A tropa do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar retirou, na tarde de ontem, as cerca de 130 famílias de invasores que há quase um ano ocupavam uma área denominada Portelinha, localizada no bairro do Pirapora, em Castanhal. O local pertence, segundo o procurador de justiça Afonso Oliveira, à Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), depois de ter sido desapropriado pelo governo do Estado no início do ano passado. O advogado da Cosanpa, Huascar Angelim, disse que já foi feita licitação para a construção, na área, de 29 mil m² de uma estação de tratamento de água, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Sem o suporte das pessoas que vinham apoiando os invasores - como a promotora da Vara Agrária de Castanhal, Ana Maria Magalhães de Carvalho, que tentou e não conseguiu, ontem, liminar suspendendo a retirada de quem vivia na Portelinha - restou aos invasores ensaiar um protesto diante da tropa de quase 200 homens do CME.
Alguns pediam para que chegassem ao local as pessoas que antes os apoiavam. 'Vão arrumar suas coisas, a ordem é do Estado', respondia o comandante da tropa, coronel Rolian. Diante de ameaças de resistência de um invasor, o militar advertiu que seriam levados para a delegacia local os que desacatassem a autoridade policial.
Depois da advertência, a maioria aceitou desmontar as casas e arrumar os bens, que eram colocados em caminhões e levados, muitos deles, para uma área localizada no bairro de Jaderlândia, oferecida como opção de moradia.
'Fomos enganados, não apareceu ninguém pra nos apoiar nessa hora', lamentava o pintor Frank Seabra. Segundo ele, a promotora (Ana Maria Carvalho) 'garantiu que ia conseguir pra gente ficar pelo menos por mais 60 dias'. A desocupação deve prosseguir hoje.
No início da noite de ontem, uma invasora ligou para a reportagem informando que hoje ocorrerá uma reunião, na sede do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) de Castanhal, 'pra gente ver se ainda dá para reverter a situação'. (Fonte: AMAZÔNIA)
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