De Moacir Rebêlo Cavalcante - bairro São Braz/Belém:
"Ontem, no Baenão, ao ver o Remo com a sua camisa azul marinho e o São Raimundo com o seu tradicional uniforme listrado com as cores preto e branco, entrarem em campo, tive a grata recordação do RAI x FRAN dos tempos gloriosos do futebol santareno no velho estádio Elinaldo Barbosa (antes, Aderbal Corrêa).
Lembrei-me da arquibancada de madeira onde ficavam, no lado direito, a torcida franciscana e, no esquerdo, a galera do Pantera. Lembrei-me do Expedito Toscano, azulino apaixonado, tocando uma flautinha para gozar os torcedores do São Raimundo na ocasião em que o São Francisco marcava um gol. Lembrei-me da Caçula, franciscana doente, na beira do campo (sem alambrado), proferindo palavrões, esculhambando, xingando, infernizando a vida dos atletas do São Raimundo.
Lembrei-me, principalmente, dos nossos craques: Beleza Preta, Mindó, Zé Maria Pretinho, Dudinha, Valdo Abdala, Caim, Bufalo, Cão Pelado, Manoel Maria, Afonso, Ataualpa, Tovica, Edson Pepeu, Jeremias, Cristóvão Sena, Táro, Manoel e David Moraes, Vovô, Dário Tavares, Piraca, Sujeira, Bosco, Zé Aurélio, Licurgo, Navarrinho, Galo, Cabeleira, Quicé, Dedé, Sujeira, Joacyr Lopes, Bigode, Cabecinha, Rubens (Cachorro), Cangurú, Romano, Truíra, Pão Doce, Xabregas, Cuca, Surdão, Mazinho, Bosco, Doca, Bigorrilho, Helvécio, Pedrinho Araújo, Bimba e tantos outros.
Confesso que, emocionado, chorei... com saudade daquele tempo bom, tempo em que os atletas jogavam por amor aos seus clubes, com garra. O que não acontece hoje, com pernas-de-pau descompromissados em honrar a camisa dos times que lhes pagam vultosos salários. Ao final da partida, sorri, gritei, vibrei com a goleada do meu São Raimundo nesse timinho cujos dirigentes e torcedores não se conformam com a sua morte e insistem em não sepultá-lo".
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