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domingo, 24 de janeiro de 2010

Artigo do publicitário Fernando Barros:

SALADA DE OSSOS

Ontem, o diretor do São Paulo Fashion Week, o empresário Paulo Borges disse que vai encaminhar um comunicado às maiores semanas de moda do mundo, bem como aos principais editores e fotógrafos internacionais para alertar sobre a magreza atual das modelos.

Devemos aplaudir a iniciativa do empresário, pois é impressionante como se impôs uma estética, um padrão, tão dissociado da vida real em que seres esquálidos são vestidos e apresentados como “modelos”, exibindo peças de vestuário sobre seus sofridos corpos agredidos para não passarem de um cabide onde se encaixarão ou serão jogados tecidos e adornos sugeridos como o “must” da estação.

Meninas—e agora até meninos—maltratam-se ao extremo brigando com a fome para não apresentar nenhuma grama de gordura sob suas peles.

A oportunidade de deslizar sobre uma passarela e o sonho de quem sabe um dia, virar uma Gisele, passa por esse desumano sacrifício. Uma legião de adolescentes se decompõe e se descompõem . Alguns ficam no meio do caminho.

A Bulimia ou outras doenças decorrentes da subnutrição os abate. Fiquei estarrecido outro dia, quando soube que boa parte dessas meninas que mais parecem ter saído de um campo de Concentração sequer menstruam.

Seus organismos não tem nutrientes para sustentar essa básica manifestação fisiológica feminina. Não sei se é verdade, mas é para acreditar: Conta-se que numa fila de famélicos, antes de um desfile de uma marca famosa, os organizadores distribuíram pequenos sanduíches com alface, queijo branco e uma fina fatia de blanquet.

O relato é que as ossudas criaturinhas, com seus estômagos quase colados, divertiam-se uma com as outras, comendo apenas a folhinha de alface.

Como publicitário, ligado ao oficio midiático, lidando com conteúdo, mas muito com a forma, me pergunto que senso de estética é esse que premia a exibição humana de maneira tão degradada?

Ora, me parece obvio, que a alegria, a saúde manifestada por sinais claros de higidez, passam por pele, ossos e a inevitavel camadinha de músculos e gordura que torneiam o corpo humano e o fazem mais harmônico.

Será que os “modelitos” sobre corpos melhor definidos de meninos e meninas com suas barriguinhas mais cheias, saudáveis, sorridentes, não valorizariam essas peças?

Pode ser que se diga que estou sendo saudosista porque gostava muito mais quando o padrão era de Luiza Brunet, Magda Cotrofe,Nani Venâncio,Xuxa e outras que arrasavam nos desfiles dos anos 80/90.

Havia mais frisson , sensualidade nas apresentações da moda naquela época. Outra coisa: Cadê o Ministério Público que não verifica a ocorrência de trabalho infantil nas passarelas?

Há um sem número de “agencias” e empresas que aliciam esses inocentes prometendo-lhes uma vida glamurosa . Em troca, cobram módicas quantias pra “preparar o book e treinar" as coitadinhas e coitadinhos.

Vi um anuncio na semana passada estrelado por um anjinho de Ossos desses, impressionante. Ela não tinha 15 anos aposto. Sua coxinhas e bracinhos magrelos mais sugeriam uma meninazinha enferma do que uma exuberante e sensual modelo de moda.

Dizem que o padrão de beleza muda com o tempo. Há os registros das gorduchinhas que despertavam suspiros na belle epoque. Antes da invenção da fotografia , os artistas só apresentavam e retratavam modelos digamos assim, exuberantes, rechonchudas.

Não quero fazer apologia à adiposidade. Mas o que é apresentado nas passarelas hoje é distante muito distante da vida real. Porque não se busca nas ruas, vamos lá, até nas academias, esses templos de acéfalos, novas referencias de beleza para o mundo da moda?

Porque não se adota então os tipos “sarados”como padrão? É só tomar cuidado pra não se incentivar a anabolização como novo fator seletivo.

Estaríamos com certeza estimulando referencias mais saudáveis, influenciando meninos e meninas a serem mais normais, sem a obrigação de parecer saladas de Ossos que se movimentam com caras amarradas e indícios de mau humor,é claro, normal pra quem está morrendo de fome.

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