De: Janio de Freitas
O desarranjo no território da política é tão grande, tão tipicamente subdesenvolvido, que uma frase simples de uma possível candidata à Presidência, só por retomar o normal na democracia, soa como anormalidade.
A meio de outra explicação de sua saída do PT para a pretendida candidatura oposicionista, Marina Silva disse que o governo deixa de "ouvir os apelos da sociedade ao dar mais destaque às preocupações com a manutenção da governabilidade em suas relações com o Senado".
Mas nenhum dos que estão aí como candidatos a alguma coisa tem audácia, ou lá o que seja, para emitir um conceito contrário ao governo, a Lula e ao lulismo. Muito menos, ainda que de partido dito oposicionista, se possível candidato a presidente.
Quando governadores, estão silenciados por verbas e copatrocínios de obras e programas. Também. Porque, tanto governadores como os outros, aspirantes à Presidência ou a governos estaduais, estão todos emudecidos e dobrados pelo medo de espicaçar os índices de popularidade de Lula.
Ainda que obtenham proveitos dessa invalidação da política, vulgar no subdesenvolvimento gerador dos governos fortes, os praticantes desse oportunismo contribuem para a popularidade lulista que os atemoriza.
A falta de crítica e de oposicionismo, por parte dos supostos contrários políticos e programáticos ao governo, só pode traduzir-se para o eleitorado como aprovação a Lula e seu governo. Falta de reparo, aprovação é.
Então, ainda que para provocar, vem uma perguntinha: se José Serra, Aécio Neves, Ciro Gomes, e todos os candidatos não petistas a qualquer cargo, não têm reparos a fazer a Lula e seu governo, por que pretendem substitui-lo e substituir o PT?
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