Em entrevista ao jornal O Globo, Gilmar Mendes afirma que não vê problema
nenhum em ter jantado na semana passada com Michel Temer e Moreira
Franco, fora da agenda oficial:
O Globo: Um caso que
poderia ser comparado é se o juiz Sérgio Moro recebesse o ex-presidente
Lula e o ex-ministro José Dirceu. Isso...
Gilmar: Na
verdade, essa comparação é absolutamente imprópria. Nós estamos
discutindo aqui, desde o primeiro dia na minha gestão na presidência (do
TSE), a reforma política. E temos conversado com todos os atores. Eu
não estou aqui pedindo certidão negativa de ninguém, nem posso. Estamos
discutindo questões que precisam ser encaminhadas. E cada vez mais o
tempo urge, nós estamos aí com a possibilidade da anualidade, precisa
ser deliberado até setembro (para a reforma política valer já na próxima
eleição, em 2018). Agora, também não veria nenhum problema de o juiz
Moro receber o presidente Lula ou José Dirceu.
O Globo: Seria o contato de um juiz com um investigado.
Gilmar:
Isso não se coloca. Eu sou presidente do TSE e tenho que falar, por
exemplo, sobre eleições. Agora mesmo realizaríamos as eleições no
Amazonas. Precisaríamos de um crédito adicional de R$ 18 milhões para isso.
Com quem eu converso? O presidente não deixa de ser presidente pelo
fato de ter uma denúncia oferecida. Como nenhum ministro deixa de ser
ministro por esse fato. Vocês também não vão deixar de entrevistá-los.
Eu recebi Temer não na condição de alguém que tenha uma denúncia. Eu
conversei com ele como chefe de estado, chefe de governo, e eu como
presidente do TSE. Foi nessa condição.
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