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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Agressor de profissionais da TV Liberal é identificado

O repórter Márcio Lins e o cinegrafista Jairo Lopes, da TV Liberal, ainda se recuperam das agressões sofridas durante a cobertura do protesto de policiais militares na manhã de sábado (5). A suspeita é que um praça seja o responsável pelas agressões. Tudo está sendo apurado pela Divisão de Crimes Funcionais (Decrif).

Márcio e Jairo apanharam quando tentavam fazer matéria sobre mais um dia de protestos dos policiais, que permanecem aquartelados no 6º Batalhão da Polícia Militar, localizado na BR-316. Márcio Lins destaca que toda categoria tem direito de reivindicar, mas "nada justifica a violência". "Não foi uma simples agressão, foi por trás e de forma covarde. Não desejo nada de mal ao responsável por isso, mas espero que ele reflita sobre a sua conduta. Pode ser que ele seja um pai de família que está ali buscando melhorias como profissional, mas eu também sou um profissional, um trabalhador como ele", afirma.

Lins permanecerá afastado das funções na TV Liberal por cinco dias. Logo após as agressões, ele passou por exames que não atestaram lesão grave. No entanto, o repórter teve perda de memória por causa do golpe na cabeça.

Márcio Lins, que só se lembrou de outros fatos após rever as imagens feitas no dia da agressão, disse que a equipe já havia sido informada que o clima era hostil para a imprensa. "Conversamos no carro indo pra lá e eu me lembro de ter pedido calma aos meus colegas, que não era preciso se preocupar, pois Deus estava com a gente e nada de mal iria ocorrer".

O cinegrafista Jairo Lopes disse que, quando a equipe chegou ao 6º Batalhão, a conversa já começou de forma tensa e os manifestantes pediram que a equipe saísse do local. "Não durou nem dois minutos, quando um deles tentou pegar a câmera da minha mão e eu me abaixei e segurei, não deixei que ele pegasse. Foi por isso que deixei de olhar para o Márcio, não vi quando ele foi agredido, só quando ele já estava no chão. Mesmo depois disso, um dos manifestantes disse que eu deveria guardar a câmara, e me conduziu até o carro, eu segurando o equipamento de um lado e o homem também. Decidi não largar, pois ali estavam as imagens que nós tínhamos do que havia ocorrido".

O cinegrafista Jairo Lopes também foi golpeado pelas costas e teve o equipamento danificado. Essa foi a primeira agressão sofrida pelos dois profissionais. "Já passamos por situação de perigo até mesmo ao realizar a cobertura de manifestações de trabalhadores. Nas manifestações de junho do ano passado fomos hostilizados, mas nada chegou próximo de uma agressão como essa", disse Lins.
Márcio afirma que após analisar as imagens feitas por Jairo foi possível apontar um homem de camisa azul e de óculos escuros como o responsável pela agressão. O homem aparece nas imagens e desaparece ao ir em direção aos dois profissionais. Ele se posiciona atrás da dupla e, em seguida, próximo do repórter já caído no chão. Lins acredita que não foi agredido com um soco, mas com um objeto, por isso acabou perdendo a consciência.

Sindicatos se solidarizam com as vítimas
A presidente do Sindicato dos Jornalistas no Pará, Sheila Faro, condenou o ocorrido com a equipe da TV Liberal. "É lamentável, pois o jornalista é um agente social que tem como missão informar. É um direito basilar da sociedade de ter acesso à informação. Enquanto sindicato, reconhecemos que qualquer manifestação de trabalhadores por melhorias das condições de trabalho é legítima, mas agressão de um trabalhador contra o outro é inaceitável", afirmou. Leia aqui >Sinjor-PA e Fenaj repudiam violência contra jornalistas

Sindpol - O Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil (Sindpol) emitiu uma nota sobre a agressão. A entidade se solidarizou com os jornalistas da TV Liberal, Márcio Lins e Jairo Lopes. O Sindpol informa que "não concorda com a forma truculenta como agiram de maneira isolada certos manifestantes que lá se encontravam, uma vez que a imprensa sempre se posicionou cumprindo seu papel de bem informar a sociedade e nada tem a ver com o não atendimento ao pleito dos companheiros".

Investigação - O delegado Eloi Fernandes Nunes, diretor da Divisão de Crimes Funcionais (Decrif), da Corregedoria Geral da Polícia Civil, está à frente das investigações sobre o ocorrido. A partir de hoje ele analisará as imagens da TV Liberal e deverá convocar os envolvidos, inclusive os policiais militares que testemunharam a agressão. O inquérito será instaurado caso seja comprovada a participação de um servidor público. O resultado das investigações deve sair em 30 dias.

Representantes da Associação de Cabos e Soldados do Pará não foram encontrados para comentar o ocorrido. De acordo com os manifestantes, o agressor era alguém infiltrado, não um policial. Márcio Lins afirma que não acredita nessa possibilidade. "Primeiro: caso fosse alguém de fora, por que eles não efetuaram a prisão dessa pessoa no momento do ocorrido? O segundo ponto: tentaram impedir que imagens fossem feitas, o que dificultaria a identificação dos responsáveis", avalia. (Orm Neys)
Mais aqui >Equipe de televisão é agredida por policiais...

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