Em depoimento na Justiça Federal de Curitiba ontem (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ex-ministro de seu governo Antonio Palocci "mentiu" em depoimento ao juiz Sérgio Moro. "Eu vi o Palocci mentir aqui", afirmou. Lula chamou o ex-ministro de "calculista e frio" e disse que Palocci só citou seu nome na tentativa fazer delação premiada e reduzir alguns anos de condenação.
"Ele fez um pacto de sangue com os delatores, com os advogados deles e talvez com o Ministério Público", afirmou Lula, em referência ao "pacto de sangue" que Palocci afirmou haver entre Lula e a Odebrecht, incluindo um pacote de propinas de R$ 300 milhões.
Nesta ação, Lula é acusado de receber propina da empreiteira Odebrecht por meio da compra de um prédio para a nova sede do Instituto Lula, que não chegou a ser construída, e de um apartamento vizinho ao que mora em São Bernardo do Campo (SP).
"Ele fez um pacto de sangue com os delatores, com os advogados deles e talvez com o Ministério Público", afirmou Lula, em referência ao "pacto de sangue" que Palocci afirmou haver entre Lula e a Odebrecht, incluindo um pacote de propinas de R$ 300 milhões.
Nesta ação, Lula é acusado de receber propina da empreiteira Odebrecht por meio da compra de um prédio para a nova sede do Instituto Lula, que não chegou a ser construída, e de um apartamento vizinho ao que mora em São Bernardo do Campo (SP).
Lula também afirmou a Moro:
- Que não solicitou a compra do apartamento vizinho ao dele em São Bernardo do Campo.
- Que visitou o prédio objeto da denúncia uma vez e que o achou inadequado.
- Que as doações que o Instituto Lula recebeu da Odebrecht não eram propina.
- Que jamais tratou com Emílio Odebrecht sobre dinheiro para o PT
- Que as três denúncias apresentadas contra ele pela força-tarefa da Lava Jato são "ilações".
Palocci e 'pacto de sangue'
Palocci foi interrogado por Moro nesta mesma ação na semana passada e afirmou que Lula tinha um "pacto de sangue" com o dono da empreiteira Odebrecht, que incluia um "pacote de propinas" para o ex-presidente no valor de R$ 300 milhões.
Em seu depoimento, que durou 2h10, Lula afirmou que Palocci "inventou essa frase de efeito" e que tenta, ao acusá-lo, fechar uma delação que possa trazer redução de pena.
Lula disse ainda que o ex-ministro é "calculista e frio". "Conheço o Palocci bem. O Palocci, se não fosse ser humano, seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. O Palocci é médico, calculista, é frio", afirmou.
Moro, então, perguntou se nada do que o ex-ministro disse é verdadeiro. "Nada é verdadeiro", respondeu Lula. "A úncia coisa que tem de verdade ali é ele dizer que está fazendo a delação porque quer os benefícios da delação. Ou quem sabe ele queira um pouco do dinheiro que vocês bloquearam dele", afirmou.
Sobre a menção de Palocci de que Lula cometeu obstrução de Justiça, o ex-presidente negou: "Eu não admito que ninguém diga que eu tento obstruir a Justiça. Porque eu, se não acreditasse na Justiça, eu não estaria fazendo política."
Lula afirmou não ter raiva de Palocci pelas acusações. "Lamentavelmente, o Palocci se prestou a um serviço pequeno, porque inventar inverdades para tentar criminalizar uma pessoa que ele sabe que não cometeu os crimes que ele alegou é muito desagradável [...] Eu, sinceramente, não tenho raiva do Palocci. Eu tenho pena de ele ter terminado uma carreira tão brilhante da forma que ele terminou."
Sobre as declarações de Lula, o advogado de Palocci, Adriano Bretas, afirmou que o ex-presidente é dissimulado e que a lógica dele é dizer que os que o acusam mentem.
Em seu depoimento, que durou 2h10, Lula afirmou que Palocci "inventou essa frase de efeito" e que tenta, ao acusá-lo, fechar uma delação que possa trazer redução de pena.
Lula disse ainda que o ex-ministro é "calculista e frio". "Conheço o Palocci bem. O Palocci, se não fosse ser humano, seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. O Palocci é médico, calculista, é frio", afirmou.
Moro, então, perguntou se nada do que o ex-ministro disse é verdadeiro. "Nada é verdadeiro", respondeu Lula. "A úncia coisa que tem de verdade ali é ele dizer que está fazendo a delação porque quer os benefícios da delação. Ou quem sabe ele queira um pouco do dinheiro que vocês bloquearam dele", afirmou.
Sobre a menção de Palocci de que Lula cometeu obstrução de Justiça, o ex-presidente negou: "Eu não admito que ninguém diga que eu tento obstruir a Justiça. Porque eu, se não acreditasse na Justiça, eu não estaria fazendo política."
Lula afirmou não ter raiva de Palocci pelas acusações. "Lamentavelmente, o Palocci se prestou a um serviço pequeno, porque inventar inverdades para tentar criminalizar uma pessoa que ele sabe que não cometeu os crimes que ele alegou é muito desagradável [...] Eu, sinceramente, não tenho raiva do Palocci. Eu tenho pena de ele ter terminado uma carreira tão brilhante da forma que ele terminou."
Sobre as declarações de Lula, o advogado de Palocci, Adriano Bretas, afirmou que o ex-presidente é dissimulado e que a lógica dele é dizer que os que o acusam mentem.
Apartamento
Lula disse que "deve ter" o recibo de pagamentos do aluguel do apartamento. "O recibo não fica comigo, mas isso pode ser pego e enviado", afirmou. Questionado pelo MPF se o ex-presidente não achava relevante apresentar os recibos, Lula, orientado pelo advogado, não respondeu.
O ex-presidente relatou que, quando o dono do apartamento faleceu, ele não manifestou preocupação de que o imóvel fosse adquirido por um terceiro. Segundo Lula, ele ficou sabendo que o Glaucos da Costamarques [acusado de ser laranja na transação] havia comprado o imóvel quando foi estabelecido contrato de locação com a dona Marisa [ex-mulher de Lula, já falecida].
Lula disse que até interrogatório de Glaucos, tinha certeza que o aluguel estava sendo pago. "Para mim foi surpresa, porque o Glaucos nunca reclamou para mim que não estava sendo pago até 2015."
Doações da Odebrecht
Sobre se o valor foi propina da Odebrecht para o governo do PT, Lula disse: "Essa é a peça de ficção mais hilariante que eu ouvi na fala do Palocci. Eu, sinceramente, não sei qual era a relação de Palocci com Marcelo Odebrecht. Os dois têm mais de 35 anos, tem autonomia, conversavam e nunca me pediram para conversar. Se tinha fundo ou não tinha fundo, o doutor Palocci que explique", disse.
Empresa e palestras
O MPF questionou Lula sobre a empresa DAG, que segundo a acusação teria fretado uma aeronave para ele viajar até a República Dominicana. A empresa é de Demerval Gusmão Filho, que em depoimento a Moro afirmou ter comprado um terreno que seria para a nova sede do Instituto Lula.
"Eu fiz 76 viagens nesse mundo pra fazer palestra [...] As pessoas que me contratavam tinham a obrigação de me pegar em São Paulo, me levar onde era essa palestra e me trazer de volta pra São Paulo. Eu nunca fui saber quem pagava. Porque nos contratos a empresa que me contratava era obrigada a garantir o meu direito de ir e vir. Portanto, eu não sei se quem pagou foi a DAG, o Itaú, Bradesco, Bamerindus. Agora, se tiver, deve estar no contrato", disse Lula.
"Eu fiz 76 viagens nesse mundo pra fazer palestra [...] As pessoas que me contratavam tinham a obrigação de me pegar em São Paulo, me levar onde era essa palestra e me trazer de volta pra São Paulo. Eu nunca fui saber quem pagava. Porque nos contratos a empresa que me contratava era obrigada a garantir o meu direito de ir e vir. Portanto, eu não sei se quem pagou foi a DAG, o Itaú, Bradesco, Bamerindus. Agora, se tiver, deve estar no contrato", disse Lula.
Imparcialidade
No final do depoimento, Lula questionou a imparcialidade de Moro e foi repreendido pelo juiz, que então encerrou o depoimento. O ex-presidente perguntou: "Eu posso olhar na cara dos meus filhos e dizer que eu vim a Curitiba prestar depoimento a um juiz imparcial?"
"Primeiro, não cabe ao senhor fazer esse tipo de pergunta pra mim, mas, de todo modo, sim." Lula então diz, em referência à condenação em primeira instância pelo triplex do Guarujá: "Porque não foi o procedimento na outra ação, doutor".
Moro rebateu e encerrou o depoimento: "A minha convicção foi de que o senhor foi culpado. O senhor apresente as suas razões no tribunal".
"Primeiro, não cabe ao senhor fazer esse tipo de pergunta pra mim, mas, de todo modo, sim." Lula então diz, em referência à condenação em primeira instância pelo triplex do Guarujá: "Porque não foi o procedimento na outra ação, doutor".
Moro rebateu e encerrou o depoimento: "A minha convicção foi de que o senhor foi culpado. O senhor apresente as suas razões no tribunal".
Ministério Público
O ex-presidente acusou o Ministério Público de promover uma caça às bruxas com ele. "O objetivo é encontrar alguém para me criminalizar. Só quero dizer que há uma caça às bruxas. Eu fiquei muito preocupado com a delação do Palocci. Porque ele poderia ter falado 'eu fiz isso de errado, eu fiz isso'. Ele: 'não é que sou santo, e pau no Lula', que é uma jeito de você conquistar veracidade na sua frase. Eu fiquei com pena disso."
Sobre as declarações de Lula, o advogado de Palocci, Adriano Bretas, afirmou que o ex-presidente é dissimulado e que a lógica dele é dizer que os que o acusam mentem.
Sobre as declarações de Lula, o advogado de Palocci, Adriano Bretas, afirmou que o ex-presidente é dissimulado e que a lógica dele é dizer que os que o acusam mentem.
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