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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Centenário de santarena ilustre e muito amada

Dona Ninita
Album de família: Dona Ninita com o esposo Miguel e filhos
Se viva estivesse, Maria Annita Fonseca de Campos - Ninita, como era carinhosamente chamada - completaria 100 anos de idade no primeiro dia do mês de maio próximo.
Para comentar sobre este evento, com a palavra a sua filha Lourdes:

"Do ´MEU BAÚ MOCORONGO`, para homenagear minha saudosa e inesquecível mãe, busquei Retalhos de Memória, de autoria de seu irmão Wilmar e dedicado à sobrinha Conceição (filha caçula de Maria Annita).

Escreveu Wilmar:
Deus me deu a faculdade de recordar fatos remotíssimos de minha vida. Conservo bem fixadas, do meu tempo de criança - de quando eu tinha três, quatro anos - reminiscências deleitantes, que a sucessão destes anos vividos não conseguiu apagar. Já narrei que a mais distante memória que tenho de Isoca remonta dezembro de 1918. De Ninita, um pouco aquém, 1919. Como num écran, vejo-a tocando piano e cantando, comigo e Isoca, como estrela de um trio que cantava modinhas da época, à noitinha, na sala de visitas de nossa casa. Conservo até a melodia de uma delas, mas que da letra apenas um verso retenho na memória: "Quando a noite é de luar - é de luar..."

Essa cantiga Ninita tocava e cantava, solando, enquanto eu e Isoca respondíamos as últimas quatro sílabas de cada verso, fazendo eco, engrossando a voz... E o triozinho fazia sucesso, pois as janelas de nossa casa enchiam-se de gente, muita gente. Morávamos, então, à rua Floriano Peixoto hoje nº 741 (antigo 67)...

Volto a vê-la na tela de minha memória, mais adiante, em 1920 ou 21, tocando piano e satisfeita da vida por ver saltitar o coraçãozinho que acabara de ornar o seu delicado e ágil dedinho. É que ganhara de Xixi, minha saudosa madrinha, ama de Isoca e amiga de todos nós, um anelzinho de ouro, que tinha como adorno mimoso coração,também de ouro, preso à delicada jóia por um arozinho...

De Ninita criança, adolescente ou moça o meu cérebro guarda com clareza apenas as impressões luminosas que minhas retinas lhe transmitiram quando ao piano estudava, ao piano ensaiava, ao piano se exibia no lar, nas casas de famílias amigas, nas orquestras, no cinema ou nos palcos de nossa terra. Vasculho o passado e sua imagem só me vem límpida, assim, sentada ao piano, tocando piano... Às vezes, é certo, entrevejo-a na Prefeitura trabalhando, datilografando - sempre dedilhando - pondo em ação os seus ágeis dedos de pianista. Só que nesses instantes a sua imagem me surge confusa, dando-me a estranha e deliciosa sensação que daquele teclado de letras também me vêm músicas distantes, saudosas, nunca esquecidas.

Vocação inata para a música, Maria Annita menina passava horas e horas de cada dia sentada ao piano estudando o difícil instrumento, exercitando-se, ensaiando, tocando... preparando-se para substituir Rachel Peluso, até meado de 1923 titular do instrumento da orquesta TAPAJÓS, de papai, e para os recitais que logo viriam, com valsas de Chopin, de Strauss e de nosso saudoso pai.

A adolescência do mesmo modo a encontrou adestrando-se obstinadamente e procurando assimilar o novo rítmo que o "Assembléia Jazz Band" adotaria... e principalmente fox-trots norte-americanos, a grande novidade da nova geração.

Leia continuação aqui >
Ninita - 100 anos

2 comentários:

  1. Ercio, obrigado, mesmo, pela publicação. Além de minha tia, minha madrinha, ela foi minha mãe de leite.
    zé wilson

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  2. Desta familia so tenho a agradecer a amizade, o carinho e consideração que sempre dispensaram a mim, apesar de não nos vermos com a frequencia que gostaria. Parabens D. Ninita. Parabens a toda Familia Fonseca de Campos. um braço amigo. regina silva

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