Josephina Comte agora também dá suas “voltinhas” no mundo virtual (Foto: D’Angelo Valente)
Josephina Comte faleceu em 1931, em Belém, aos 16 anos de idade, sendo que ainda hoje a vida - e também a morte - da jovem são envoltas em mistério. Até aí, nada de novo. Mas o que se pergunta é: ela morreu mesmo? Tecnicamente sim, pois seus restos mortais jazem no bairro do Guamá, sendo que seu túmulo, no cemitério Santa Isabel, é um dos visitados e cultuados, com direito a flores, placas de agradecimento e outras manifestações de carinho por pessoas que a veem como uma santa “milagreira”.
Por outro lado, são tantas as histórias e estórias contadas, criadas, aumentadas e propagadas sobre a jovem que chega-se a acreditar que ela ainda está viva, e muito, circulando pelas ruas de Belém em longos passeios de táxi, assombrando taxistas. O mito da “Moça do Táxi” é um dos mais conhecidos do imaginário paraense e, ainda hoje, desperta curiosidade.
Essa linha imaginária entre realidade e ficção, por sinal, completou 80 anos em 2011 e, ao que parece, não tem data para acabar. Prova disso é que a jovem, em Belém considerada uma “visagem”, além das narrativas orais, também é protagonista de relatos em livros, curtas cinematográficos e mesmo no virtual universo da internet. Sim, Josephina Comte tem até “perfil” na rede social do Twitter e interage, a cada dia, com centenas de pessoas. (Será que ela morreu mesmo?)
Um dos traços mais significativos do mito é a valorização da memória de uma Belém de tempos idos. Segundo o professor Flávio Silveira, doutor em Antropologia Social na UFPA, “quando se passeia pelo Comércio, por exemplo, e se encontra um casarão antigo, você sente que ali há uma memória gravada, marcas da Belém passada, registrada na paisagem e em conversas de moradores mais antigos”, comenta o professor.
“BALADEIRA” MISTERIOSA - O mistério que cerca a curta vida da “Moça do táxi”, à semelhança dos “causos” ainda hoje contados sobre ela, parece não ter fim. Sabe-se apenas que ela era uma adolescente que, nos dias de hoje, seria uma “baladeira” de plantão: não perdia um baile de carnaval na Belém do começo da década de 1930. Conta-se ainda que todos os anos o pai lhe dava, como presente de aniversário, uma volta de táxi pela cidade. Nada mais natural, não fosse o detalhe - digamos assim - intrigante: a maioria dos passeios teria acontecido após sua morte. A versão varia, sendo que em uma delas a jovem pega o táxi em frente ao cemitério Santa Izabel, passa pelo Ver-o-Peso, rodovia Augusto Montenegro, Praça da República e muitos outros pontos turísticos, sendo que se admira pelas mudanças ocorridas na cidade, em relação a anos atrás. (Diário do Pará)
a historia de Josefina Comte e maravilhosamente misteriosa e ainda assim faz nos sentirmos parte dela. eu mesmo ja fui varias vezes ao seu tumulo e realmente e emocionnte saber que uma moca tao jovem viveu intensamente uma Belem que nao existe mais.
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