Do jornalista Ubiratan de Aguiar (Pierre Beltrand), em seu Gran Monde, encarte do jornal Amazônia deste domingo:
CONVITE DEVOLVIDO
MARINA COSTA PSAROS, veuve do saudoso empresário e perfeito gentleman Elias Psaros, foi Hostess do Ano 1980 na época em que o inesquecível colunista social Edwaldo Martins, a meu pedido, escolhia a Hostess do Ano, porque fui nomeado Pretor do Termo Judiciário da cidade de Bonito, da Comarca de Santa Izabel, uma função de juiz de Direito do interior do Estado do Pará e, como magistrado, estava impedido de exercer o trabalho de jornalista profissional. MARINA, de fato, era notável anfitriã e em sua bela mansão no Cinturão Verde da Região Metropolitana de Belém, denominada "Vivará", ao lado do marido, oferecia categóricas recepções formais e informais, recebendo casais da sociedade e até autoridades, para almoços e jantares com muita classe, performance e simpatia. Mereceu, com o meu endosso, ser Hostess do Ano.
Depois que relancei a promoção Hostess do Ano, criada por mim no ano de 1955, e ter deixado de ser magistrado, sempre a hostess MARINA foi convidada especial, como detentora de um dos títulos, para comparecer ao Banquete da Hostess, sempre acompanhada do marido. Convido todas as que foram hostess, sem onerá-los. E, asim, neste ano, procedi, enviando à MARINA o convite, que chegou às suas mãos no dia 11, para o Banquete da Hostess, que será realizado no dia 26 do corrente. Para minha surpresa, no domingo, dia 14, recebi o seguinte bilhete: "PIERRE - Você como um ‘GENTLEMAN’ é um crítico, não aceitaria um convite de última hora. Eu, como uma senhora educada e Hostess, também não aceito. Obrigada. Marina".
P. S. - O convite para MARINA não foi de última hora. Meu ataché para entrega de mais de 100 convites entregou o de MARINA, na portaria do edifício do seu apartamento, na travessa Curuzu, no dia 11 do corrente, portanto, 15 dias antes do evento, como exijo. Assim, eu estava com a norma correta segundo a minha opinião, porque de fato, não aceito convite de última hora, isto é, na véspera ou 5 dias antes do evento.
MARINA deu-me uma "bofetada com luvas de pelica?" Claro, que não. Ela teria me envergonhado ou humilhado, se em vez de devolver o convite-documento, gesto indelicado para não dizê-lo injusto, era não comparecer ao banquete, como faço quando o convite chega de última hora. Se ela tivesse procedido assim, eu teria sentido uma tremenda bofetada com luvas de pelica ou melhor, de couro cru...
Mas tudo bem, tudo bom. Eu, entretanto, não perderei o savoir faire e nem a classe, pelo gesto de MARINA, que a conheço desde quando ela tinha 15 anos de idade e sinto-me responsável pelo seu lançamento na alta sociedade paraense, porque nos anos 60, ela, diariamente, era citada e exaltada nas minhas colunas sociais pela sua beleza, elegância, desfilava com aplomb, e era admirada por inúmeros fãs. Jamais serei indelicado com uma dama ou não, porque basta ser mulher para merecer a minha cortesia, o meu respeito e o meu carinho desinteressado.
O gesto de MARINA, claro, me surpreendeu. O Elias, tenho certeza, não concordaria com a atitude dela. Compreendo. Às vezes, temos momentos de irreflexões. Por isso, agora, aos 81 anos, penso várias vezes antes de tomar qualquer decisão. Tenho me dado bem. Por isso, C’EST FINI.
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