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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Todos elogiam o Brasil como se fosse o time perfeito, e isso me preocupa


Por Tostão, médico e ex-jogador, participou da conquista da Copa de 1970.
O Brasil confirmou seu grande talento individual e coletivo e ganhou fácil da Áustria, por 3 a 0. Galvão Bueno falou umas mil vezes, para valorizar a vitória brasileira, que a Áustria ganhou da Alemanha, mas não disse que os alemães jogaram com quase todo o time reserva.

Quando o Brasil perdia a bola e não dava para recuperá-la onde a tinha perdido, Coutinho voltava pela esquerda, Willian, pela direita, e os dois formavam, com Paulinho e Casemiro, uma linha de marcação de quatro no meio-campo.

O Brasil não jogou com dois volantes e um meia ofensivo, e sim com um volante (Casemiro) e dois armadores que marcavam e atacavam (Paulinho e Coutinho). Isso é importante e anima Tite a manter essa formação, mesmo contra as mais fortes seleções.

Há quase um consenso mundial, o que é perigoso, que Brasil, Alemanha, Espanha e França são as favoritas, seguidas por Argentina, Bélgica, Portugal e Inglaterra.

Tenho dúvidas se coloco o Uruguai no grupo dos últimos quatro, ainda mais que surgiram, nos últimos meses, bons armadores, como Bentancur, e meias ofensivos, como Arrascaeta, o que era uma grande deficiência da equipe.

Dias atrás, a Bélgica, completa, empatou em 0 a 0 com Portugal, desfalcado de Cristiano Ronaldo.

Portugal jogou melhor. Foi apenas um amistoso, mas o fato reforçou minha opinião de que a "ótima geração belga" é muito boa, mas nem tanto, e que Portugal é melhor do que parece.

O time não é apenas Cristiano Ronaldo. Portugal é campeão da Eurocopa, possui um forte sistema defensivo e conta sempre com os gols de seu grande artilheiro.

A Argentina não é também só Messi. Possui outros excelentes jogadores, como Di María, Agüero, Higuaín e Otamendi. Apesar do pouco tempo, existe a esperança de que Sampaoli forme um bom conjunto.

A Inglaterra decepcionou nas últimas Copas porque tinha um time fraco e a expectativa era enorme.
Agora, é o contrário. O time é bom, e a expectativa é pequena, por causa dos últimos fracassos.

A Inglaterra tem uma equipe organizada, definida na maneira de jogar e com vários bons jogadores. Assim como a Bélgica e a Costa Rica, atua com três zagueiros. Marcam com cinco atrás (três zagueiros e dois alas) e três ou quatro à frente dos cinco.

Enquanto as outras seleções têm problemas técnicos e táticos, todos elogiam o Brasil, como se fosse o time perfeito, antes da hora. Isso me preocupa.

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