poder do Congresso e de alterar por meios oblíquos o modo de funcionamento do Supremo Tribunal Federal. A retórica de que haveria atalhos institucionais para resolver os graves problemas brasileiros não foi moldada na forma democrática. Não há solução fora desta Constituição.

sábado, 29 de setembro de 2018

Ex-mulher de Bolsonaro diz que mentiu ao acusá-lo de ocultação de patrimônio

No Estadão
A advogada Ana Cristina Valle (foto), ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), disse neste sábado, 29, que mentiu ao afirmar à Justiça, em 2007, que ele ocultara patrimônio nas eleições de 2006 e tinha renda incompatível com seus ganhos como deputado federal e militar da reserva. Ela afirmou que agiu por mágoa da separação e que nunca sofreu agressões do ex.

"Eu falei inverdades. Não menti, mas falei coisas num estado de nervos", disse, ao participar de um ato de apoio ao candidato em Itatiaia, no sul fluminense, município vizinho a Resende, onde mora, nesta manhã.

Segundo publicou a revista Veja, consta do processo de separação que Bolsonaro ocultou patrimônio da justiça eleitoral no pleito de 2006 – teria o equivalente a R$ 4 milhões à época mas declarou R $ 433.934 –, que roubou um cofre com jóias e valores em espécie que pertenciam à ex e que agia com "desmedida agressividade" como marido. Sua renda então seria incompatível com seus ganhos (R$ 100 mil, ante dois proventos, de R $ 26,7 mil e R $ 8,6 mil).

Ao responder a jornalistas sobre a questão da renda dele, a ex- mulher declarou ser "tudo compatível": "É uma mentira minha. Nunca recebi pensão dele, só para o meu filho. Na hora (da separação) a gente quer dar uma cutucada no homem. Eu não tenho mais nada a falar, ele já disse no vídeo e na entrevista. Toda separação é difícil. Ambos os lados ficam magoados. Eu tenho temperamento forte. A gente não queria separar. Quando separa, dá umas cotoveladas, como ele diz."

Sobre a informação de que ele era agressivo como marido, afirmou que nunca foi agredida por ele. "Jair é um bom pai e ex-marido. Falei besteira. Ninguém se casa querendo se separar. A única separação boa será a do PT." Em relação ao cofre roubado, disse que o culpado foi um "rapaz que já foi preso".

Candidata a deputada federal pelo Podemos nas eleições 2018 com o nome de Cristina Bolsonaro, ela sustenta que hoje tem uma boa relação com o ex-marido, e utiliza como credencial o relacionamento do passado. Nas redes sociais, Cristina, que é mãe de Jair Renan, 4º filho de Bolsonaro (são cinco no total), se apresenta assim: “Sou Cristina Bolsonaro, ex-esposa do nosso candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro”. Na quinta-feira, 27, ela compartilhou um comunicado que dizia: “Estou com o povo brasileiro e meu completo e incondicional apoio ao meu futuro presidente Jair Messias Bolsonaro. Caso eleita (...) vou ajudar nosso presidente Jair Bolsonaro a consolidar seus projetos e anseios.”

Na quarta-feira, 26, a advogada negou à reportagem do Estado ter acusado o ex-marido de ameaçá-la de morte, como consta de um documento interno do Itamaraty revelado pela Folha de S. Paulo.

“Numa separação sempre há tensões, mas jamais falei aquilo (de que havia ameaçada de morte), nem meu (atual) marido falou. Não faço ideia de como surgiu essa história”, afirmou, em Resende.

Jair Renan nasceu em 1998. O casamento durou, no total, 16 anos. A separação foi em 2007 e, dois anos depois, Cristina foi morar na Noruega, onde se casou novamente. Segundo publicou a Folha de S. Paulo, ela fugia de ameaça de morte de Bolsonaro. Ao Estado, Cristina alegou que apenas “quis mudar de ares”. Neste sábado, ela voltou a afirmar que nunca foi ameaçada por Bolsonaro e que não falou ao Itamaraty sobre qualquer risco à época

Advogada nega acordo financeiro para desmentir acusações contra candidato
Ana Cristina Valle também negou que tenha feito qualquer tipo de acordo financeiro com o ex-marido para desmentir afirmações contra ele quando da separação do casal.

"Isso é um absurdo, não existe, é uma viagem. Evidente que não. Dá vontade até de rir",  disse após caminhada de apoio a Bolsonaro.

Ela disse ainda que conversou "um pouco" com o candidato sobre a reportagem da revista Veja, pelo telefone.

Em outro momento, ela também negou a declaração feita à revista Época de que teria "coisas picantes" a revelar sobre Bolsonaro. A entrevista foi em junho e, segundo a revista, Cristina faria as revelações caso o presidenciável não apoiasse sua candidatura pelo Podemos nas eleições 2018.
Morrendo pela boca

Por Eliane Cantanhede - Estadão
Depois vão dizer que é implicância da imprensa, mas como não publicar e não comentar essa profusão de notícias negativas para a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência? Quem cria os fatos, as notícias e os vexames não é a imprensa, é ele e a própria campanha.

Depois de admitir que não entende nada de nada, muito menos de economia, Bolsonaro saiu-se com uma gracinha: “Chama o Posto Ipiranga!”. Depois, esfaqueado brutalmente e internado no hospital, foi poupado de debates e entrevistas, mas toda hora dá uma bronca, ora no vice, ora no próprio Posto Ipiranga.

O economista Paulo Guedes, que é o tal posto (não poste, hein?), já teve de dizer que a ideia de recriar a CPMF não era bem assim e cancelou a ida a todos os debates, um atrás do outro. Já o vice, general Hamilton Mourão, não se emenda. Famoso por ter defendido a hipótese de intervenção militar quando ainda estava na ativa, ele é uma festa para repórteres ávidos por notícias, deslizes e manchetes.

Tem a história da “indolência” dos índios e da “malandragem” dos negros, que deram nisso aqui, o Brasil. Depois, a proposta de mudar a Constituição passando por cima do Congresso eleito por voto direto. Agora essa contra o que chamou de “jabuticabas brasileiras”: o 13.º salário e o adicional de férias para o trabalhador.

Às vésperas de ter alta do hospital, Bolsonaro subiu nas tamancas. Pelo Twitter, o capitão desautorizou o general, dizendo que o que ele andou falando, “além de uma ofensa a quem trabalha, é desconhecer a Constituição”.

O disse, o não disse e a sensação de total descontrole da candidatura confirmam o temor de setores militares responsáveis: essa campanha, com Bolsonaro e Mourão à frente, está tendo um efeito oposto ao que imaginavam. Em vez de ser favorável, pode ser negativa para as Forças Armadas, que não deveriam estar metidas nessa confusão.

Mas, se Bolsonaro fica bravo com Mourão e com Paulo Guedes, quem vai ficar furioso com ele próprio? Bobagem por bobagem, nenhum dos dois consegue ser pior do que o próprio Bolsonaro. No impeachment de Dilma Rousseff, fez loas ao coronel Brilhante Ustra, um dos símbolos da tortura no regime militar, e continuou colecionando manifestações ou patéticas ou escandalosas.

Segundo Bolsonaro, em resumo, mulheres devem ganhar menos que os homens, é melhor ter um filho morto do que gay e o erro das ditaduras foi não ter matado muito mais gente. E ele explica que, apesar de ter apartamento em Brasília, usava imóvel funcional da Câmara “pra comer gente”. E a imagem do candidato ensinando a criancinha a simular uma arma com as mãos?

A pergunta que fica é simples e angustiante: se na campanha já é assim, como seria, ou será, um governo de Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão e Paulo Guedes?

Na campanha de Geraldo Alckmin, as declarações chocantes não são de economia, política, democracia e costumes, como na de Bolsonaro. No caso dos tucanos, são contra o próprio candidato e o próprio PSDB! Fernando Henrique, João Doria, Tasso Jereissati, Arthur Virgílio, Bruno Araujo e Cássio Cunha Lima fizeram fila para esculhambar o partido, a campanha, o candidato. Bem no meio da eleição.

No PT, a presidente Gleisi Hoffmann parou de defender Nicolás Maduro e sumiu. E algum petista abriu a boca contra Fernando Haddad? Muitos eram contra ele, mas todos trabalham a favor, como se faz em partidos com organicidade e objetivo. Se há uma campanha em que todos batem continência ao comandante, não é a de tucanos nem a do capitão e do general, mas a do PT.

Assim se constroem derrotas e vitórias, e o PT sabe construir vitórias. Não venham praguejar depois.
A vingança anunciada de Lula

Por José Nêumanne - Estadão
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, negou pedido de seu antigo parceiro do Trio Ternura da Segunda Turma Ricardo Lewandowski, que requereu o agendamento da votação de duas ações que podem mudar a jurisprudência da autorização para prisão após condenação em segunda instância. Isso não quer dizer necessariamente que o ex-advogado de José Dirceu, do PT e da União no primeiro mandato de Lula tenha mudado de opinião sobre o tema. Ele continua firme ao lado de Lewandowski, MarcoAurélio Mello, Celso de Mello e Gilmar Mendes na defesa da volta ao status quo ante, que, numa interpretação duvidosa do artigo 5.º, inciso VII, da Constituição, subordinava o começo do cumprimento de pena ao chamado “trânsito em julgado”. Ou seja, que os quase infinitos recursos sejam julgados, o que leva a pena para as calendas.

O que pode ter motivado a negativa de Toffoli, confirmando sua afirmação anterior à posse de que não agendaria a discussão para mudança da jurisprudência, deve ser certa trégua que achou conveniente propor à sociedade e aos agentes do Estado. Mas a pressa e o despudor com que o ex-revisor do mensalão agiu dão a entender que pode ser uma tentativa de servir de pretexto para que o ministro que nunca passou num concurso público para juiz se sinta estimulado a quebrar a promessa. De qualquer maneira, tanto a transferência do julgamento do recurso contra a decisão adotada em abril pelo plenário do próprio STF de não soltar Lula do plenário virtual (na prática, automático e pacificado) quanto a pressão para o agendamento das ações pedindo relaxamento de prisão de condenados em segunda instância são sinais claros de que a bancada do PT na cúpula do Judiciário quer aproveitar-se de todas as oportunidades para mandar Lula de volta ao lar, doce lar. E não está de todo afastada a hipótese de que Toffoli não ceda a essa pressão, “docemente constrangido”.

Nesse panorama é que tem sido noticiada outra decisão sôfrega e trêfega do ministro do Supremo que não hesitou em rasurar a Constituição para permitir que, mesmo deposta por impeachment, Dilma Rousseff não tivesse de cumprir quarentena de oito anos sem cargo público após o julgamento dos delitos que a apearam do poder. Refiro-me ao fato de o mesmo ministro Ricardo Lewandowski haver autorizado o protagonista do habeas corpus em questão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a conceder uma entrevista à colunista social Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo. A informação foi confirmada na sexta-feira 28 de setembro pela assessoria do magistrado à agência de notícias Reuters e foi devidamente divulgada por ampla cobertura nos meios de comunicação e redes sociais. Essa foi a primeira decisão favorável a Lula desde que ele foi preso em abril deste ano, após condenação no processo do triplex no Guarujá (SP).
Eleições 2018: Contagem regressiva

Eleitor(a):
Faltam apenas 08 dias para que você exerça o seu direito de votar (dia 07/10) no primeiro turno das eleições deste ano.
E, não esqueça:

O voto é uma expressão da dignidade humana. Por isso, o voto não se compra, não se vende, não se troca por uma camisa, por uma dentadura, enfim, por nada. Seria aviltar a pessoa, reduzi-la à condição de objeto, de mercadoria. O voto é uma espécie de procuração: concede-se aos eleitos, para agir em nome dos cidadãos, das cidadãs, ou seja, em nosso nome. O voto é um direito e um dever, é preciso exerce-lo com honestidade, dignidade e responsabilidade. É imprescindível escolher os melhores candidatos, as melhores candidatas que disputam cargos dos poderes Executivo e Legislativo.
Poetando

Continue sendo forte
Tenha fé no Criador
Fé também em você mesmo
Não tenha medo da dor

Siga em frente a caminhada
E saiba que a cruz mais pesada
O filho de Deus carregou
(Bráulio Bessa)
Eleições 2018: Contagem regressiva

Eleitor(a):
Faltam apenas 08 dias para que você exerça o seu direito de votar (dia 07/10) no primeiro turno das eleições deste ano.
E, não esqueça:

O voto é uma expressão da dignidade humana. Por isso, o voto não se compra, não se vende, não se troca por uma camisa, por uma dentadura, enfim, por nada. Seria aviltar a pessoa, reduzi-la à condição de objeto, de mercadoria. O voto é uma espécie de procuração: concede-se aos eleitos, para agir em nome dos cidadãos, das cidadãs, ou seja, em nosso nome. O voto é um direito e um dever, é preciso exerce-lo com honestidade, dignidade e responsabilidade. É imprescindível escolher os melhores candidatos, as melhores candidatas que disputam cargos dos poderes Executivo e Legislativo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A higienização petista

Editorial - Estadão
O ex-presidente Lula da Silva disse diversas vezes que “sempre” aceitou o resultado das várias eleições que perdeu. “Quando perdi, nunca fui para rua reclamar. Voltava para casa e discutia com minha mulher e com meu partido. Depois, me preparei para disputar uma nova eleição”, declarou em 2016 o demiurgo petista, repetindo pela enésima vez essa fábula na expectativa de enganar os inocentes. Pois Lula e o PT nunca aceitaram o resultado das eleições presidenciais que perderam e jamais enxergaram legitimidade nos presidentes aos quais faziam oposição - basta lembrar que o partido pediu o impeachment de Fernando Collor, de Itamar Franco e de Fernando Henrique, além de liderar uma campanha pela destituição do presidente Michel Temer.

Essa reiterada demonstração do espírito antidemocrático do PT e de Lula precisa ser relembrada no momento em que está em curso uma tentativa de higienizar a trajetória flagrantemente autoritária do partido e de seu líder para, com isso, marcar diferença em relação ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). Segundo essa versão imaginosa, somente o truculento ex-capitão representaria uma ameaça real à democracia, enquanto o PT, malgrado seus eventuais arroubos, sempre se pautou pelas “regras do jogo”.

Provas disso, segue a lenda, seriam não somente a alegada disposição de Lula da Silva de aceitar os resultados das eleições que perdeu, como também o suposto comportamento exemplar do partido quando esteve no poder. Segundo se diz, o PT passou 14 anos no poder sem ameaçar a ordem institucional e a Constituição, razão pela qual não haveria nenhum motivo para temer uma ruptura se o lulopetismo voltar ao governo.

Já com Bolsonaro, sustenta essa narrativa, a história é bem outra. O ex-capitão já elogiou o regime militar e os torturadores de presos políticos, além de ter em sua chapa, como vice, um general que admite publicamente a hipótese de que o presidente da República dê um “autogolpe” se houver “anarquia”. Isso bastaria para demonstrar que o País estaria à beira de uma ditadura militar caso Bolsonaro venha a ganhar a eleição, enquanto com o PT esse risco não existiria.

Ora, não é preciso grande esforço para atestar a falácia de tal versão. Ameaças à democracia não se dão somente sob a forma de golpes militares clássicos, como o que Bolsonaro é acusado de estar tramando. É possível arruinar a democracia por meio de sua desmoralização paulatina e constante, como faz o PT sistematicamente há mais de três décadas.

O PT nunca admitiu contestação à sua ideologia. Impôs-se pela arrogância, patrulhando o pensamento e instaurando aquilo que John Stuart Mill, em seu clássico Sobre a Liberdade, chamou de “tirania da opinião e dos sentimentos dominantes”. Para isso, estendeu seus tentáculos sindicais e militantes às universidades e ao mundo artístico, atrelando o debate acadêmico e cultural à doutrina lulopetista. Quando esteve a ponto de ser destruído em razão dos muitos esquemas de corrupção que capitaneou - esquemas que, aliás, são também uma forma de minar a democracia -, o PT renasceu capturando a causa dos chamados movimentos identitários - de luta por reconhecimento de diversas minorias - e a transformou em arma partidária para dividir ainda mais o País. O PT viceja na discórdia radical e insuperável, inviabilizando o debate democrático.

Ademais, o partido não titubeou em fazer campanha sórdida, inclusive internacional, contra o Judiciário, o Congresso e a imprensa, classificando magistrados, parlamentares e veículos de comunicação como “golpistas” - todos, é claro, mancomunados para perseguir o PT. Não bastasse corroer a democracia por dentro, envenenando as relações entre os cidadãos e atacando as instituições, o PT ainda foi capaz de emprestar entusiasmado apoio a ditaduras como a de Cuba e a da Venezuela, sinalizando perigoso apreço por regimes de força tão ou mais violentos que a ditadura militar brasileira, a qual os petistas vivem denunciando.

A ameaça de Bolsonaro se restringe, por ora, a palavras toscas - e isso é muito ruim. Tão ruim quanto o PT, que já pôde demonstrar, na prática e extensivamente, seu espírito antidemocrático.
Universo paralelo

Editorial - Folha de SP
Com o líder da corrida presidencial hospitalizado e longe das ruas, seus principais adversários tiveram na quarta (26) mais uma oportunidade para expor aos eleitores as diferenças entre suas propostas.

No entanto, na maior parte do debate realizado por esta Folha em parceria com o UOL e o SBT,  eles optaram por se dedicar a seu esporte predileto, trocando farpas e acusações na esperança de tirar pontos dos rivais nas pesquisas.

Sem Jair Bolsonaro (PSL) no palco, as atenções se voltaram para Fernando Haddad (PT), que os levantamentos mais recentes apontam como mais provável adversário do capitão reformado do Exército no segundo turno da eleição.

O petista foi alvejado por todos os lados —de Ciro Gomes (PDT), que perdeu terreno para ele no campo da esquerda, a Geraldo Alckmin (PSDB), abandonado por apoiadores que preferiram trocar a camisa dos tucanos pela de Bolsonaro.

Ciro, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas, tenta convencer o eleitorado de que teria mais condições do que Haddad de derrotar o direitista no segundo turno. Alckmin se apresenta como a opção mais segura para barrar o PT.

A agressividade das táticas empregadas transformou o debate em mais um duelo de personalidades, sem espaço para uma discussão profunda sobre os desafios que aguardam o próximo presidente e os caminhos para superá-los.

No universo paralelo que os presidenciáveis parecem habitar, não existem restrições orçamentárias, e a recuperação da economia é tratada como mera questão de vontade e determinação do governante.

Promessas de geração de empregos, retomada de investimentos públicos e expansão do crédito foram reiteradas por todos os postulantes sem que indicassem a origem dos recursos necessários para financiar planos tão ambiciosos.

Parte do problema tem a ver com as regras inflexíveis impostas pelos partidos aos organizadores dos debates, que privilegiam o confronto direto entre candidatos e coíbem a participação de jornalistas.

Estes, no encontro de quarta, ao menos tiveram a oportunidade de réplica ao inquirir os postulantes, mas só puderam fazê-lo em um dos quatro blocos do evento.

Os candidatos, naturalmente, preferem o máximo de liberdade para exercitar os movimentos ensaiados com seus marqueteiros e evitar temas espinhosos.

O único a falar da necessidade de ajustes para conter os gastos da Previdência foi Henrique Meirelles (MDB) —que só o fez após ser provocado por um dos jornalistas.

Apesar de falhos, os debates ainda oferecem oportunidades de tirar os postulantes de suas zonas de conforto propagandístico. Por renhida que seja a disputa em curso, a tarefa de governar o país a partir de 2019 será mais dura.
Sessentão

Parabéns, meu amigo Sérgio Medeiros, agora, tens direito a um lugar na fila dos idosos em caixa de banco, supermercados, etc. Também poderás viajar gratuitamente nos ônibus e, as jovens, as “gatinhas”, deixarão de te chamar de tio para te chamar de vovô, o que espero não te causar nenhum constrangimento. Mas nem tudo são flores, porque terás de cuidar mais e melhor do teu colesterol, da tua glicemia, do teu ácido úrico, do hemograma, do coração, rins, próstata e principalmente do teu castigado fígado. Mas, vale a pena viver intensamente.
PT quer Nobel da Paz para Lula

Petistas  já preparam o próximo oba oba a favor de Lula. Segundo o deputado Vicentinho, a prioridade, agora, é eleger Fernando Haddad e, em seguida, “vamos iniciar uma vigorosa campanha nacional e internacional para o Lula ser agraciado com o Prêmio Nobel da Paz”.
Desafiada a responder às mazelas, elite escolhe tiro, porrada e bomba

Por Reinaldo Azevedo - Folha de SP
Quando os liberais brasileiros foram convocados ao desafio de mobilizar as forças de mercado para responder com políticas públicas às demandas da nossa ainda formidável pobreza, parte deles não hesitou em escolher o caminho do tiro, porrada e bomba.

Liberais nada! Trata-se de uma gente grotescamente reacionária, que tem ódio e medo de pobre e de preto. Não importa o resultado das urnas, ou se guardam as garruchas, ou vamos constatar que países não conhecem o fundo do poço. Jair Bolsonaro quer aulas de Educação Moral e Cívica para o povo. Quem educará as elites?

O petista Fernando Haddad estará no segundo turno por obra, em parte, da Lava Jato, da direita xucra e de quantos assistiram inermes, quando não com aplausos, às duas tentativas de deposição de Michel Temer. Antevi o resultado neste espaço, em fevereiro do ano passado: “Se todos são iguais, Lula é melhor”. No reverso da moeda, a resposta é outra: “Se todos são iguais, viva a pistola!”

Mas falta um dado à equação. O PT chega a essa posição também por seus méritos, não porque praticou as esbórnias do mensalão e do petrolão. Abstraindo-se o desastre do governo Dilma, os muito pobres sabem por que votam no partido. E é por bons motivos —bons para eles, os muito pobres, realidade que está distante de nós, meu querido leitor, “meu semelhante”. Os oito anos de Lula forneceram para aquela gente, tratada com desdém pelos brucutus das redes sociais, um prenúncio ao menos de distribuição de renda. É questão de número, não de gosto. E foi coisa pouca.

Não posso avançar sem que emende: os muito ricos, que hoje veem no PT o sinônimo do mal, não tinham do que reclamar nem no governo Dilma. Alguns, aliás, aproveitaram a tibieza e a irresponsabilidade da gestão da governanta para arrancar renúncias fiscais abusivas, que contribuíram para expulsá-la do poder. Sob o aplauso dos beneficiários das mamatas.

“Mudou de lado? E os textos e os livros contra os petralhas?” Eu os subscrevo a todos ainda hoje. Procurem um só artigo meu atacando medidas para minorar a pobreza —“cotismo” é outra conversa. Eu me recusei —e me recusarei sempre— a trocar inclusão social por um projeto de hegemonia política, que cometeu o erro adicional de instrumentalizar o Ministério Público e setores do Judiciário contra seus adversários. O PT alimentou o Leviatã de toga que hoje tenta destruir o espaço público. Não se deve dar nem a fardados nem a togados o gostinho da política.

Eles engolem seus patronos. Os primeiros cassaram Carlos Lacerda. Os outros meteram Lula na cadeia. O PT é o principal responsável por haver procuradores e juízes que ignoram a Constituição, não é mesmo, Roberto Barroso? Na prática, esses valentes inimputáveis criaram um novo partido. E com poder de polícia. Nem os stalinistas cometeram essa sandice. Os nazistas sim.

Vamos ver o que o futuro governante, qualquer que seja, vai fazer do mapa eleitoral que herdar. Será, por si, um grave sinal de advertência. É constrangedor ter de escrever isto em 2018, mas nós estamos ainda, em muitos aspectos, no universo de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Pausa: é a hora em que certo tipo retira as duas mãos do chão, vai ao Google para saber quem é esse e corre à área de comentários: “Reinaldo está citando um comunista; coisa do Foro de São Paulo”. Há quem pense, inclusive, que o tal foro é um prédio que pode ser demolido...  De volta ao romance.

Sinhá Vitória só se dava ao direito de sonhar com uma cama de ripas quando chovia. Quando chovia, Fabiano mudava sua economia de palavras. É espantoso que parte considerável das elites brasileiras ignore as razões por que os muito pobres votam no PT, reduzindo-os à categoria dos “mortadelas” preguiçosos. A mortadela sem metáfora ainda não chegou aos grotões do Vale do Ribeira, em São Paulo, ou do Vale do Jequitinhonha, em Minas, para ficar em dois estados ricos.

Não há solidão maior no Brasil do que a de um liberal. Os esquerdistas têm, ao menos, aqueles a quem chamam “companheiros”. Já fui brasileiro como eles. “Mas há uma hora em que os bares se fecham/ e todas as virtudes se negam.”
TÁ PENSANDO QUE EU SOU BESTA, É?

E, por falar em eleição e em voto, este fato é verdadeiro: recentemente, em uma festa de arraial em uma cidadezinha do interior paraense, o morador do modesto lugarejo resolveu tirar sarro, gozar com a cara de um candidato a deputado federal em e que, aproveitando-se do evento que reunia muitas pessoas, prometia mil coisas, querendo conquistar votos. Pois bem, no alto-falante do serviço de propaganda comercial e de divulgação de mensagens, instalado no local da festividade religiosa, foi pro ar este recado: "Ao político que vem aqui só em época de eleição e pensa que a gente é besta, dedicamos este postal sonoro"... E é rodada a bela e sugestiva canção interpretada por Roberto Carlos: "Falando sério.../ é bem melhor você parar com essas coisas/ de olhar pra mim com esses olhos de promessas.../ Falando sério.../ entre nós dois tinha que haver mais sentimento/ não quero seu amor por um momento/ e ter a vida inteira pra me arrepender..."

Isso prova que os nossos queridos irmãos caboclos sabem das coisas, sabem sugerir, de forma delicada, com romantismo e musicalmente, aos indesejados visitantes, o que deveria ser dito de forma mais direta, assim: "Te manda daqui, oportunista, enganador, safado! Já estamos cansados de sermos ludibriados com promessas e mentiras eleitoreiras."

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Garimpos de ouro no PA despejam uma Samarco a cada 11 anos, diz PF

Por Fabiano Maisonnave - Folha de SP
Os garimpos ilegais despejam no rio Tapajós o equivalente a um acidente da Samarco a cada 11 anos, aponta laudo da Polícia Federal. Nesta quarta-feira (26), foi deflagrada uma operação contra o comércio ilegal de ouro no Pará e em São Paulo.​

De acordo com a PF, são lançados por ano 7 milhões de toneladas de sedimento no rio Tapajós, um dos maiores da Amazônia. No acidente de Mariana (MG), em 2015, o rio Doce recebeu 84 milhões de toneladas de rejeito.

O cálculo foi feito a partir da coleta de sedimentos na foz de afluentes do Tapajós na região de Itaituba, sudoeste do Pará. É a maior área de garimpo ilegal de ouro do país. Entre os rios mais devastados estão o Rato, o Crepori e o Jamanxim.

"Além do assoreamento dos rios, com consequente prejuízo para fauna, flora e também para a navegação, há o prejuízo ao turismo e balneabilidade das praias, que perdem o atrativo da água translúcida, e o carreamento de poluentes, como mercúrio e cianeto, detectados em quase todos os afluentes que sofrem com a mineração”, afirma o perito da PF Gustavo Geiser, responsável pelo relatório.

O volume é tão grande que altera a cor do Tapajós por centenas de quilômetros. Ainda que de forma mínima, esses sedimentos chegam até a região turística de Alter do Chão, na foz do Tapajós, aponta o laudo da PF.

Área tradicional de garimpo, a bacia do Tapajós vive um novo boom nos últimos anos, após a introdução das PCs (escavadeiras), equipamentos que custam em torno de R$ 600 mil e provocam um destruição várias vezes maior do que os métodos mais antigos.

Para combater a lavagem de ouro clandestina no Tapajós, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram a Operação Levigação, que resultou no bloqueio judicial de R$ 187 milhões de bens dos investigados.

Um deles é o empresário Dirceu Frederico Sobrinho, proprietário da D’Gold e candidato a primeiro suplente de senador na chapa de Flexa Ribeiro, que concorre à reeleição. Ambos são filiados ao PSDB.

Nesta quarta, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios da D’Gold em Itaituba e em São Paulo. Ao todo, foram oito mandados contra três empresas. O delegado Gecivaldo Vasconcelos preside o inquérito.

Os crimes investigados são usurpação de bens da União, funcionamento ilegal de instituição financeira e lavagem de ativos. Somadas, as penas podem chegar a 19 anos de prisão.

“O ouro retirado ilegalmente é comprado pelas empresas usando declarações falsas e emissão de notas fiscais para dar aparência de que o ouro tem origem legal”, afirma Ricardo Rodrigues, chefe da delegacia da PF em Santarém.

Na avaliação da PF, a bacia do Tapajós sofre um cenário de descontrole, com mais de 90% dos garimpos agindo na ilegalidade e produzindo a custo baixo, pois não seguem legislação ambiental. Essa produção é vendida sem deságio a compradores autorizados, que não se preocupam com a origem ilícita.

Procurada pela reportagem, a D’Gold negou, via assessoria de imprensa, qualquer irregularidade. Afirmou também que Sobrinho é o presidente da Anoro (Associação Nacional do Ouro), por meio da qual combate o contrabando do metal.

O nome da operação é uma referência a um processo usado para separar o ouro de outras partículas com o uso da água, que faz uma espécie de lavagem do mineral.
Apelos ao “razoável”

Por William Waack - no Estadão
Não acho que as opções mais prováveis que se colocam diante do eleitor após o primeiro turno – a julgar pelo cenário trazido pelas pesquisas mais recentes, seria o confronto Fernando Haddad versus Jair Bolsonaro – sejam uma escolha de Sofia ou possam ser descritas como dilema do prisioneiro.

A primeira é a horrível situação, descrita no filme com Meryl Streep sobre a rampa de seleção em Auschwitz, em que qualquer escolha implica uma tragédia. O segundo é uma adaptação da Teoria dos Jogos, segundo a qual escolhas individuais visando exclusivamente a interesse próprio (nesse contexto, o voto anti-Bolsonaro ou o voto anti-PT) acabam produzindo um resultado coletivo pior para cada indivíduo.

Acho que a questão essencial neste momento é tentar entender a natureza do fenômeno que enfrentamos na próxima votação – duas posturas radicalmente opostas, antagônicas e, a julgar pelo palavreado em curso, irreconciliáveis. Trata-se de ocorrência efêmera, típica de polarização em disputa eleitoral, ou, ao contrário, de uma profunda transformação da política brasileira caracterizada, antes de mais nada, pelo “esfarelamento” do que se poderia descrever como “centro”, “moderação” ou “equilíbrio”?

Tendo pela segunda hipótese. Em primeiro lugar, não é nada novo o fenômeno da resistência ao lulopetismo, que é a expressão do que há de retrógrado e atrasado na política brasileira, resistência que levou ao impeachment de Dilma Rousseff e a resultados de eleições como as municipais de São Paulo de 2016. Em segundo lugar, em oposição à ferocidade como o lulopetismo se dedicou (em parte com dinheiro público desviado, como hoje sabemos) a destruir seus adversários políticos, encarados sempre como “inimigos do povo”, cresceu um vigoroso movimento pendular contrário, com capilaridade, abrangência e características próprias de uma “guerra cultural” (ou seja, de afirmação ou negação de valores).

No meio desse movimento foram apanhadas elites pensantes que, à falta de um projeto de País razoavelmente desenhado, e em dúvida sobre as próprias ideias, parecem pregar a um deserto de ouvintes – e que se sentem “órfãos” de representação – os valores democráticos, harmonia, estabilidade, coesão de princípios e o que mais pareça bonito, socialmente responsável e capaz de arrancar aplausos de gente “razoável”.

Neste momento difícil da política, as bandeiras “moderadas” ou “centristas” (não confundir com “Centrão”) realmente parecem empunhadas por quem, perdoem a expressão chula, se veste de freira num bordel.

É óbvio que as pessoas “razoáveis” estão à mercê de uma onda que parece ter demonstrado seu tamanho (o candidato Jair Bolsonaro estacionado na ponta das pesquisas de intenção de voto), mas que está muito distante ainda de dizer para onde eventualmente nos levará.

Diante dessa onda, é claro que gente “razoável”, com convicções políticas “razoáveis” e disposta a entendimento entre “razoáveis”, lamenta que se tivesse deixado pela metade reformas de Estado, que se tivesse defendido timidamente o que parecia fazer parte “firme” de seu ideário econômico mais “liberal”, que, em busca do que é “pop”, se tivesse dado tanta crença a marqueteiros e que se esquecesse das estratégias políticas de maior alcance.

Dignos apelos ao que se possa considerar “razoável” não surtiram nem me parece que surtirão efeitos a curto prazo. Talvez seja o momento histórico em que mais se deva lamentar nossa evidente falta de verdadeiras lideranças.
Teste institucional

Editorial - Estadão
Há no ar uma grande inquietação sobre o futuro da democracia no Brasil em razão das perspectivas nada alvissareiras da eleição presidencial, especialmente a hipótese de vitória de um dos populistas que hoje aparecem nas primeiras colocações da disputa. A cada declaração insensata desses candidatos, a cada manifestação estridente de seus respectivos movimentos políticos, soam alarmes a respeito de graves riscos institucionais.

O grupo do candidato Jair Bolsonaro (PSL) diz que, se os petistas voltarem ao poder com o preposto do presidiário Lula da Silva, Fernando Haddad, o Brasil vai se tornar “uma Venezuela” – onde, como se sabe, não há democracia; já os petistas afirmam que, se Bolsonaro vencer, o ex-capitão vai liderar um golpe de Estado como o de 1964, para governar pela força.

Esses imaginados desfechos, malgrado sua plausibilidade, pressupõem uma grande fragilidade das instituições democráticas do País. Parte-se do princípio de que os Poderes nacionais não estão prontos para enfrentar um eventual repto com vista à instalação de um regime de exceção, à esquerda ou à direita.

A conturbada história recente do País, contudo, mostra que as instituições democráticas, se não são capazes de prover estabilidade e de evitar crises, vêm se saindo razoavelmente bem dos vários testes de estresse a que foram submetidas, e nada indica que não estejam prontas para continuar a resistir à ação final dos que pretendam exercer o poder pela força ou pela corrupção.

A memória recente registra, por exemplo, a tentativa do lulopetismo de submeter permanentemente a administração pública federal a “conselhos populares” – uma forma desavergonhada de aparelhamento do Executivo, próprio de ditaduras. A iniciativa se deu no final do primeiro mandato do governo de Dilma Rousseff e tinha como objetivo oficial “fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”. O palavrório de diretório acadêmico mal escondia a tramoia para dar a grupos controlados pelo PT – chamados eufemisticamente de “sociedade civil” no decreto de Dilma – o poder de ditar as políticas de órgãos federais.

A manobra, no entanto, foi rechaçada pelo Congresso, que derrubou o decreto. Restou aos petistas, na voz do então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, queixarem-se de que os parlamentares votaram “contra uma vontade irreversível do povo brasileiro”.

Essa iniciativa de Dilma, contudo, nem faz sombra à investida lulopetista contra o Congresso, por meio dos esquemas de corrupção conhecidos como mensalão e petrolão. Ao comprar ou alugar parlamentares com dinheiro desviado de contratos com estatais e órgãos públicos, o lulopetismo e seus associados no governo pretendiam degradar a atividade política com o objetivo de governar sem oposição e eternizar-se no poder. Mais uma vez, contudo, a estrutura institucional do País resistiu a esse assalto – e o Judiciário, apesar dos pesares, cumpre sua função de punir os responsáveis pela roubalheira, inclusive o demiurgo Lula da Silva.

Por fim, mas não menos significativo, a tentativa do governo de Dilma Rousseff de enganar os brasileiros por meio da manipulação da contabilidade nacional e das chamadas “pedaladas fiscais”, escondendo o verdadeiro caos da administração lulopetista, foi devidamente castigada pelo Congresso, com apoio total do Judiciário, por meio do impeachment da presidente.

Assim, ainda que se possa e se deva fazer ressalvas ao comportamento do Congresso e do Judiciário – especialmente no caso de parlamentares cujas práticas fisiológicas e paroquiais se sobrepõem ao interesse nacional, ou no caso dos magistrados que se julgam no dever de “purificar” a política, nem que para isso seja necessário destruí-la –, o fato é que essas instituições, se não evitam crises, têm impedido que se consuma a ruptura da democracia no País. É de esperar que o sistema, por mais trôpego que seja, continue a garantir a democracia mesmo na hipótese de vitória de um desses candidatos que hoje mal escondem seu espírito liberticida.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

A responsabilidade dos omissos

Editorial - Estadão
Não se chega sem esforço à situação em que os grandes favoritos de uma eleição presidencial são um deputado do baixo clero e o preposto de um presidiário. Tal cenário é fruto, antes de mais nada, do estado semifalimentar da política, cujo exercício democrático se presta justamente a manter os liberticidas e os arruaceiros longe do poder. Muitos colaboraram para que se chegasse a esse tenebroso estado de coisas.

Já é sobejamente conhecido o papel do lulopetismo nessa tragédia. Décadas de um comportamento arrogante e excludente, que circunscreveu o debate nacional à surrada luta de classes e alimentou a cisão social, empobreceram a política e, como dano colateral, criaram o caldo de cultura no qual medrou o movimento que desembocou em Jair Bolsonaro – não por suas qualidades, mas justamente pela total ausência delas. Bolsonaro, por não ter nenhuma importância política ou intelectual, apresentou-se como veículo ideal para dar existência pública ao que antes ficava circunscrito a murmúrios constrangidos no terreno privado – a aversão visceral a tudo o que o PT representa.

Bolsonaro vicejou porque os que deveriam fazer oposição política real ao PT quando este se esbaldava no poder preferiram se omitir. Enquanto Lula da Silva montava a formidável estrutura corrupta que lhe garantiu quatro eleições seguidas, cooptando todo tipo de agremiação venal, o PSDB, a quem cabia liderar a contestação à degradação dos costumes políticos e dos padrões administrativos, tomou o caminho da autodestruição.

Envolveu-se em lutas fratricidas que desfiguraram uma legenda nascida do desejo de modernizar a política. Quando perdeu o poder para o PT, em 2002, quedou-se paralisado diante do carismático ex-metalúrgico. Renunciou a seu papel de opositor de Lula, aceitando de cabeça baixa a pecha de “herança maldita” que o PT atribuiu ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Não soube lidar com o fenômeno lulopetista, que à luz do dia arruinava tudo o que era mais caro aos tucanos, especialmente o respeito ao pluralismo político. Como resultado, o PSDB foi perdendo cada vez mais o seu natural protagonismo de oposição, abrindo espaço para um movimento espontâneo, mas crescentemente radical, de contestação ao PT. Foi deixando de se apresentar, de fato, como alternativa ao PT, à disposição do eleitorado.

A tibieza da oposição partidária ao lulopetismo coincidiu com a implosão da política a partir da Lava Jato, que acabou servindo de instrumento para os que pretendiam purificar o Brasil na fogueira dos escândalos. No ardor de demonstrar seu caráter apolítico, a Lava Jato apontou seu dedo inquisidor indistintamente para gregos e troianos, muitas vezes com base apenas em delações tão suspeitas quanto oportunistas. O PSDB não soube lidar com as denúncias envolvendo alguns de seus quadros, e nessa hesitação acabou sendo igualado ao consórcio que assaltou o Estado nos governos do PT. Para piorar, seu candidato a presidente, Geraldo Alckmin, que tudo faz para se dissociar do igualmente denunciado presidente Michel Temer, formou uma coligação repleta de partidos que se serviram dos esquemas lulopetistas – o famigerado “centrão”. Perdeu assim o caráter de “pureza” que muitos brasileiros, no embalo da Lava Jato, passaram a esperar de seus políticos – desejo que Bolsonaro tão bem soube capitalizar.

Na reta final da campanha, vendo muitos de seus antigos eleitores declararem voto em Bolsonaro, os tucanos escancararam sua crise de identidade. Marcado pelos recentes vacilos na defesa das reformas que sempre apoiou, o partido assiste a algumas de suas lideranças promoverem franca sabotagem de Alckmin. A poucos dias do primeiro turno, Tasso Jereissati, em entrevista ao Estado, resolveu falar dos “erros memoráveis” do partido. E Arthur Virgílio, também a este jornal, disse que Alckmin “não é confiável”.

Não admira que Bolsonaro esteja a caminho do segundo turno – com votos de muitos eleitores tucanos, iludidos pela promessa do ex-capitão de fazer na marra as mudanças que o PSDB não bancou. Mas, como advertiu a revista The Economist, que deu sua capa a Bolsonaro chamando-o de ameaça à democracia, o deputado, se eleito, poderá não ser capaz de fazer nenhuma reforma – porque não é no jogo político que ele acredita – e poderá “degradar ainda mais a política”, abrindo caminho “para algo ainda pior”.
Institutos de pesquisa têm média elevada de erros em eleições: 54%

Nas eleições de 2014 e 2016, os principais institutos de pesquisa erraram, em média, 54% dos prognósticos. Em 2016, o Ibope de 28 de setembro, quatro dias antes da eleição em São Paulo, “com 95% de grau de confiança”, apontou João Dória com 28% e Russomano em 2º com 22%. Contados os votos, Doria teve 53,7% e venceu no 1º turno. Em 2014, os resultados ficaram fora da margem de erro do Datafolha em 17 das 27 das pesquisas, 63%. No Ibope, 45% das 84 pesquisas. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Na pesquisa a quatro dias da eleição de 2016, Haddad (PT) aparecia em 4º lugar. Apurados os votos o petista chegou em 2º com 16,7%.

Em nota, o Ibope explicou que pesquisa é “retrato do momento” etc, e da pesquisa à votação vários fatores “impactam diretamente o eleitor”.

A menos de 10 dias da eleição de 2014, em Pernambuco, o Datafolha cravou empate de Paulo Câmara (PSB) com Armando Monteiro (PTB).

Paulo Câmara foi eleito governador no primeiro turno, com espetaculares 68% dos votos. Armando Monteiro teve 31%.

Desculpem

Até ao dia 30 poucas postagens serão inseridas nestes meu blog. Motivo: estou ausente de Belém, onde resido. Estou podendo apenas atualizar a minha página no Facebook, utilizando um tablet. No início do próximo mês tudo voltará à normalidade.

Grata lembrança da Cosanpa

 Mauricio Almeida, eu, Sérgio de La Roque e Eduardo Ribeiro
Wsnand, eu e Benedito Monteiro
No período (1999 a 2012) em que trabalhei na Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), sempre fui bem tratado pelos seus dirigentes e conquistei várias amizades que perduram até hoje. Nas pessoas dos ex-colegas acima nominados, transmito forte abraço a todos quantos exerceram ou exercem ainda atividades na referida empresa.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Só pra lembrar: Cola eleitoral

A Justiça Eleitoral permite que o eleitor leve para a cabine de votação uma cola preenchida com os nomes dos candidatos que escolheu para presidente, governador, senadores, deputado federal e deputado estadual.
Leitorado
De Lelio Muniz, bairro Jurunas/Belém

“Eleitores de Hélder Barbalho detestaram o gol contra marcado pelo prefeito de Santarém, Nelio Aguiar, aliado do referido candidato. Explico: Hélder, em sua campanha no rádio e na televisão, diz insistentemente que não permitirá que a Cosanpa seja privatizada e promete investimentos suficientes para que a empresa se fortaleça e preste bons serviços no Pará. Em sentido contrário, Nelio divulga edital para a privatização da Cosanpa, em Santarém. O eleitor, agora, fica em dúvida e pergunta-se: em quem acreditar?”

A insensatez das elites / Editorial - Estadão

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou uma carta aberta rogando aos candidatos presidenciais ditos de centro que se unam para frear o que chamou, apropriadamente, de “marcha da insensatez” - isto é, a possibilidade de um segundo turno disputado entre Jair Bolsonaro (PSL), um populista que defende a ditadura, elogia torturadores e confessa nada entender de economia, e Fernando Haddad (PT), outro populista, que representaria a volta ao poder do grupo político responsável direto pela crise econômica, política e moral que o País hoje atravessa. 
FHC se dirige “aos eleitores” em geral, mas o endereço de sua mensagem é bem mais específico: as elites nacionais. 
De um lado, tem-se uma parte da elite econômica que se deixou impressionar pelas promessas ditas liberais de Bolsonaro, malgrado o fato, público e notório, de que o deputado sempre pautou sua medíocre vida parlamentar e política pela defesa do estatismo e contra as reformas estruturantes.  
São tão frágeis os alegados elos de Bolsonaro com qualquer ideia de modernização da economia que custa crer que investidores e empresários que prezam seu dinheiro estejam realmente convencidos da conversão do ex-capitão ao credo liberal. Resta, como explicação para a adesão a Bolsonaro, a hipótese de que, para essa elite, a única coisa que interessa é evitar o retorno do PT ao poder - que representaria, segundo esse ponto de vista, transformar o País em uma Venezuela ou coisa pior. Mas a eleição de Bolsonaro eliminaria esse risco que ninguém, em são juízo, quer correr? 
O integrante do baixo clero da Câmara soube encarnar esse antipetismo virulento, cuja marca é a absoluta intransigência com qualquer coisa que tenha a mais remota relação, às vezes apenas imaginária, com o PT. Há pouca coisa de consequente nesse comportamento - para esses eleitores, não importam as propostas de Bolsonaro, de resto totalmente desatinadas, e sim a promessa de aniquilar o lulopetismo. Ou seja, troca-se a insânia pelo desequilíbrio, querendo-se evitar o caos. 
De outro lado, há uma parte substancial da elite intelectual do País que igualmente renunciou à moderação e hoje perfila ruidosamente nas hostes lulopetistas mesmo diante das evidências de que o PT e seu grande líder, Lula da Silva, se envolveram em grossa corrupção e de que o partido, quando governou o País, implementou uma política econômica francamente irresponsável, cujos efeitos nefastos se farão sentir por anos. Essa elite simplesmente se recusa a crer nas provas incontestáveis da indecência lulopetista no exercício do poder e nos dados sobre a degradação das condições de vida dos mais pobres do País como resultado direto das fantasias demagógicas de Lula. Qualquer informação que revele os erros e delitos do PT e de Lula é desde logo relacionada ao que esses intelectuais e artistas chamam de “golpe”. Nessa lógica, a culpa da crise, claro, é sempre dos outros - especialmente da oposição, que, dizem, “sabotou” a presidente cassada Dilma Rousseff. Não fosse isso, pode-se imaginar, o Brasil seria o Paraíso na Terra. 
Como se vê, uma parcela importante das elites nacionais, que hoje deveriam estar debruçadas na discussão madura de soluções para os graves problemas nacionais, digladia-se numa guerra sem quartel, que torna praticamente impossível, a esta altura, qualquer forma de entendimento num futuro previsível. Está claro que essas elites não demonstram neste momento nenhuma disposição de encontrar o caminho do compromisso, sem o qual dificilmente a democracia se realizará na desejada plenitude. 
É esse o alerta que Fernando Henrique Cardoso fez em sua mensagem: “Em plena vigência do Estado de Direito, nosso primeiro compromisso há de ser com a continuidade da democracia. Ganhe quem ganhar, o povo terá decidido soberanamente o vencedor e ponto final”. Para o ex-presidente, o dramático quadro atual demanda que se busquem “coesão política” e “sensatez para se juntar os mais capazes”. Do contrário, a eventual eleição de “um salvador da Pátria ou de um demagogo”, ambos com suas “promessas irrealizáveis”, levará “ao aprofundamento da crise econômica, social e política” - e “as demandas do povo se transformarão em insatisfação ainda maior”. Essa é a crua realidade, que nenhuma bravata é capaz de mascarar.

Sairé

Talvez seja uma idéia besta, mas vou divulgá-la porque, todos os anos, eu tomo conhecimento de que, passado o Sairé, os dirigentes dos botos Tucuxi e Cor de Rosa enfrentam dificuldades para pagar todas as despesas decorrentes da preparação dos dois grupos para as suas apresentações no evento. Diante disso, minha sugestão é esta: após uns 15 dias do término da Festa do Sairé, promovam no Estádio Colosso do Tapajós, uma apresentação dos botos, idêntica ou bem melhor da acontecida na vila de Alter do Chão. As rendas dos patrocínios e venda de ingressos, divididas em partes iguais entre os dois grupos.

E mais: Uma apresentação no Estádio proporcionaria a quem ficou impossibilitado de ir à Alter do Chão, a chance de assistir o belo espetáculo dos botos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Grupo de personalidades lança manifesto contra Bolsonaro

Um grupo com centenas de personalidades, incluindo muitos notáveis de áreas como artes e negócios, lançou ontem um manifesto contra a candidatura de Jair Bolsonaro, do PSL, à Presidência da República.

Mais de 300 nomes subscreviam o texto. Entre eles estão o oncologista Drauzio Varella; o músico Caetano Veloso; a historiadora Lilia Schwarcz; o empresário Guilherme Leal; os atores Wagner Moura, Camila Pitanga, Alice Braga e Fernanda Torres; a socióloga Maria Alice Setubal; a editora Marisa Moreira Salles; a ex-jogadora de vôlei Ana Moser; o publicitário Washington Olivetto; o cineasta Walter Salles; entre outros. Nem todos eles confirmaram o apoio em suas redes sociais ou declarações públicas.

Leia abaixo a íntegra do documento.

Pela Democracia, pelo Brasil
Somos diferentes. Temos trajetórias pessoais e públicas variadas. Votamos em pessoas e partidos diversos. Defendemos causas, ideias e projetos distintos para nosso país, muitas vezes antagônicos.

Mas temos em comum o compromisso com a democracia. Com a liberdade, a convivência plural e o respeito mútuo. E acreditamos no Brasil. Um Brasil formado por todos os seus cidadãos, ético, pacífico, dinâmico, livre de intolerância, preconceito e discriminação.

Como todos os brasileiros e brasileiras sabemos da profundidade dos desafios que nos convocam nesse momento. Mais além deles, do imperativo de superar o colapso do nosso sistema político, que está na raiz das crises múltiplas que vivemos nos últimos anos e que nos trazem ao presente de frustração e descrença.

Mas sabemos também dos perigos de pretender responder a isso com concessões ao autoritarismo, à erosão das instituições democráticas ou à desconstrução da nossa herança humanista primordial.

Podemos divergir intensamente sobre os rumos das políticas econômicas, sociais ou ambientais, a qualidade deste ou daquele ator político, o acerto do nosso sistema legal nos mais variados temas e dos processos e decisões judiciais para sua aplicação. Nisso, estamos no terreno da democracia, da disputa legítima de ideias e projetos no debate público.

Quando, no entanto, nos deparamos com projetos que negam a existência de um passado autoritário no Brasil, flertam explicitamente com conceitos como a produção de nova Constituição sem delegação popular, a manipulação do número de juízes nas cortes superiores ou recurso a autogolpes presidenciais, acumulam declarações francamente xenofóbicas e discriminatórias contra setores diversos da sociedade, refutam textualmente o princípio da proteção de minorias contra o arbítrio e lamentam o fato das forças do Estado terem historicamente matado menos dissidentes do que deveriam, temos a consciência inequívoca de estarmos lidando com algo maior, e anterior a todo dissenso democrático.

Conhecemos amplamente os resultados de processos históricos assim. Tivemos em Jânio e Collor outros pretensos heróis da pátria, aventureiros eleitos como supostos redentores da ética e da limpeza política, para nos levar ao desastre. Conhecemos 20 anos de sombras sob a ditadura, iniciados com o respaldo de não poucos atores na sociedade. Testemunhamos os ecos de experiências autoritárias pelo mundo, deflagradas pela expectativa de responder a crises ou superar impasses políticos, afundando seus países no isolamento, na violência e na ruína econômica. Nunca é demais lembrar, líderes fascistas, nazistas e diversos outros regimes autocráticos na história e no presente foram originalmente eleitos, com a promessa de resgatar a autoestima e a credibilidade de suas nações, antes de subordiná-las aos mais variados desmandos autoritários.

Em momento de crise, é preciso ter a clareza máxima da responsabilidade histórica das escolhas que fazemos.

Esta clareza nos move a esta manifestação conjunta, nesse momento do país. Para além de todas as diferenças, estivemos juntos na construção democrática no Brasil. E é preciso saber defendê-la assim agora.

É preciso dizer, mais que uma escolha política, a candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial. É preciso recusar sua normalização, e somar forças na defesa da liberdade, da tolerância e do destino coletivo entre nós.

Prezamos a democracia. A democracia que provê abertura, inclusão e prosperidade aos povos que a cultivam com solidez no mundo. Que nos trouxe nos últimos 30 anos a estabilidade econômica, o início da superação de desigualdades históricas e a expansão sem precedentes da cidadania entre nós. Não são, certamente, poucos os desafios para avançar por dentro dela, mas sabemos ser sempre o único e mais promissor caminho, sem ovos de serpente ou ilusões armadas.

Por isso, estamos preparados para estar juntos na sua defesa em qualquer situação, e nos reunimos aqui no chamado para que novas vozes possam convergir nisso. E para que possamos, na soma da nossa pluralidade e diversidade, refazer as bases da política e cidadania compartilhadas e retomar o curso da sociedade vibrante, plena e exitosa que precisamos e podemos ser.
Lei Eleitoral não pune político que mente durante a propaganda no rádio e TV

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem combatido as informações mentirosas (“fake news”) nas redes sociais, destinadas a influenciar negativamente o processo eleitoral. Mobilizou até a Polícia Federal para intimidar e punir os infratores. Mas a Lei Eleitoral não proíbe e nem pune políticos que mentem na propaganda eleitoral, enganando o
eleitor. Certamente porque eles é que aprovaram a Lei Eleitoral. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Especialista em Direito Eleitoral, o jurista Daniel Falcão confirma que toda mentira será tolerada na propaganda de políticos em campanha.

“[A mentira] não é criminalizada e não existe nenhum tipo de punição para candidatos que mintam durante a campanha“, diz Daniel Falcão.

Para o jurista, professor do IDP, um dos mais admirados cursos de Direito do País, “está liberado qualquer dado mentiroso em ato político”.

A legislação prevê punição apenas para o candidato que mentir sobre outra pessoa, que, ofendida, habilita-se ao direito de resposta.
Gastos secretos no governo, usando cartões corporativos, atingem R$97 milhões. E nenhum dos candidatos a presidente promete acabar com esta bandalheira.

O governo federal já torrou R$ 97,3 milhões em viagens secretas e gastos ocultos de cartões corporativos este ano, segundo dados do Portal da Transparência. O valor corresponde a diárias, passagens e faturas pagas com dinheiro público, mas que passaram a ter todos os detalhes escondidos do contribuinte, que sempre paga a conta, sob a lorota de promover “garantia da segurança da sociedade e do Estado”.

A maior parte do valor, R$82,2 milhões, foi para pagamento de diárias e passagens, R$ 63,2 milhões e R$ 19 milhões, respectivamente.

O maior responsável pelos gastos é o Ministério da Justiça, devido às despesas de agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Os gastos sigilosos dos cartões corporativos somam R$ 15,1 milhões e a Presidência da República é culpada por mais da metade da conta.

Editorial Folha de SP: Assembleia apagada

Dentre as opções pelas quais os brasileiros terão que se decidir no pleito de 7 de outubro, as candidaturas para as Assembleias estaduais talvez sejam as que gozem de menor relevância aos olhos do eleitor. É difícil, de fato, perceber o real papel da atuação parlamentar na gestão das unidades federativas.
Essas Casas consomem recursos vultosos —cerca de R$ 11 bilhões no ano passado— e transmitem a impressão, em boa parte verdadeira, de que se dedicam a temas menores ou à homologação fisiológica de iniciativas do Executivo.
Trabalho realizado pelo pesquisador Leonardo Sales, da Universidade de Brasília, aponta que, do total de leis aprovadas pelas Assembleias estaduais, só 35% têm consequências para o cotidiano dos cidadãos, ao tratar de temas como tributos e atividades comerciais.
O restante do exercício legislativo se volta para a criação de datas comemorativas, mudança de nomes de logradouros e projetos para transformar organizações em entidades de utilidade pública , concedendo-lhes acesso a recursos e benefícios do erário.
Estudos acadêmicos acerca do funcionamento dos legislativos estaduais indicam que essas instâncias têm características que as diferem do Congresso Nacional.
A Constituição atribui prerrogativas próprias aos estados, e as leis locais tendem a reservar aos governadores papel preponderante nas decisões, chancelando o que Fernando Luiz Abrucio, da Fundação Getulio Vargas, classificou de “ultrapresidencialismo estadual”.
Nessa linha, o sistema político das unidades federativas seria caracterizado por uma espécie de hipertrofia do Executivo, a borrar a independência e as fronteiras dos Poderes, com sua forte influência sobre o Legislativo e o Judiciário.
Embora nem sempre a generalização desse perfil se sustente, não há dúvida de que em muitos casos as Assembleias se submetem com relativa facilidade aos desígnios dos governantes —em troca de indicações para a máquina pública e favorecimentos variados.
Não são raros, ademais, os casos em que esses órgãos abrigam quadrilhas envolvidas em atividades ilícitas para obter vantagens. Ainda que os escândalos envolvendo deputados da Alerj (a Assembleia do Rio) tenham se tornado conhecidos nacionalmente, exemplos de corrupção se multiplicam pelas unidades federativas.
Não há, certamente, solução mágica para o problema. Trata-se de um aspecto da equação maior que é o sistema político brasileiro, cujo aperfeiçoamento tem sido objeto de amplo e longo debate. O principal, agora, é que o eleitor se informe para votar de maneira criteriosa, contribuindo para evitar a reprodução de práticas condenáveis.

Jornalismo sem adjetivos / Por Carlos Alberto Di Franco - No Estadão

Jornalismo é a busca do essencial, sem adereços, adjetivos ou adornos. O jornalismo transformador é substantivo. Sua força não está na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade da sua opinião. A credibilidade não é fruto de um momento. É o somatório de uma longa e transparente coerência. 
A ferramenta de trabalho dos jornalistas é a curiosidade. A dúvida. A interrogação. Há um ceticismo ético, base da boa reportagem investigativa. É a saudável desconfiança que se alimenta de uma paixão: o desejo dominante de descobrir e contar a verdade. 
Outra coisa, bem diferente, é o jornalismo de suspeita. O profissional suspicaz não tem “olhos de ver”. Não admite que possam existir decência, retidão, bondade. Tudo passa por um crivo negativo que se traduz numa incapacidade crescente de elogiar o que deu certo. O jornalista não deve ser ingênuo. Mas não precisa ser cínico. Basta ser honrado, trabalhador, independente. 
A fórmula de um bom jornal reclama uma balanceada combinação de convicção e dúvida. A candura, num país marcado pela tradição da impunidade, acaba sendo um desserviço à sociedade. É indispensável o exercício da denúncia fundamentada. Precisamos, independentemente do escárnio e do fôlego das máfias corruptas e corruptoras, perseverar num verdadeiro jornalismo de buldogues. Um dia a coisa vai mudar. E vai mudar graças também ao esforço investigativo dos bons jornalistas. Essa atitude, contudo, não se confunde com o cinismo de quem sabe “o preço de cada coisa e o valor de coisa alguma”. O repórter, observador diário da corrupção e da miséria moral, não pode deixar que a alma envelheça. Convém renovar a rebeldia sonhadora do começo da carreira. Todos os dias. O coração do repórter deve pulsar em cada matéria. 
Alguns desvios, no entanto, podem comprometer o resultado final do trabalho. A precipitação é um vírus que ameaça a qualidade informativa. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada ficam reféns da fonte. Sobra declaração, mas falta apuração rigorosa. O poder público tem notável capacidade de pautar jornais. Fonte de governo é importante, mas não é a única. O jornalismo de registro, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do País real. Muitas pautas estão quicando na nossa frente. Muitas histórias interessantes estão para ser contadas. Precisamos fugir do show político e fazer a opção pela informação que realmente conta. Só assim, com didatismo e equilíbrio, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório. 
A incompetência foge dos bancos de dados. Troca milhão por bilhão. E, surpreendentemente, nada acontece. O jornalismo é o único negócio em que a satisfação do cliente (o consumidor da informação) parece interessar muito pouco. O jornalismo não fundamentado em documentação é o resultado acabado de uma perversa patologia: o despreparo de repórteres e a obsessão de editores com o fechamento. A chave de uma boa edição, no impresso e no digital, é o planejamento. Quando editores não formam os seus repórteres, quando a qualidade é expulsa pela ditadura do deadline, quando as entrevistas são feitas só por telefone e já não se olha nos olhos do entrevistado, está na hora de repensar todo o processo de edição. 
O culto à frivolidade e a submissão à ditadura dos modismos estão na outra ponta do problema. Vivemos sob o domínio do politicamente correto. E o dogma do politicamente correto não deixa saída: de um lado, só há vilões; de outro, só se captam perfis de mocinhos. E sabemos que não é assim. A vida tem matizes. O verdadeiro jornalismo não busca apenas argumentos que reforcem a bola da vez, mas também, com a mesma vontade, os argumentos opostos. Estamos carentes de informação e faltos da boa dialética. Sente-se o leitor conduzido pela força de nossas idiossincrasias. 
Por outro lado, ao tentar disputar espaço com o mundo do entretenimento, a chamada imprensa séria está entrando num perigoso processo de autofagia. A frivolidade não é a melhor companheira para a viagem da qualidade. Pode até atrair num primeiro momento, mas depois, não duvidemos, termina sofrendo arranhões irreparáveis no seu prestígio, na sua marca. 
Registremos, ademais, os perigos do jornalismo de dossiê. Os riscos de instrumentalização da imprensa são evidentes. Por isso é preciso revalorizar, e muito, as clássicas perguntas que devem ser feitas a qualquer repórter que cumpre pauta investigativa: checou? Tem provas? A quem interessa essa informação? Trata-se de eficiente terapia no combate ao vírus da leviandade. 
O esforço de isenção, no entanto, não se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. Menos registro e mais apuração. Menos fofoca e mais seriedade. Menos espetáculo de marketing político e mais consistência. 
Finalmente, precisamos ter transparência no reconhecimento de nossos equívocos. Uma imprensa ética sabe reconhecer os seus erros. As palavras podem informar corretamente, denunciar situações injustas, cobrar soluções. Mas podem também esquartejar reputações, destruir patrimônios, desinformar. Confessar um erro de português ou uma troca de legendas é fácil. Porém admitir a prática de atitudes de prejulgamento, de manipulação informativa ou de leviandade noticiosa exige coragem moral. Reconhecer o erro, limpa e abertamente, é o pré-requisito da qualidade e, por isso, um dos alicerces da credibilidade. 
A força de uma publicação não é fruto do acaso. É uma conquista diária. A credibilidade não combina com a leviandade. Só há uma receita duradoura: ética, profissionalismo e talento. O leitor, cada vez mais crítico e exigente, quer notícia. Quer informação substantiva.

domingo, 23 de setembro de 2018

Desculpem

A partir de amanhã (24) e até ao dia 30, estarei ausente de Belém, onde resido. Utilizando-me de um tablet, tentarei, à medida do possível, atualizar este blog e a minha página no Facebook. Se ocorrerem falhas, desculpem-me.

Remando, remando...

Dentre as tantas outras nostalgias da vida santarena do passado, estão as catraias. Os remadores "Galo", "Beni", "Maia"... A forqueta rangendo em cada faia, na disputa do embarque e desembarque de passageiros de navios ancorados nas águas do rio Tapajós em frente à Praça da Matriz e ao Castelo (ao fundo da imagem).
Detalhe: Igreja Matriz ainda sem a torre.

Clonando Pensamento

"Antigamente os cartazes nas ruas, com rostos de criminosos, ofereciam recompensas; hoje em dia, pedem votos". (Anônimo)

Quem é?

Sei que é difícil alguém saber, mas eu pergunto: quem é este garoto da foto. Dica: é santareno de muito sucesso como jornalista e escritor.

Leitorado

De Caetana Nogueira, bairro Santíssimo/Santarém.
“Ontem, assisti só um pouquinho a Festa do Sairé pela TV Cultura do Pará. Som horrível e apresentadores e comentaristas despreparados.”

Contagem regressiva

Faltam apenas 14 dias para que você exerça o seu direito de votar (dia 07/10) no primeiro turno das eleições deste ano.
Está em suas mãos, eleitor(a), o dever e a responsabilidade de escolher e votar em candidato(a) que não seja corrupto. Renovação é o melhor pra todos nós.

Outdoor ambulante

É verdade! Em campo, cada jogador de futebol ou de outra qualquer modalidade de esporte, é um autêntico outdoor ambulante, ostentando em suas camisas, calções é meiões as propagandas dos patrocinadores do seu clube.

sábado, 22 de setembro de 2018

Contagem regressiva

Está em suas mãos, eleitor(a), a chance de expurgar gente corrupta da vida pública.
Eleitor(a): faltam apenas 15 dias para que você exerça o seu direito de votar (dia 07/10) no primeiro turno das eleições deste ano.

Belas adolescentes

Leitora do meu blog enviou-me esta foto tirada em 1966, pelo saudoso Fortunato Serruya. Parece que no ano passado já publiquei uma idêntica, mas vale a pena um repeteco para homenagear estas encantadoras debutantes do Centro Recreativo, clube social de Santarém: Lenil Cunha, Lilian Serruya, Sueli Melo, Cicléia Marques, Verá Silva e Antonina Coimbra.

Faltou o nome de uma delas (a segunda, da direita pra esquerda). Quem souber, por favor, cite nos comentários.

Nesta casa nasceu o maestro Isoca


Quem diz é Vicente Fonseca em seu livro A Vida e a Obra de Wilson Fonseca: “A foto é da casa onde nasceu, em 17.11.1912, meu saudoso pai Wilson Fonseca (Maestro Isoca), situada na Rua Floriano Peixoto esquina com a Trav. 15 de Agosto, em Santarém (PA). Quando este palacete começou a ser desestruturado, meu pai chegou a chorar...”

Leiam o que escreveu o próprio Isoca no livro Meu Baú Mocorongo (2º volume, p. 413):
“Confidencio que devoto uma grande afeição por essa vivenda, que era denominada ‘Vila Paraíso’. Razões íntimas me levam a esse sentimento: é que nela mamãe viveu os floridos anos de sua juventude, amou papai e com ele ali se casou. E mais: nela eu nasci!”

Leitorado

“Meu caro Ercio, eu, Marcos Vasconcelos, morador do bairro de Batista Campos/Belém, juro que escutei esta conversa entre um eleitor e seu amigo candidato:”
“De novo, cara, estás metido em política? E já é a terceira vez que te candidatas a deputado federal e nunca tivestes mais de 20 votos. Tú és abestado, mesmo, não tens vergonha, não?” - “Deixa eu te explicar e verás que eu estou certo. Em cada uma das três vezes como candidato, nunca recebi para a minha campanha, que não faço, menos de 40 mil reais do meu partido. Com essa grana vou vivendo muito bem, sem precisar trabalhar. Entendeu? - “Entendi, sim. E acho que o abestado sou eu, que pago os meus impostos para custear o tal fundo partidário. Tu estás certo, e vou votar em ti.”