Dezenas de pessoas foram ontem às ruas para protestar contra a desmontagem dos galpões 11 e 12, da Companhia das Docas do Pará (CDP), na avenida Visconde de Souza Franco, para implantação do projeto de modernização do Terminal de Contêineres de Belém. O Plano de Zoneamento e Desenvolvimento (PDZ), que está sendo executado pela CDP, vêm sendo alvo de críticas, capitaneadas pelo Governo do Estado, por conta dos impactos culturais e urbanísticos que vão trazer para a área central da cidade.
O PDZ propõe a ampliação do volume de operações comerciais a fim de expandir a economia e infraestrutura portuária para o Estado. Porém, o secretário estadual de cultura do Estado (Secult), Paulo Chaves, que estava coordenando ontem a manifestação, informou que o projeto não foi amplamente discutido com a sociedade.
"Nós queremos alertar para este estupro que a CDP está querendo fazer com o nosso patrimônio histórico. Este projeto está sendo tocado sem nenhuma discussão. Mas a sociedade precisa ser consultada, se aceita ou não modificar esta área da cidade deste modo", afirmou o secretário.
A diretora de patrimônio histórico e arquitetônico da Secult, Thaís Toscano, explica que apesar da CDP já ter aberto um pregão eletrônico no último dia 29 de fevereiro para desmontagem dos galpões, não há no projeto nenhuma previsão para remontagem imediata das peças. "Estes galpões tem uma importância histórica e cultural muito grande, são prédios remanescentes da arquitetura de ferro do início do século XX e fazem parte do conjunto paisagístico e arquitetônico do Porto de Belém, que é tombado pelo Estado, não podem ser desmontados de qualquer jeito. A CDP não está seguindo os padrões de restauro que inclui, dentre outros fatores, a apresentação de um projeto e o levantamento das peças", afirmou.
Não é apenas o valor histórico das peças que estão em jogo. Ontem, o deputado federal Zenaldo Coutinho também chamou atenção para os impactos na estrutura da cidade e no aumento do fluxo de veículos naquele trecho que já é historicamente complicado. "É uma medida danosa para todos os moradores. A CDP afirma que não haverá impacto no trânsito, mas isso é impossível já que o fluxo de cargas será triplicado com o terminal de contêineres. Não tem como fazer a distribuição só pela via fluvial, é obvio que haverá também mais caminhões e carros transitando por estas ruas", afirmou o deputado informando que, assim como o Governo do Estado, também deve entrar com medidas judiciais para suspender o andamento das obras.
O Lula dá exemplo para o povo de uma tremenda ignorância. Onde já se viu procurar um pajé?
ResponderExcluirEsse é um doutor honoris causa?