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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Marcados para morrer

No Pará, quatorze juízes vivem com segurança especial em função de ameaças de morte

Quatorze juízes estão sob ameaça de morte no Pará, sendo um na capital e treze no interior. O número foi revelado pelo presidente da Comissão Permanente de Segurança do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Ronaldo Valle. Os magistrados ameaçados estão à frente de processos ligados ao tráfico de entorpecentes - principalmente cocaína - e ao crime organizado. Todos os 14 juízes e suas famílias recebem segurança especial, tanto do Tribunal como do governo do Estado, para que possam continuar atuando em suas comarcas.

A preocupação com a segurança desses profissionais aumentou, em todo o Brasil, após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, no Rio de Janeiro, no início de agosto, caso que ganhou repercussão nacional. Na manhã de ontem, o Tribunal de Justiça promoveu o "I Seminário de Segurança de Magistrados do Estado do Pará", no Fórum Cível, localizado na Cidade Velha em Belém, com o objetivo de debater o tema. "Vamos proporcionar não apenas aos magistrados, mas também aos membros do Ministério Público, e aos policiais civis e militares informações sobre as medidas de segurança orientadas pela Polícia Federal, no sentido de proteger esses juízes", declarou Valle.

Ele explica que os profissionais que se sentem ameaçados devem procurar a Comissão Permanente de Segurança do Tribunal, para que sejam tomadas as providências por meio da coordenadoria militar do órgão que, por sua vez, solicita apoio para as polícias Militar e Civil do Estado. "Quero ressaltar o apoio que o Tribunal vem tendo no deslocamento de policiais para prestar essa segurança e do secretário de Segurança Pública (Segup), Luiz Fernandes Rocha, que aciona o serviço de inteligência do Estado para investigar de onde surgem essas ameaças", afirmou o desembargador.

Para aumentar a segurança dos magistrados, o Tribunal está providenciando dois carros blindados - um ficará na Vara de Tráfico de Entorpecentes e Crimes Organizados da Capital e outro ficará à disposição do juiz ameaçado que tiver a necessidade de usar o veículo. Além disso, 260 coletes à prova de balas serão solicitados pelo órgão. "Com essas medidas, o Tribunal está atendendo uma determinação do Conselho Nacional de Justiça", ressaltou Valle. Ele lembra que o TJ do Pará foi o primeiro do Brasil a implantar a Comissão Permanente de Segurança, que funciona desde 2010. O órgão foi o primeiro também a promover um seminário para discutir o tema.

Segundo Ronaldo Valle, o número de magistrados ameaçados no Pará é considerado alto pelo Tribunal. "Essas ameaças começaram a existir depois que surgiu o crime organizado e muitas vezes partem de dentro dos presídios". Até hoje, não foi registrado no Estado caso de juízes assassinados.

Sul e Oeste do estado são as áreas de maior perigo para magistrados

A reportagem de Amazônia e O LIBERAL conversou com um dos juízes ameaçados e que hoje recebe atenção especial do Estado. Por motivos de segurança, ele não pode revelar nome, nem a comarca em que atua. Há cerca de uma semana, ele foi informado que seu nome estava na lista de marcados para morrer. A lista foi elaborada por criminosos que respondem a processos na comarca onde o juiz trabalha. Desde então, ele e os familiares passaram a ter segurança especial. "Isso desestrutura qualquer um, porque você tem família, tenho filhos que vão à escola. Eu estou sendo punido pelo meu trabalho.", revelou.

Para o titular da Segup, magistrados e promotores necessitam de segurança especial. "Eles têm um envolvimento muito grande nesse trabalho de combate ao crime. É preciso que o Estado dê tranquilidade para que eles possam trabalhar pela sociedade", declarou.

As regiões Sul e Oeste do Pará representam as áreas mais problemáticas. "Hoje, o Pará faz trabalho integrado com as polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Estadual", afirma. O secretário disse também que o trabalho de investigação gerou resultados e algumas pessoas suspeitas de ameaçarem os magistrados chegaram a ser detidas, porém, não soube informar o número exato. (Amazônia)

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