Ao comentar ontem a declaração do arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, de que "a sociedade é pedófila", o porta-voz da 48ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, deixou claro que esta não é opinião da CNBB. Ele disse, inclusive, que não compartilha da mesma visão. Mas, na linha do arcebispo gaúcho, procurou dividir com a sociedade a responsabilidade pelos abusos sexuais praticados por religiosos. "A gente não compartilha essa ideia de acusar ninguém, mas é claro que ela (Igreja) sofre da realidade do mundo, da própria sociedade de hoje", disse dom Orani.
"As opiniões de cada bispo são livres. Cada um pode se manifestar segundo sua compreensão e sua ideia. Aquilo que é opinião da CNBB sai nos seus comunicados oficiais. Para dom Orani, o arcebispo foi mal interpretado. Ele disse ainda que a Igreja condena qualquer tipo de abuso, tem carinho em relação às vítimas e entende que os agressores devem ser julgados conforme a legislação de cada país. As declarações de dom Dadeus provocaram constrangimento entre os 309 bispos que participam da 48ª Assembleia, em Brasília.
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