Ontem rolou o maior oba oba no Senado porque Tasso Jereissati (PSDB-CE) fez um discurso pedindo desculpas pela dura e grosseira discussão que travou na semana passada com o colega Renan Calheiros (PMDB-AL). Jereissati chamou Renan de cangaceiro. Renan devolveu chamando-o de "coronel de merda".
O discurso de Jereissati, aparteado por mais de 20 senadores até agora, tem a ver com a manobra em curso para baixar a bola da crise do Senado - ou a do seu presidente José Sarney (PMDB-AL). Ou das duas. Os principais partidos estão envolvidos na manobra - PSDB, PT, PMDB e DEM.
Costura-se um acordão para que Sarney fique na presidência e seja engavetada a representação do PMDB que pediu a cassação do mandato de Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, por quebra de decoro. O Senado pagou o salário de um assessor de Virgílio que estudou cinema em Barcelona durante dois anos.
Emparedado por Lula, o PT não tem coragem para votar pelo desarquivamento de denúncias e representações contra Sarney no Conselho de Ética. Mas não quer se indispor com a opinião pública votando pela manutenção do arquivamento.
O PSDB almeja o apoio do PMDB em vários Estados para seu candidato à sucessão de Lula - e não quer encrenca para as bandas de Virgílio.O PMDB quer salvar Sarney - e manter abertas as portas que o levarão a se compor ora com o PT, ora com o PSDB nas eleições do próximo ano.
Quanto ao DEM, que ajudou Sarney a se eleger presidente do Senado, esse irá a reboque do PSDB. Apóia José Serra para presidente. Nada fará que possa atrapalhá-lo.
O pedido do PMDB para cassar Virgílio foi feito para pavimentar o caminho do acordão. Está dando certo. (Fonte: Blog do Noblat)
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