No próximo dia 24 o Pará vai ganhar o primeiro e único Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) da região Norte, que será inaugurado pela governadora Ana Júlia Carepa. Com a iniciativa, aumentarão as chances de localização de doadores de medula óssea com a oferta de células tronco de cordões umbilicais de bebês. O projeto é inovador e prevê no primeiro ano de funcionamento cerca de mil coletas. O BSCUP, da Fundação Hemopa, será o 9º dos 13 serviços a serem implantados no País.
A inauguração do banco é a esperança de vida para pessoas como o paciente Marcos Antônio Alves Timbó, 28 anos, natural de Altamira, que há dois anos faz tratamento em busca da cura para a aplasia medular (tipo de câncer que causa deficiência medular). Ele é uma das milhares de pessoas no Brasil com indicação para transplante de medula óssea que pode ser beneficiada. Marcos diz que no início foi duro porque ele sabia da grande dificuldade de encontrar medula compatível, mas hoje ele não perde a esperança de encontrar um doador. "O que mais incomoda é a ansiedade", disse, destacando que a distância entre a capital e sua cidade é um entrave. Ele tem que permanecer cerca de 3 meses em tratamento em Belém, longe da família. "Quero minha vida de volta. A chama da minha esperança vai promover esse milagre", acredita.
O BSCUP de Belém faz parte da Rede Brasilcord, que foi criada pelo Ministério da Saúde (MS) para expandir esse serviço no País e aumentar de 35% para 90% as chances de pessoas como Marcos Antônio encontrar doador compatível. No Pará, o convênio foi firmado com a Fundação do Câncer, que coordena a implantação de BSCUP no Brasil, além de administrar o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Orçado em mais de R$ 3 milhões, entre estrutura física, capacitação, aquisição de equipamento e tecnologia, o BSCUP paraense possuirá equipamento (bioarquivo) com capacidade de armazenamento para 3.600 amostras de sangue de cordão umbilical, coletados, inicialmente, em bebês nascidos nas maternidades da Santa Casa de Misericórdia do Pará e do Hospital de Clìnicas Gaspar Viana. No Pará, o projeto tem a coordenação da economista Terezinha Negrão, da Assessoria Técnica de Planejamento (Astep).
Atualmente há nove BSCUP espalhados pelo País, e futuramente, além do Hemopa, mais quatro serão implantados - em Recife (PE), São Paulo (SP), Lagoa Santa (MG) e Porto Alegre (RS). Em cinco anos toda a diversidade étnica brasileira deverá ser coberta com 20 mil amostras. Desse total, 70% serão coletadas nas regiões Sudeste e Sul. O Norte, Nordeste e Centro-Oeste contribuirão com 30%. (No Amazônia)
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